Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Avenida Santana: História e polêmicas

Ao lado, estátua de Santa Ana, na entrada da cidade, inaugurada em 26.07.1999, simbolizando a religiosidade local e marco de polêmicas no passado.




Foi na manhã do dia 04 de novembro de 1966 que as Avenidas Santana e Amazonas foram entregues aos moradores da vila portuária de Santana, contida de pouco mais de 10 mil habitantes.

Construídas através de uma parceria entre a Prefeitura de Macapá e a Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI), as duas avenidas se tornariam as principais vias de acesso que interligariam dois núcleos urbanos que se expandiam na região: a Vila Dr. Maia com a Vila Amazonas (esta pertencente à ICOMI).

A obra foi iniciada em meados de 1965 quando somente havia um pequeno caminho estreito que começava no portão industrial da mineradora ICOMI e seguia até o seu conjunto habitacional (Vila Amazonas), enquanto que outro caminho já dava acesso terrestre com os moradores da Vila Dr. Maia.

Vendo esse descaso, a Prefeitura Municipal de Macapá iniciou um projeto de terraplanagem que ampliaria essas duas vias, onde também aproveitou para efetuar a instalação de um sistema de iluminação pública nas referidas avenidas. Na solenidade inaugural, estiveram presentes autoridades políticas e sociais do município de Macapá e respeitosas personalidades da mineradora para entrega da obra. A conclusão indicou a terraplanagem e urbanização de 1,5km da Avenida Santana e 2,2km da Avenida Amazonas, sendo que a última recebeu uma urbanização mais considerável por se tratar do acesso às instalações residenciais dos trabalhadores da ICOMI.

Em 1989, já sob a recém-instalada administração municipal de Santana, o então prefeito Rosemiro Rocha, fez novos serviços de terraplanagens nas duas vias e posteriormente inaugurando-as. Porém, em setembro de 1996, a tradicional Avenida Amazonas passou a ser chamada de Rua Cláudio Lúcio Monteiro, homenageando um dos pioneiros da sociedade santanense. Vale ressaltar que a Avenida Amazonas também era conhecida como Rua Fellinto Muller, numa justa homenagem a um conhecido senador Frances que morreu em um acidente aéreo em 1973. Mas atualmente o logradouro acabou se popularizando com o nome do pioneiro Cláudio Lúcio Monteiro.

A Polêmica mudança do nomeclatura – Em julho de 2005, o vereador santanense Cabral Tork (PMDB) apresentou um Projeto de Lei (PL) que alterava o nome da Avenida Santana para Avenida Miguel Pinheiro Borges, numa atitude legislativa que causaria grande repercussão e criaria polêmica para as lideranças católicas do município, que fielmente devotando por aquela santa protetora.

E depois de um curto embate com a igreja católica, o prefeito de Santana Antônio Nogueira atendeu a um novo pedido da Câmara Municipal, revogando a Lei recém-sancionada com a nova denominação, que tentava homenagear o pioneiro Miguel Pinheiro, um cidadão que muito contribuiu para o desenvolvimento do município.

O veto somente aconteceu depois que diversos setores da Igreja Católica se manifestaram contra a mudança da nomenclatura de um dos logradouros mais antigos da cidade, uma vez que Santa Ana é a padroeira do povo santanense.

Segundo o autor do PL municipal, vereador Cabral Tork, a intenção era somente prestar uma justa homenagem ao citado pioneiro amapaense. Aprovado o PL, a reação da igreja foi imediata. Os padres Premolini Pulidindi, Innocente Bentoglio e Domingos Franzes, além de diretores de pastorais e pessoas influentes da comunidade católica, enviaram um documento ao prefeito Nogueira, questionando o projeto e afirmando que a mudança foi feita sem qualquer consulta à igreja e que aquela decisão política estava sendo considerada uma afronta aos devotos de Santa Ana.

No documento enviado ao Executivo, os padres afirmaram ainda, que, embora Miguel Pinheiro fosse reconhecidamente um pioneiro importante em nível econômico e social do município, existia outras avenidas, ainda sem denominação, além de logradouros e prédios públicos, que podem levar seu nome como forma de merecida homenagem.

Ao final do dito ofício, os religiosos ameaçaram com ato público contra o prefeito e todos os vereadores, caso não houvesse a revogação do PL.

Após receber a correspondência, Nogueira deu início à busca de uma solução para o impasse, explicando à igreja que, como gestor, não cabia a ele a denominação de ruas e avenidas, mas sim à Câmara Municipal e que, para haver uma mudança no projeto, seria necessário uma ação do legislativo, no sentido de aprovação, por maioria qualificada (na época, teria que ser aprovado por 07 vereadores). Sendo assim, o prefeito entrou em contato com o autor do projeto, o vereador Cabral Tork, onde expôs o problema.

Em sua concepção, vereador Tork explicou que ao mudar a denominação da Avenida Santana para Miguel Pinheiro Borges, não teve a intenção de desmerecer a padroeira da cidade, mas apenas homenagear um pioneiro amapaense. Tork também informou não constar nenhum registro nos anais do legislativo santanense, que oficializasse a denominação da Avenida Santana, sendo que daí pensou em elaborar um projeto de lei, que revogaria o nome anterior da avenida (Santana), o que foi aprovado pelos vereadores.

Tanto Cabral Tork quanto o prefeito Antônio Nogueira foram unânimes em reafirmar a importância de Miguel Pinheiro e de sua família para o desenvolvimento do município de Santana, ressaltando ele ser merecedor de diversas homenagens que possam mantê-lo vivo na lembrança do povo, e com isso, decidiram citá-lo com um nome batizado no Complexo administrativo da Companhia Docas de Santana.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Em 2011, ...

03 de janeiro – População santanense é surpreendida com aumento na tarifa do transporte intermunicipal, passando de R$ 1,80 para R$ 2,00.

09 de janeiro – Dois homens morrem esmagados sobre o trilho, enquanto dormiam embriagados. O fato ocorre nas proximidades da Lixeira Pública de Santana.

10 de janeiro – Polícia Técnico-Científica (Politec) do Amapá confirma que a ossada humana encontrada no km-51 da BR-210, é da vendedora Oricélia Gomes Borges, que desapareceu na manhã do dia 28 de agosto de 2010 em Santana.

16 de janeiro – O motorista de ônibus Jorge Pereira Morais denuncia o delegado Civil Jurandir Bentes por abuso de autoridade durante um desentendimento com usuário “passe-livre”.

17 de janeiro – Segundo informações do Delegado da Polícia Civil de Santana Francisco Sávio, pelo menos sete policiais que integram o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) são indiciados pelo assassinato do autônomo Antônio Carlos Borges, 38, ocorrido em novembro de 2010.

14 de fevereiro – Um grupo composto por mais de 100 famílias invadem uma extensa área na Rodovia Duca, situado ao lado do ramal que dá acesso ao Porto do Céu.

17 de fevereiro – A Secretaria de Estado da Cultura (Secut) faz a doação de 70 livros didáticos para a Biblioteca Comunitária da Ilha de Santana. Os livros são de utilidade para alunos de 1ª a 4ª série.

22 de fevereiro – Aprovado na Câmara de Vereadores de Santana, o Projeto de Lei que transforma a Casa da Hospitalidade de Santana em instituição de Utilidade Pública.

14 de março – O Diretor-geral do TRE/AP Cláudio Xavier e o chefe de Cartório da 6ª Zona Eleitoral, Adeilson Mendes, participam de reunião com o prefeito de Santana Antônio Nogueira, onde tratam da doação do terreno para a construção do Cartório Eleitoral do município.

15 de março – A Secretaria de Estado da Educação (Seed) certifica mais de 150 alunos do Projovem Urbano do pólo de Santana.

18 de março – Servidores do quadro municipal da Educação de Santana paralisam suas atividades por tempo indeterminado, reivindicando por melhorias de trabalho e reposições salariais.

22 de março – A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) inaugura 03 câmaras frias, sendo uma de congelamento e duas de resfriamento. As câmaras estão instaladas no Frigorífico Matadouro do Amapá (Frimap) e custaram R$ 3 milhões ao Estado.

23 de março – A estudante santanense Mariana Oliveira Alves da Silva, 12, é a representante do Estado do Amapá no concurso “Soletrando 2011” do Programa Caldeirão do Hulk, transmitido pela Rede Globo de Televisão.

24 de março – Realizada audiência pública na Câmara de Vereadores de Santana, na qual foram debatidos sobre o problema de distribuição de água tratada no município de Santana, assim como também a questão das cobranças de consumo que chegam mensalmente atrasadas nas residências dos conusmidores.

28 de março – Além dos servidores da área da educação estarem paralisados, desta vez são os servidores da saúde que paralisam suas atividades por tempo indeterminado, onde reclamam do pagamento de seus vencimentos, atrasado há mais de dois meses. Somente na área da saúde, foram mais de 700 profissionais que cruzaram os braços para o ato, somando com mais os 500 professores e pedagogos do município que já estavam paralisados.

28 de março – Retomada as obras de ampliação do Hospital Estadual de Santana, sob aval do Governo do Estado, ficando os trabalhos nas mãos da empresa ECAP Engenharia Ltda. A conclusão das obras está orçada em mais de R$ 4 milhões.

15 de abril – Até esta data, os servidores municipais da saúde e educação continuavam paralisados, aguardando que o prefeito Antônio Nogueira manifestasse interesse nas negociações com as categorias.

20 de abril – Juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Santana Marco Miranda da Encarnação, determina a imediata retirada de circulação do município santanense, de 10 placas de táxis. As placas que vão do número 116 a 125, estavam explorando ilegalmente o serviço público de táxi, utilizando-se de placas cujas autorizações já estavam expiradas desde 20 de dezembro de 2008.

25 de abril – Justiça Federal do Amapá fiscaliza a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA) em Santana. A vistoria teve o objetivo de coletar informações sobre as obras de abastecimento de água do município, pois, somente 40% da população santanense tem água tratada nas torneiras.

02 de maio – Dois funcionários da CIRETRAN de Santana são condenados pelo Juiz Samuel Rubem Zoldan Uchôa, da 1ª Vara Criminal da Comarca e Santana, por haverem inserido dados falsos no sistema Renavam, mediante o uso de suas senhas de caráter pessoal, sigilosa e intransferível.

05 de maio – Através de uma Liminar Judicial, cerca de 30 ambulantes que trabalhavam na tradicional Feira do “Mete a Mão” são obrigados a deixarem seus boxes para no local ser construído o Shopping Popular de Santana.

16 de maio – Uma determinação judicial, impetrada pelo Juiz Marcus Miranda, da 1ª Vara Civel da Comarca de Macapá ordena retirada das famílias que residem ao longo das margens da Estrada de Ferro, desde o município de Santana até o km-09. A ação é movida pela mineradora Anglo American.

16 de maio – Prefeitura de Santana lança seu Portal da Transparência.

17 de maio – 60 servidores da Prefeitura de Santana participam de audiência contra o Banco Paulista, onde acusam a instituição bancária de fazer descontos indevidos em suas folhas de pagamento. Não houve acordo entre as partes.

27 de maio – Inauguração do Complexo esportivo e comercial do bairro dos Remédios. No local, é construído uma praça e uma feira-livre contendo 12 boxes, além de ter sido realizado a pavimentação de vias em bloquetes, drenagem e calçamento de algumas ruas do bairro.

27 de maio – Entra no ar, o Canal-46 STN TV, afiliada local da Rede CNT (SP), com programação regional. A nova emissora está instalada no mesmo prédio da emissora de rádio 93,3 Porto FM (bairro Fonte Nova). O carro-chefe da emissora é o telejornal STN TV.

30 de maio – Governo do Amapá lança o Programa Acelera Santana (PAS). O evento ocorre na sede da Câmara de Vereadores de Santana.

08 de junho – Prefeitura de Santana e Associação dos Empreendedores de Santana (AVAS) assinam um Termo de Acordo, com objetivo de garantir a locação provisória aos feirantes que anteriormente ocupavam os boxes da antiga Feira do “Mete a Mão”.

15 de junho – Passa a funcionar em Santana, o Grupo de Recuperação “Fumantes Anônimos” (F.A).

16 de junho – Agência dos Correios de Santana é assaltada por 02 elementos que são presos horas depois.

19 de junho – Um grupo anônimo usa explosivos para estourar os caixas eletrônicos do Banco Itaú, no município de Santana. As primeiras informações são repassadas por testemunhas que descreveram uma moto XTZ e um veículo Gol.

20 de junho – Brasília (DF). Governador do Amapá Camilo Capiberibe é recebido pelo ministro da Secretaria Nacional dos Portos, Leônidas Cristino, onde trata de encontrar soluções que possam desenvolver o Porto de Santana.

21 de junho – Governo do Amapá repassa R$ 580 mil para a Casa da Hospitalidade de Santana, referente a convênio para manter o Projeto Aconchego. O repasse é assinado com a direção da entidade.

04 de julho – Os promotores de Justiça da Comarca de Santana, Roberto Álvares, Afonso Guimarães e André Araújo, inspecionam três delegacias de Polícia de Santana, para avaliar as atuais condições de trabalho da Polícia Civil no município.

06 de julho – Acontece no plenário da Câmara de Vereadores de Santana, a 4ª Conferência Municipal de Saúde de Santana. O evento reuniu agentes governamentais e representantes de entidade civis organizadas do segmento da saúde.

11 de julho – O barco ribeirinho “Diamante Negro” naufraga nas proximidades do Pau Cavado, quando retornava para o município de Santana (AP). Pelo menos 05 pessoas morrem no naufrágio e 32 passageiros sobrevivem.

16 de julho – Acontece em Santana, uma manifestação pública denominada “Acorda Santana”, percorrendo diversas ruas e avenidas da cidade, com intuito de pedirem o afastamento de Antônio Nogueira da Prefeitura de Santana, sob acusação de irregularidades administrativas.

22 de julho – Moradores de Santana denunciam o atendimento da CEA, alegando não encontrarem explicações para o aumento de mais de 100% no valor das faturas de energia elétrica, entregues este mês nas residências. Ver 25.07.2011.

24 de julho – Vereador santanense Robson Coutinho (PPS) envolve-se em acidente automobilístico na Rodovia Salvador Diniz, onde sua Pick-up capota e mata sua acompanhante, a domestica Elisvangela Morais Barros de Oliveira, que teve seu corpo cuspido do veículo.

25 de julho – Diretoria da CEA admite erro no envio das faturas de cobrança indevidas de energia elétrica aos consumidores residente em Santana. A afirmação teria sido motivada a partir de denúncias divulgadas na imprensa local. Segundo a estatal, o acréscimo observado nas faturas teria sido originado pela falta de leituristas e de um cálculo de consumo abrangendo seis meses.

13 de agosto – Inauguração da Praça Poliesportiva do bairro Fonte Nova. A obra custou R$ 806.358,03 mil, com recursos do Governo Federal, provenientes de uma emenda participativa da Bancada Federal do Amapá.

14 de agosto – Morre o Comandante Anníbal Barcellos, ex-governador do Amapá. Durante suas duas gestões no Governo amapaense, Barcellos deu muita atenção para o município, onde aplicou recursos para inúmeras obras hoje existentes como escolas, poste de saúde e logradouros.

15 de agosto – Operários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Santana retiram todas as barracas comerciais que estavam construídas na lateral da antiga sede do Independente Esporte Clube. A ação faz parte de um projeto de limpeza e urbanização desenvolvido pela Prefeitura de Santana.

24 de agosto – A Revista “Veja” desta semana, dá destaque a um trabalho desenvolvido por professores de matemática da Escola Estadual Professor José Barroso Tostes, em Santana (AP). A matéria da revista aborda como algumas escolas têm o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) maior que a média do Estado, e ainda se destacam nas Olimpíadas de Matemática. Na última edição do concurso nacional de matemática, 04 alunos dessa escola ganharam medalhas.

24 de agosto – Governador do Amapá Camilo Capiberibe e o prefeito de Santana assinam o Protocolo de Intenções entre o Estado e o município que institui oficialmente o Grupo de Trabalho que vai possibilitar que o Estado passe a ser controlador do Porto Organizado de Santana.

25 de agosto – Polícia Militar intervém na retirada de 200 famílias que invadiram uma área particular, pertencente a Senhor Nelson Richeni, situado nas proximidades do loteamento Jardim de Deus. A decisão de retirada foi deferida pelo Juiz Marco Miranda, da 1ª Vara Cível da Comarca de Santana.

27 de agosto – O cabo da PM Vanderlei Ferreira da Silva (Cabo V. Silva), 41 anos, é assassinado com 17 terçadadas pelo corpo, sendo ainda socorrido, mas não resiste aos graves ferimentos. Segundo o acusado pelo crime, Eriosvaldo Rodrigues da Silva, o motivo ser um relacionamento que o PM estava tendo com a ex-mulher do acusado, porém, depois ficou constatado que Eriosvaldo havia matado o PM errado.

30 de agosto – Presidente da empresa Amapá Celulose e Papel Ltda (Amcel), Takuya Kuwahara anuncia a construção de uma nova fábrica de cavacos em Santana, vindo a substituir a atual que já apresenta deficiência operacional e defasada.

13 de setembro – A jovem evangélica Rosana de Oliveira Bezerra, 17, é assassinada por um desconhecido no momento que saía de um culto evangélico. O crime repercute no município.

16 de setembro – Em denúncia ajuizada, o Ministério Público Federal (MPF/AP) acusa o ex-prefeito de Santana Rosemiro Rocha, por não prestar contas de um convênio firmado com o extinto Ministério da Assistência Social (MAS).

25 de setembro – O foragido da justiça Paulo Roberto Lima da Silva (conhecido “Paulo Psicopata”) é preso em Santana, quando fazia uma doméstica de refém durante duas horas. O fato ocorre próximo do Terminal Rodoviário e envolve dezenas de policiais do BOPE. Paulo Psicopata também foi reconhecido por uma testemunha como sendo o homem que matou a adolescente Rosana Oliveira Bezerra no dia 13 de setembro.

26 de setembro – Partidos que integram aliança política com o prefeito de Santana Antônio Nogueira divulgam uma Nota de Apoio, onde acusam o vice-prefeito Carlos Alberto Mathias de armar um golpe para destituir o prefeito Nogueira do cargo, alegando desvios de recursos federais, havendo até mesmo a participação de vários vereadores santanenses. Os partidos que assinam a Nota são: PT, PSB, PTN e PCdoB.

27 de setembro – Vice-prefeito de Santana Carlos Mathias informou ingressar na justiça contra o prefeito Antônio Nogueira por conta das acusações que o prefeito vêm fazendo sobre procedimento que seriam ilegais na Secretaria Municipal de Santana, quando Mathias era gestor municipal daquele setor. O vice acumulava o cargo de secretário municipal, quando o prefeito Nogueira o exonerou e expediu uma Nota acusando-o de ter sido denunciado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por direcionamento de licitações e fracionamento de despesas, ocorrido na Semsa.

27 de setembro – Em sessão realizada na Câmara de Vereadores de Santana, é aprovado o afastamento por 90 dias do prefeito Antônio Nogueira, contados por 07 votos a um. Nogueira vinha sendo acusado por desvio de finalidade na aplicação de recursos do setor da saúde. Nesta mesma sessão, é aprovada a criação de uma comissão processante para apurar tais denúncias contra o gestor. Nota: Durante a sessão, populares presentes jogaram ovos e bolinhas de papéis nos vereadores que estavam compondo a oposição do Executivo municipal.

30 de setembro – Durante assinatura de convênio com o Governo Estadual, o prefeito Antônio Nogueira rasga a notificação judicial que o afastava do cargo municipal. O ato ocorre em frente à Prefeitura de Santana, diante de autoridades políticas e sociais.

03 de outubro – Ocorre na Câmara de vereadores de Santana, a posse do vice Carlos Mathias para assumir a vaga de prefeito de Santana, no lugar de Antônio Nogueira, que no entendimento dos vereadores santanenses estava afastado do cargo por 90 dias., decorrente de denúncias de desvios de verbas federais na Semsa.

04 de outubro – O Juiz José Bonifácio Lima da Mata, da 3ª Vara Cível de Santana concede uma liminar (Medida Cautelar Inominada Preparatória) para manter Antônio Nogueira no cargo de prefeito de Santana. Durante todo esse dia (04), a cidade de Santana ainda ficou tendo dois prefeitos, sendo um na prática e outro sob apoio judicial.

12 de outubro – A menor Maria da Conceição Trindade Fonseca, 15, é morta com uma facada no peito por outra menor, de iniciais F.M.V.V., de 14 anos, motivados por um suposto triângulo amoroso.

12 de outubro – Governo do Amapá assina convênio de R$ 512 mil para atender 17 instituições sociais no município de Santana.

25 de outubro – A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informa ter detectado fraudes na distribuição de processos no Fórum do município de Santana (AP). O chefe do cartório de distribuição de processos da Comarca de Santana é afastado, pois, segundo as investigações, o mesmo processo era distribuído em outras Varas, o que favorecia uma das partes envolvidas no processo.

27 de outubro – Acontece no plenário da Assembléia Legislativa, uma audiência pública, que discute sobre a transferência do controle do Porto de Santana para o Estado do Amapá.

30 de outubro – O conhecido professor santanense Silvio Romero Dantas morre em acidente automobilístico na Rodovia Duca Serra.

07 de novembro – Diretoria da CEA recebe do IEPA, o relatório ambiental simplificado para instalação da Usina Termelétrica de Santana.

11 de novembro – O Centro de Referência de Atendimento a Mulher (CRAM) realiza a 1ª Conferência Municipal Sobre Transparência e Controle Social, com o tema: A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública. O evento ocorre no plenário da Câmara de Vereadores de Santana.

17 de novembro – Em sessão histórica, que durou mais de horas, vereadores santanenses aprovam uma nova cassação para o prefeito Antônio Nogueira, porém, os advogados do prefeito conseguem uma liminar que tira a eficácia das decisões do legislativo, sendo preciso buscar uma determinação judicial.

18 de novembro – O Desembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos, do TJAP, indefere uma Suspensão de segurança, pleiteada pela Câmara de Vereadores de Santana, e mantêm o prefeito Antônio Nogueira no cargo.

18 de novembro – Prefeito Antônio Nogueira anuncia a demissão de mais de 100 servidores do contrato administrativo por não haver condições financeiras de mantê-los na folha de pagamento.

23 de novembro – Brasília (DF). Senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) garante R$ 100 milhões no Orçamento da União para 2012, com o propósito de serem aplicados na infra-estrutura do Porto de Santana.

23 de novembro – O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá indefere no aumento do número de vereadores para o município de Santana, que pularia de 10 para 17 vereadores.

25 de novembro – Instalada a Vara do Juizado de Violência Domestica e Familiar contra a Mulher, no Fórum da Comarca de Santana.

28 de novembro – Os responsáveis pela explosão do caixa eletrônico do Banco Itaú são descobertos pela Polícia Civil de Santana. Ao todo são indiciados 04 pessoas e um menor, que foram unânimes em dizer que “tudo não passou de uma brincadeira”.

05 de dezembro – Atraca no Porto de Santana, o transatlântico britânico Prinsendam, trazendo mais de 1.100 turistas americanos, franceses e canadenses, onde aqui realizam um roteiro de visitas por Macapá e Santana. Este foi 5º (e último) cruzeiro internacional que visitou o Amapá durante o ano de 2011.

14 de dezembro – Juizado Cível e Criminal da Comarca de Santana doa produtos alimentícios e higiene/limpeza para o Centro de Saúde Pediátrico Padre Luiz Monza, situado no bairro Fonte Nova.

16 de dezembro – Após reunião entres os diretores da CEA e Eletronorte, é anunciado o início de um racionamento temporário de energia elétrica no Amapá, devido o nível das águas do rio Araguary está abaixo das condições necessárias para geração hidrelétrica.

17 de dezembro – Inauguração da Praça da Juventude, no bairro Hospitalidade. O local era conhecido como “Campo do Maconhão”.

22 de dezembro – A Legião da Boa Vontade (LBV) doa 13 toneladas de alimentos não perecíveis para mais de 300 famílias carentes de Santana. A entrega ocorre no salão da Paróquia São Pio de Pietrelcina.

23 de dezembro – Entra em funcionamento experimental, a Usina Termelétrica Santana II, com intuito de acabar com o racionamento de energia elétrica no Amapá. A UTE é mantida pela empresa Aggrekko, com geração inicial de 24MW.

sábado, 12 de novembro de 2011

Cinemania do Porto

Cartaz original do filme "Os Dez Mandamentos" (1956) durante sua estadia de exibição no Amapá. Tal cartaz foi recentemente encontrado no depósito de um antigo cinema de Macapá.




Antigamente, quando ainda não tinham trazido a TV para o Amapá, um dos principais entretenimentos que as crianças e os adolescentes adoravam estar envolvido eram com as sessões cinematográficas.

Entre as décadas de 1950 e 1980 chegou a existir três cinemas em Macapá e dois em Santana. As duas únicas salas de projeções da minha cidade portuária eram socialmente diversificadas uma da outra: eram o Cine Nacional e o Cine Amazonas.

O humilde “Cine-Teatro Nacional”, construído na Vila Dr. Maia, foi inaugurado em 1969, numa cerimônia comparada à inauguração de uma grandiosa obra federal, com direito à presença do então Governador do Amapá General Ivanhoé Martins.

De propriedade do paraense Manoel Ribeiro (falecido), que residira em Santana desde 1961, o Cine Nacional, como era popularmente conhecido, exibiu grandes produções do cinema brasileiro e mundial. Ficava localizado na Rua Ubaldo Figueira (entre as Avenidas Santana e Castelo Branco), onde continha cerca de 100 cadeiras, para atender duas sessões diárias. Se não conseguisse chegar a tempo para a sessão das 16hs, tinha que esperar a sessão noturna das 19hs (ou quando não era às 20hs).

Procurou manter seu status de ponto de encontro para a sociedade santanense até o início da década de 1980, quando as locações cinematográficas passaram a sofrer altas infrações que culminaram no fechamento de diversas salas de exibição pelo país.

No mesmo local do extinto Cine Nacional, também chegou a funcionar outro cinema, que foi aberto ao público em outubro de 1988. Era o Cine Veneza II, filial de outro cinema construído na mesma época em Macapá, mas com curta duração, até meados de 1991. O prédio onde funcionou esses dois cinemas continua parcialmente intacto, onde já serviu de ala de ensaios carnavalescos e atualmente divide seu espaço com uma pequena mercearia comercial e uma residência.

Já o Cine Amazonas era uma referência em local luxuoso para apresentações artísticas, teatrais e cinematográficas. Construído pela mineradora ICOMI (sua concessora) numa área nobre da projetada e histórica Vila Amazonas, foi inaugurado em dezembro de 1960, com intuito de propor entretenimento e diversão para a família dos empregados da ICOMI.

Os filmes projetados no Cine Amazonas eram geralmente grandes produções do cinema norte-americano e vinham exclusivamente para locação do cinema da ICOMI. Os desenhos e filmetes infantis eram semanalmente alterados pela gerência do cinema e não havia cobranças na bilheteria para aqueles que tinham até 14 anos de idade.

Climatizado, sua sala de exibição tinha quase 140 lugares para atender às duas sessões diárias de filmes (era um filme diferente em cada sessão), que ficaram em cartazes por até 08 dias consecutivos. Por ser um cinema privado, as sessões eram quase sempre concorridas entre aqueles que residiam na área primária da Vila Amazonas e aqueles que residiam no Staff.

Como naquele tempo os filmes procuravam manter o sucesso por longos períodos, era comum os cinemas exibirem uma produção cinematográfica que tinha sido lançada há muito anos. O que o público exigia era assistir ao filme do começo ao fim, sem dar importância para sua longa data de lançamento. Poderia filmes coloridos ou até mesmo em preto-e-branco.

E falando em filme preto-e-branco, veio em minha memória um “causo” bastante hilário que aconteceu em Santana, justamente em novembro de 1962. Nessa época, a Paramount Pictures do Brasil trouxe para o Território do Amapá o grandioso longa-metragem “Os Dez Mandamentos” (1956), uma super produção do lendário diretor Cecil B. De Mille que contou com um batalhão de estrelas consagradas, que contabilizou e imortalizou o sucesso que o filme se tornaria para a história do cinema mundial.

Para quem já assistiu esta marcante versão bíblica que conta a vida de Moisés e seu povo hebreu, deve ter se fascinado com as imagens inesquecíveis da travessia do Mar vermelho e das dez pragas lançadas sobre o Egito.

Porém, a exibição desse filme no Amapá foi pouco privilegiada para quem residia nas proximidades da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Santana, que era coordenada pelo saudoso Padre ângelo Biraghi. Como a empresa distribuidora do filme trouxe apenas 03 rolos do filme para serem comercializados durante 05 dias, a locações desses rolos foram bastante disputados pelos cinemas de Macapá e os cinemas da ICOMI, o que comprometeu o interesse do Padre Ângelo em alugar um desses rolos para exibir em sua Paróquia santanense.

Após sucessivas conversações com o representante da Paramount, Padre Ângelo conseguiu que um rolo do filme fosse gratuitamente cedido para ser exibido para as crianças carentes da Vila Toco e Kutaca, mas com a condição de devolverem o filme no dia seguinte à exibição. Formalizado o pedido, o padre seguiu de imediato para Santana e espalhou o comunicado sobre a exibição gratuita do filme para quem quisesse assistir.

Quando anoiteceu, um grande número de pessoas adjacentes lotaram o pequeno espaço da Paróquia para prestigiarem o filme que, acabou causando uma certa surpresa para os presentes: a versão do filme trazido pelo Padre Ângelo era preto-e-branco e ainda estava incompleto, o que causou tristeza geral para quem só conseguiu assistir pela metade daquele filme.

Conta a lenda que, em represália, as pessoas que ficaram decepcionadas com a exibição do filme chegavam a comparecer na missa dominical e quando chegava na metade do sermão, se retiravam da Paróquia. Depois de observar tal atitude que se repetiu durante semanas, Padre Ângelo decidiu perguntar para alguns daqueles “gazeteiros de missa” o motivo de estarem fazendo aquilo. Até que um deles lhe respondeu:

– A culpa é do senhor mesmo, Padre. Foste nos prometer com um filme bom, mas a gente só assistiu a metade e não soubemos do resto filme. E assim vamos fazer na missa. Vamos assistir somente a metade e se o senhor quiser terminar o sermão, deixe o resto pra missa da semana que vem.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Inauguração do Turismo por Santana

Um dos muitos fatos marcantes que relaciona a cidade de Santana com o turismo interno e externo deve-se à chegada do transatlântico Rosa da Fonseca, que atracou no cais da ICOMI, na manhã do dia 21 de janeiro de 1964, trazendo cerca de 450 turistas de diversas nacionalidades.

Promovido pela Touring Clube do Brasil, no roteiro do XXVI Cruzeiro Turístico, o Porto também considerado de Santana recebeu carinhosamente os turistas oriundos da Europa e parte da América do Norte.

Os visitantes estrangeiros passaram o dia inteiro conhecendo alguns pontos pitorescos de Santana, como as estruturas habitacionais e administrativas da Vila Amazonas (cinema, supermercado, sede esportiva e hospital), assim como a área portuária e industrial da ICOMI em Santana, na qual tiveram conhecimento da importância socioeconômica da mineradora no Amapá.

Em passeio pela capital amapaense, os visitantes visitaram a histórica Fortaleza de São José de Macapá, conheceram algumas obras desenvolvidas pelo Governo Territorial na cidade (construção de escolas e reformas de prédios públicos) e fotografaram o ponto 0º do Equador, levando como lembranças de que estiveram no meio do mundo.

Por volta das 21 horas do mesmo dia (21), os visitantes retornaram para o transatlântico Rosa da Fonseca, onde continuaram sua excursão pelo resto da região amazônica, após considerarem, assim, inaugurada a era do turismo no Amapá. Os turistas não esconderam sua satisfação pelos esforços empregados pelos organizadores, para proporcionar-lhes a melhor estadia possível no então Território Federal do Amapá.

Segundo a Comissão Territorial da Legião da Boa Assistência (LBA), os turistas do Rosa da Fonseca deixaram mais de um milhão de cruzeiros (cerca de R$ 10 mil) em rendas que foram coletadas por compras feitas de decorações, lembretes, filmes fotográficos e serviços extras.



Outras informações do transatlântico Rosa da Fonseca Para substituir antigos transatlânticos, a Companhia Nacional de Navegação Costeira (CNNC), no início de 1960, encomendou quatro transatlânticos de porte médio destinados à cabotagem brasileira, que levaram o nome de Rosa da Fonseca, Anna Nery, Princesa Isabel e Princesa Leopoldina, homenageando quatro mulheres que fazem parte da História do Brasil. Os dois primeiros foram construídos na antiga Iugoslávia; os dois últimos em estaleiros espanhóis. Eram gêmeos aos pares por país de construção.

O Rosa da Fonseca media 180 metros de comprimento, deslocava 10.451 toneladas, tinha duas hélices, dois porões para carga geral, duas piscinas e transportava 540 passageiros. Em novembro de 1966 passou a integrar a frota do Lloyd Brasileiro. Foi vendido em 1975 para uma armadora que o revendeu para a OSK Lines. Em 1977, passou a ostentar no casco o nome Nippon Maru e fez cruzeiros pelo Extremo Oriente. Com o nome de Athirah, foi finalmente demolido em 1998.

No livro “Navios e Portos do Brasil”, de autoria de João Emilio Gerodetti e Carlos Cornejo, um catálogo publicitário de 1970 aponta com todas as verdades o seguinte sobre o Rosa da Fonseca: “Festival de cruzeiros a bordo de um transatlântico brasileiro com conforto internacional. Luxuosa decoração interna, salão de festas, boate, bares, boutiques, capela, piscinas, amplos deques, dois salões de refeições e a cortesia de uma equipe especializada”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

60 anos de Rosemiro Rocha



Um caboclo despretensioso, simples, com muitos sonhos, mas sem vislumbrar perspectivas maiores do que trabalhar e ajudar a família. De repente, descortinou-se num açougue. Ao mesmo tempo em que trabalhava a carne, emoldurava um grandioso projeto que nem fazia parte dos sonhos.

Estou falando de Rosemiro Rocha Freires, paraense que nasceu em Gurupá, no dia 07 de Novembro de 1951. Filho de Josias Fortunato Freires e Antônia Rocha Freires, seus pais seguiam a tradicional rotina interiorana: caçar, pescar, tomar banho nos rios. Eram habilidosos na arte da peconha, para tirar o fruto do açaí para suprí-los em seus anseios diários e nas horas vagas retiravam o néctar dos seringais.

Ainda garoto (por volta de 1959), sua família mudou-se para o município de Jaburu dos Alegres (PA), onde ali Rosemiro desenvolveu mais ainda suas habilidades como seringueiro e caçador.

Em Julho de 1964, sua família mudou-se novamente. Desta vez vieram para o então Território Federal do Amapá, fixando residência na antiga Vila Dr. Maia (em Santana), onde logo começou a trabalhar com um primo, que lhe conseguiu uma vaga de ajudante de açougueiro. Inicialmente tímido, o jovem garoto foi logo se abrindo nas tarefasdo açougue, tornando-se ágil em destroçar o gado, sendo também muito falante e extrovertido. Não demorou muito para Rosemiro demonstrar que tinhas dotes, além de retalhar o boi. Conquistou a confiança de diversas pessoas, chegando a assumir o controle de um açougue de um dos parentes. Desde então desvendou a arte de fazer e construir inúmeras amizades.

Como na época Santana ainda era um pequeno distrito de Macapá e as poucas que aqui residiam claramente se conheciam o jovem Rosemiro rapidamente conquistou dezenas de amizades, o que despertou o interesse de políticos que viam naquele rapaz uma futura liderança e um excelente "capitão" eleitoral.

Desde a década de 1970, procurou estar sempre envolvido nos eventos e reuniões ligadas às intenções políticas. Somente na década seguinte (no início do ano de 1982) receberia um convite direto do então governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos para filiar-se ao Partido Democrático Socialista (PSD) e após diversos incentivos de populares, lançou-se à candidatura municipal, sendo eleito o 7º vereador mais votado de Macapá, com 1.265 votos, e também tornando um dos 03 representantes santanenses na Câmara Municipal de Macapá (os outros dois seriam Aroldo Góes e Redimilson Nobre).

Durante esta primeira legislatura, Rosemiro tratou incansavelmente da questão político administrativa de Santana, que ainda pertencia ao município de Macapá e desejava transformá-lo em um município independente. E não mediu esforços para isso. Após marcar diversas audiências ministeriais em Brasília (DF), conseguiu o intento, que formalizou a sua emancipação em 17 de dezembro de 1987, através da Lei Federal n. 7.639, sancionada pelo então Presidente da República José Sarney (atual Senador amapaense).

Após a transformação municipal de Santana, Rosemiro candidatou-se ao cargo de prefeito e conseguiu ser eleito o primeiro representante do Executivo santanense com 5.023 votos. Apesar das dificuldades encontradas, nesse primeiro mandato, deu conta do trabalho. Realizou a reforma de diversas escolas e prédios públicos de Santana, construiu conjuntos habitacionais e ajudou na criação e urbanização de novos bairros como Novo Horizonte, Remédios, Paraíso II, Provedor I e II.

Como reconhecimento da população, foi eleito deputado estadual em 1994. Na Assembléia Legislativa, demonstrou ser um hábil político. Sempre com sorriso pacato, porém decidido, foi abrindo caminho e conseguindo fácil acesso por entre as correntes partidárias. Seu gabinete parlamentar era um corredor de solidariedade, sendo mais procurado que o gabinete do Presidente da Casa.

Pela avaliação de alguns analistas, é considerado um dos políticos mais populares e carismáticos do Estado. Uma prova dessa popularidade foi sua reeleição em 1998, como o deputado estadual mais votado com 5.585 votos, vindo somente a ser superado nas eleições estaduais de 2006.

Mesmo toda essa trajetória, decidiu novamente retornar à Prefeitura de Santana, disputando uma acirrada eleição, enfrentando o candidato do então governador João Capiberibe e o prefeito Judas Tadeu Medeiros. Novamente o apoio incomensurável dos verdadeiros amigos e dos correligionários foi a garantia de sua vitória com 10.886 votos.

Reencontrou a Prefeitura cheia de problemas financeiros, onde teve o grande desafio de reorganizá-lo. Discutiu com a sociedade santanense um programa para seus quatro anos de governo e logo colocou em prática. Foi o primeiro prefeito de todo Estado do Amapá que conseguiu reunir toda a Bancada Federal durante um debate sócio-ambiental ocorrido na Vila Amazonas, onde tratou da situação do manganês contaminado, que estava estocado no pátio portuário de Santana.

Nesses dois primeiros anos de seu segundo mandato, cita-se algumas de suas grandes realizações:

- Sancionou um Decreto que reduzia o horário noturno de funcionamento de bares, boates e similares, como forma de reduzir os índices de violência que assolavam o município;

- Construção do primeiro Restaurante Popular da Região Norte, com refeição ao preço de R$ 1,00;

- Reforma de 16 escolas municipais nas áreas urbanas e rurais;

- Construção de 07 novas escolas municipais;

- Construção das Praças do bairro Paraíso, Vila Amazonas e da Avenida Santana;

- Criação e instituição da Companhia Docas de Santana (CDSA);

- Contratação de novas empresas de transportes coletivos urbanos para Santana, extinguindo o monopólio desenvolvido pela única empresa de ônibus de Santana (São Judas Tadeu);

- Regulamentou o acesso viário de mototaxistas de Macapá pelo município de Santana;

- Criação do passe-livre aos estudantes da rede municipal e estadual de Santana. Somente em 2002, já haviam mais de 14 mil estudantes beneficiados com o passe-livre da PMS;

- Eletrificação 24 horas para a Ilha de Santana, atendido por cabos sub-aquáticos;

Informações Pessoais – Mesmo sendo católico convicto, Rosemiro sempre ajudou e participou de outras doutrinas. É pai de um casal de projetos políticos para o Amapá: seu filho Robson Rocha é vereador de Santana e sua filha Mira Rocha é deputada estadual, cumprindo seu 3º mandato do legislativo amapaense. Em 06 de novembro de 2009, Rosemiro casou-se com Josiane Rocha.

Mesmo sendo torcedor fanático do Independente Esporte Clube, do qual foi presidente e um dos maiores incentivadores, Rosemiro também foi um dos idealizadores da fundação do Aliança Atlético Clube (conhecido pela alcunha de “Caçula do Porto”).

Com todas essas referências, Rosemiro sempre demonstrou simplicidade e humildade à frente de todos que o conhecem, demonstrando seu otimismo, mesmo sendo um cidadão vitorioso e bastante respeitado pelas inúmeras camadas sociais, que o consideram uma referência na articulação política, social e econômica para o município de Santana.



Parabéns, Rosemiro Rocha Freires pelos 60 anos de aniversário e 30 anos de vida pública.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Da Kutaca veio o Novo Horizonte



Vista aérea do bairro Novo Horizonte (Santana-AP), onde destacamos o complexo industrial da empresa Amcel.



Em meados da década de 1960, já se podia observar algumas casas espalhadas nas proximidades da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Santana, que formavam uma das inúmeras comunidades que depois se tornaria um dos bairros mais antigos da cidade portuária do Amapá. No local havia apenas um velho cemitério na beira do rio Amazonas que logo foi substituído por um novo em junho de 1977, época em que a Portobrás obteria grande parte de uma área nas margens do rio. O local era conhecido como “Vila Kutaca” ou “Confusão”, devido ao desordenamento de casebres que se espalhavam entre a atual Rua Cláudio Lúcio Monteiro e o prédio do Fórum de Santana.

Em maio de 1978, o então Governo Territorial do Amapá (diga-se o Capitão de Mar-e-Guerra Arthur Henning), juntamente com a Prefeitura de Macapá (seu conterrâneo Cleiton Figueiredo), remanejam 428 famílias que moravam nessas áreas da Vila Kutaca, bem nas imediações do rio Amazonas, para ali ser construído o futuro Porto Comercial de Macapá. As famílias retiradas foram transferidas para uma nova área inserida aos arredores da Vila Dr. Maia, que depois seria denominada de bairro “Nova Brasília”, por se tratar de projeto vindo da capital Federal do Brasil. Somente nessa retirada, o Governo do Amapá gastou em torno de CR$ 7 milhões de cruzeiros.

O Surgimento – Em meados de 1988, alguns casebres começavam a surgir novamente em uma pequena travessa (que hoje é denominada Travessa Odércia Marques Pereira), ficando espalhados em becos de passagem, sendo até difícil o tráfego de veículos e pedestres pelo local.

Com a emancipação política de Santana e a eleição de Rosemiro Rocha para o cargo de prefeito de Santana, o mandatário solicitou junto à então Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (SOSP) que elaborasse um projeto para a desapropriação e ocupação de uma nova área para aqueles que residiam na já conhecida região do bairro “Novo Horizonte”, nome este colocado por pessoas que possuíam casas ao lado do antigo cemitério, quando ali também chegou a ser pouco chamada de “Vila Tumucumã”.

Em 22 de novembro de 1989, técnicos enviados pela SOSP/PMS começaram a intervir no local. Com o total apoio da comunidade residente, 15 servidores municipais e máquinas, foi procedida a retirada de 135 casas de madeira e a remoção de outras 83 armações que seriam transferidos para lotes definitivos e padronizados (com implantação de ruas e avenidas).

De acordo com a Prefeitura, o trabalho de urbanização do novo bairro santanense beneficiou cerca de 400 famílias carente que haviam inicialmente invadido uma área de 389m². para garantir a autonomia pública da área, o prefeito Rosemiro Rocha sancionou a Lei Municipal nº 024/89-PMS, que autorizou o Poder Executivo a tornar de utilidade pública a extensa área, na qual media 22.100m², limitando-se a leste com a cerca da Marinha, a Oeste com o Igarapé do Cemitério, ao Norte com o braço direito do Igarapé do Cemitério e ao sul com o rio Amazonas, ressalvadas somente as área da Marinha. Após quatro meses de intensos trabalhos (concluídos em 07 de abril de 1990), a Prefeitura de Santana totalizou a existência de quase 550 pessoas.

Vale ressaltar que, em 10 de abril de 1988, um grupo de moradores residentes nesse vilarejo de casas, se reuniu e fundou a Associação de Moradores do Bairro Novo Horizonte, elegendo o Sr. Osvaldo Nunes Guimarães como seu 1º Presidente. Porém, esta instituição não-governamental ficou sem realizar qualquer atividade social por quase 03 anos, sendo novamente reorganizada em 12 de fevereiro de 1994, agora na presidência de Henrique Miranda da Silva.

Benefícios Sociais – Até 1993, o bairro Novo Horizonte não possuía qualquer estabelecimento de ensino para orientar na educação dos filhos dos moradores, até que o então governador do Amapá, Comandante Anníbal Barcellos entregou, em 02 de julho de 1993, a sua 1ª instituição de educação do bairro, denominada “Pré-escolar Novo Horizonte”, que começaria atendendo 246 alunos distribuídos em 11 turmas de educação infantil. Somente em 1995, a escola passaria a lecionar o Ensino Fundamental e receberia o nome de “Escola Estadual Maria Catarina Dantas Tiburcio”, homenagem a uma grande educadora que residiu próximo da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Em 18 de março de 2008, é inaugurada a Escola de Educação Básica “Benedito de Jesus Cardoso”, que atende hoje cerca de 170 crianças na faixa etária de 03 a 05 anos.

Com o passar dos anos, o bairro foi ganhando maior atenção das autoridades políticas e privadas, sendo que atualmente possui uma arena de futebol medindo cerca de 220m² (construída em 2007 pelo Governo Estadual) e a adaptação de uma nova escola para o bairro, sem deixar de falar que nele estão situadas algumas empresas como a Amcel, a Frimap, a Mineração Vila Nova e a Companhia Docas de Santana (CDSA).

Para aqueles que residem há pelo menos duas décadas em um dos bairros mais conhecidos de Santana, pode-se dizer que ele não apenas convivem com a carência de melhor atenção do Poder Público, mas possuem consigo um pedaço da história de construção de um lugar que espera mais que novas soluções para o bairro que chamam de “Novo Horizonte”.

35 anos da empresa AMCEL





Em 26 de agosto de 1976, um grupo de trabalhadores do setor de produção agrícola da Indústria e Comércio de Minérios Ltda (Icomi), realiza uma assembléia acionária, onde é constituída a Amapá Florestal e Celulose S/A (Amcel).

Seu desenvolvimento na região inicia na localidade de Porto Grande, situada a 110 km de Macapá (AP), onde ali foi implantado um projeto voltado ao plantio de pinus nos campos cerrados amapaenses, quando até então, não consistia sob qualquer utilização econômica. Sua meta visa a formação de um maciço florestal de pinus de 80.000 hectares, no então Território Federal do Amapá, em uma área de cerca de 160.000 hectares, dentro de programas anuais de plantio de 7.000 hectares.

Em primeiros passos, ainda em sua fase de pré-operações, a empresa esteve realizando atividades através de prestação de serviços, principalmente com empresas ligadas ao Grupo construído pelo Engenheiro industrial Augusto Trajano de Azevedo Antunes (refere-se ao Grupo Caemi). Seu quadro inicial possuía cerca de 150 funcionários. Nos princípios da década de 1980, empresas como a CODEPA (Companhia Dendê do Amapá), estiveram integrando o grupo acionário da Amcel, com um percentual de 16 a 25%.

O Plantio e Cultivo Florestal - Esse trabalho foi procedido através de pesquisas sobre o solo e adubações para compensar a grande pobreza nutricional do solo, quando na época era utilizado o método de plantio e mecanização agrícola. Segundo relatórios do período, era tão grande o grau de desconhecimento sobre o solo do cerrado local, pois não havia paralelo em outra região com as mesmas características do projeto.

As condições topográficas fizeram-se necessárias desde o início de seu cultivo comercial em 1977, onde houve o uso intensivo de mecanização em todas as etapas da operação florestal, resultando em maior eficiência e melhor controle das operações.

Devido às orientações repassadas por técnicos da empresa (Amcel), que estavam diretamente envolvidos no projeto, ficou decidida apenas a ocupação dos platôs do cerrado, deixando intactos todos os baixios, matas de galeria, margens e nascentes dos rios, além de combate a incêndios e combate à caça, contribuindo decisivamente para preservação e o aumento da fauna silvestre na região.

A Amcel modernizou a forma de produção de mudas em raiz nua, no preparo do solo e no plantio inteiramente mecanizado. Outra inovação, pioneira no país, foi a exploração mecanizada de árvores inteiras, com uso de equipamentos especiais, denominados "feller-bunchers, skaidders e guindastes florestais" com grande capacidade, com aproveitamento total da árvore e conseqüente redução de desperdícios.

Em junho de 1979, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) aprovou um projeto apresentado pela Amcel para o plantio de pinus em uma área de 2.000 hectares, situados no Território do Amapá, com recursos capitalizados do Fundo de Investimentos Setoriais (FISET) & Florestamento, através de sociedade em Conta de Participação.

De acordo com o Balanço Anual da empresa, até os fins de dezembro de 1982, as florestas implantadas pela Amapá Florestal e Celulose S/A (Amcel) já totalizavam 34.830 hectares. Sendo que a implantação dos Projetos Amcel 04 e 05, em uma área de 3.750 hectares, com recursos diretos do FISET & Florestamento foram concluídos com sucesso.

Em 1984, a Amcel inicia a implantação de um projeto de um banco clonal, que é um pomar de sementes geneticamente melhoradas, com material genético selecionado de suas melhores árvores, visando sua auto-suficiência em sementes de pinus.

Em janeiro de 1987, a companhia inicia a exploração florestal dos maciços mais antigos plantados no ano de 1976. Parte dessa floresta cultivada (26.961 hectares de áreas divididos em 21 projetos) foi implantada com recursos do FISET. O início da operação florestal possibilitou a comercialização de 242.426 toneladas de madeira em toras.

A polêmica aquisição de suas terras - Os projetos apresentados pela AMCEL ao governo brasileiro solicitaram um financiamento médio de US$ 550 dólares por hectare plantado; ou seja, 12 milhões de dólares para um total de 22.252 hectares financiados. Enquanto a AMCEL pediu pelo empréstimo contraído junto a Marubeni Corporation, avaliou sua propriedade com 90.000 hectares plantados com um valor total de US$ 12,5 milhões de dólares. Cada hectare foi avaliado em 139 dólares, ou seja, quatro vezes mais menos do que o valor do recurso público que recebeu do Estado para realizar a monocultura e o “desenvolvimento do Amapá”.

Segundo Lima (¹) relata uma série de atos e manifestações da população local questionando o processo de ocupação dessas terras. Segundo o autor, até agosto de 1996 não se observou novas alterações nos registros das parcelas[11]; mas sabe-se que o grupo econômico que adquiriu o AMCEL continuou expandindo suas plantações sobre terras federais ou sobre as posses dos pequenos ocupantes acima do rio de Araguari, passando a constitui-se no maior bloco de reflorestamento contínuo do Brasil. Em seguida, algumas observações destacadas pelo autor:

Em 1978, o INCRA, promove a primeira alienação de terras no Amapá por meio de Concorrência Pública INCRA/DF/No 01/78[12]. Entre as cláusulas da concorrência figurava uma muito importante, segundo a qual, cada companhia poderia somente concorrer a uma única parcela. Todavia já prevendo o projeto da floresta da AMCEL, fundada em agosto de 1976, empresa do Grupo CAEMI participou com várias proposta. Até aquele momento, o maior dos investidores no Amapá, apresentou proposta para a aquisição de seis parcelas, forjando a participação das empresas do grupo, ou sob o seu controle acionário, na compras das terras: COPRAM Empreendimentos e Participações (12,70% do total da terra); Indústria e comércio de Minério S/A (ICOMI) (10.82%); Mineração Itapagé Ltda (9,15%); Mineração Itamira Ltda (7.80%) e a Mineração Itacurrussá (7.30%), além, do AMCEL (15,40%). Tudo totalizou 63,17% das terras postas à venda.

Em 14 de novembro de 1978, o INCRA estabeleceu o contrato de compra-venda das terras com as empresas do grupo CAEMI, enquanto assegurava os direitos dos superficiários que residiram naquelas parcelas. Cinco anos depois, em 14 de dezembro de 1984, todas as parcelas vendidas seriam dotadas de Título Definitivo de propriedade do INCRA. Não obstante, AMCEL passaria para ser a única controladora de um total de 155.577 hectares da terra entre o km-50 da BR-156 e o rio de Araguari. Como em outras ocasiões, a quantidade de terras aumentou em 11%, ou seja, 171.987 hectares, devido os efeitos demarcatórios.

Em 10 de março de 1993, AMCEL hipotecou essas terras e todas as plantações, que foram avaliadas em 15 milhão dólares (5 milhões pela terra nua e 10 milhões pelas árvores plantadas), em troca de um empréstimo de US$ 8 milhões que contraiu junto à empresa japonesa Murubeni Corporation com prazo de 5 anos para a amortização da dívida. Este empréstimo foi usado para a construção de uma fábrica para a produção do cavaco a partir das árvores de pinus caribea. O montante do empréstimo foi desembolsado em uma única estadia, quanto ao pagamento seria feito a longo prazo com juros de 2% ao ano, regulado pelo mercado interbancário de Londres, “Libor Rate”.

A AMCEL hipotecou as terras obtidas da Mineração Itapagé Ltda. Sendo que outra parte de 340 hectares arrendou à. Das terras obtidas diretamente pela AMCEL, estava a parcela de 8.862, 80 hectares, arrendadas também ao CFA. Do bloco de terras compradas da COPRAM, dispões 7.000 hectares arrendas à CODEPA e outra parcela de 4.598, 36 hectares arrendada à CFA.

Em 1993, o Grupo CAEMI vendeu a empresa CODEPA à Companhia de Palma do Amapá Ltda. (COPALMA), aquisição que incluiu uma parcela de 8.010 hectares. Na Escrita Pública da compra e da venda, a CODEPA alegava ser “legítima e possuidora de uma parcela rural de tal dimensão”. Realmente, consta que a matricula COPRAM foi desmembrada em duas glebas, a Flexal e a Platon, com superfícies de 2.101 e 4.728 hectares respectivamente, e que juntas somariam 6.829 hectares. De onde saíram os 1.010 hectares da diferença entre o arrendamento a venda da CODEPA à COPALMA? Poder-se-ia argumentar que ocorreu invasão de terras públicas?

A burla das cláusulas contratuais que impediram a AMCEL para vender ou transferir suas propriedades hipotecadas gerou uma oportunidade do negócio nas mãos da Marubeni. Entre 1979 e 1986, as terras foram usadas pela AMCEL para obter financiamento público. Por esta razão, a companhia plantou 30.776 hectares com recursos próprios e 22.252 hectares (33,7%) com os incentivos fiscais do governo federal. Para cada três hectares plantados, um hectare foi plantado com dinheiro público, o equivalente a 32 milhões de árvores equivalentes.

A Fábrica de Cavacos - Através da Resolução n. 025/86 do dia 25 de fevereiro de 1986, a Empresa Brasileira de Portos (Portobrás) autoriza a construção e exploração de um atracadouro privativo pela Amapá Florestal e Celulose S/A (Amcel), em Porto de Santana. O objetivo seria sua exportação direta do produto extraído da região florestal do Amapá, evitando assim, sua dependência por parte de outras empresas que também utilizavam de cais.

A partir de 1991, a Companhia começa os estudos de viabilidade de exportação de insumo básico para fabricação de celulose. O interesse parte após um intenso levantamento realizado pela empresa que fornecia diariamente madeira para a Companhia Florestal de Monte Dourado S/A desde 1988.

Em 20 de fevereiro de 1992, a Amcel assina um contrato com a Companhia Docas do Pará (CDP) para utilizar o porto viário de Santana durante os primeiros 10 (dez) anos. O contrato começa a ter validade a partir do dia 01 de março do corrente ano. De imediato, iniciaram-se as obras civis para a instalação de uma moderna fábrica de cavacos naquele porto, onde houve a montagem de uma corrêia transportadora e um carregador de navios com altura de 23 metros no referido ancoradouro.

O investimento inicial para implantação dessa fábrica custou um montante de 18 milhões de dólares, sendo que a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) contribuiu com empréstimos no valor de quatro milhões de dólares. Na tarde do dia 22 de setembro de 1992, a Amcel começa a fazer os primeiros testes operacionais em sua Fábrica de Cavacos em Santana.

Em 17 de dezembro de 1992, com a presença de diversas autoridades políticas e sociais, ocorre a inauguração oficial da fábrica de cavacos de madeira da Amcel, com tecnologia pioneira em toda a América Latina. Com esse fato, os cavacos de pinus destinam-se exclusivamente à exportação, área que exerceu um papel pioneiro no Brasil.

Na época, o produto era pouco conhecido no país, mas possuindo um alto valor de cota internacional em um mercado de cerca de 30 milhões de metros cúbicos anuais. Seus primeiros compradores eram Japão e Estados Unidos, países escandinavos e, em menor escala a França e a Itália.

A venda da Amcel - Em 20 de novembro de 1996, um contrato celebrado entre a Champion Papel e Celulose Ltda, a Jata Administração e Participações S/A e a Companhia Auxiliar de Empresas de Mineração (Caemi), confirma a venda da Amcel, pertencente à Icomi, para o Grupo Champion. Segundo este contrato, as eventuais contingências de natureza cível, tributária, trabalhista e ambiental, relacionadas à gestão anterior, passam a ser de responsabilidade de seu novo controlador acionário.

Com isso, mediante um contrato de compra e venda, a Champion Papel e Celulose Ltda adquirem o controle acionário da Amapá Florestal e Celulose S/A (91.661.745 ações, correspondentes a 81,53% do capital social). Nessa ocasião, a nova subsidiaria da Companhia adquiria 74.520 hectares de áreas plantadas, sendo que parte da floresta cultivada alcançava 12.544 hectares divididos em 12 projetos.

No ano seguinte (1999), A Amcel transfere a titularidade sobre as cotas da Amcel Morada Nova Ltda para a Champion Papel e Celulose Ltda.

Em 19 de junho de 2000, a multinacional Champion Papel e Celulose Ltda é incorporada ao grupo privado International Paper (IP) do Brasil, produtora do papel “Chamex”. No dia seguinte, a diretoria executiva da IP do Brasil faz sua primeira visita oficial às instalações da Champion Papel.

Em 15 de fevereiro de 1998, A Amcel obteve um parecer da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), para o início da formação de florestas de eucaliptos, totalizando 32.217 hectares implantados até 31 de dezembro de 2000, (23.180 em 31.12.1999).

Em 22 de setembro de 2003, a Amcel doa uma extensa área produtiva, situada no Porto do Céu, para o Governo do Estado Amapá, visando a ampliação do Distrito Industrial em Santana.

Repassada para Multinacional nipônica - Em 26 de dezembro de 2006, a International Paper do Brasil firmou o contrato de venda da empresa Amapá Florestal e Celulose S.A. (Amcel), subsidiária exportadora de cavacos de madeira e biomassa localizada em Santana, AP, à Marubeni Corporation e à Nippon Papers Industries Co. Ltda.

Os negócios da Amcel englobam, aproximadamente, 67 mil hectares de florestas plantadas de pinus e de eucalipto nos municípios amapaenses de Santana, Tartarugalzinho, Porto Grande, Ferreira Gomes, Macapá e Itaubal do Piririm, além da produção de cavacos e biomassa.

A Amcel contribuiu de maneira consistente com a IP, com altos índices de produtividade. Seus profissionais, seus produtos de qualidade e uma extraordinária relação comercial com os clientes são características de destaque.

“O sucesso das operações da Amcel não seria possível sem a colaboração dos seus profissionais, que são extremamente competentes, talentosos e comprometidos com as estratégias de negócios da IP no Brasil. Este é o maior dos patrimônios que os novos controladores herdarão: o valor e profissionalismo do quadro de colaboradores da Amcel”, afirmou Maximo Pacheco, presidente Executivo da IP Brasil.

Empregando aproximadamente 1.000 profissionais (entre próprios e prestadores de serviços) especializados no segmento, a Amcel é comprometida com a saúde, segurança e qualidade de vida de seus colaboradores, apoiando as comunidades. Desde 2003, investiu mais de R$ 1,4 milhão em ações sociais em Santana e também nos municípios de Tartarugalzinho, Porto Grande e Ferreira Gomes, que resultaram numa efetiva melhora na qualidade de vida das populações.
A venda da Amcel é importante e estratégica para o Plano de Transformação Global da IP, iniciado em 2005, que estabelece como foco dos negócios os papéis para imprimir e escrever e as embalagens.


FONTES:
- Cavacos, Revista. Publicação trimestral da empresa International Paper do Brasil. Edição de Janeiro/Fevereiro de 2007.
- (¹) LIMA, Ricardo Ângelo Pereira de. Antropizacion, dinámicas de ocupación del territorio y desarrollo en la Amazonia Brasileña: El caso del Estado de Amapá. Bellaterra: Universitat Autònoma de Barcelona, 2004. (Tese de doutoramento).

domingo, 16 de outubro de 2011

Santana, uma cidade premeditada?

O Jornal “AMAPÁ” (órgão oficial de comunicação do extinto Governo do Território Federal do Amapá) reproduziu um curioso artigo em sua edição semanal do dia 25 de agosto de 1951 (edição 337), onde descreve detalhes da formação urbana e econômica de uma cidade às margens do rio Amazonas, que posteriormente a conheceríamos como nossa cidade de Santana.

A matéria apresenta registros sobre os procedimentos que vinham sendo tomados para a construção do futuro porto de embarque de minérios e um plano urbanístico para acomodar seus moradores adjacentes.





Surgirá Uma Cidade Portuária no Amapá

O Porto de Santana vai sendo erguido, em obediência ao que de mais moderno se conhece no gênero – dentro de três anos, calcula-se o término das obras – como se fará o escoamento do manganês.



O porto do Amapá está sendo erguido no município de Macapá, a cerca de 20 quilômetros da capital do Território. Sua localização obedece às condições técnicas exigidas para o levantamento dos grandes portos brasileiros, condições inexistentes em frente à cidade-capital, mas encontradas em circunstâncias vantajosas no local escolhido. Fica situado entre a Ilha de Santana e a margem esquerda do Amazonas, constituindo-se de um “píer” e da zona de manobras as profundidades máximas atingem 60 metros, ficando a ilha como contraforte protetor contra os ventos e as vagas do Oceano.

Cidade Portuária


Por outro lado, a zona do porto terá armazéns de concreto armado, doca para atracação de barcos menores, parques para madeiras e combustíveis, depósitos para petróleo e gasolina, parque ferroviário e rodoviário, indo as locomotivas e composições rodoviárias até as proximidades do transbordo de carga, diretamente. Será dotado, também, de edifícios administrativos e residenciais, além de já estar prevista a construção urbanística, para prevenir o aparecimento da futura cidade portuária.

Planos Aprovados


Os estudos procedidos pela Divisão de Obras Públicas do Território tiveram já aprovação do Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, do Ministério da Viação e do Presidente da República, estando o projeto em plena execução, para receber retoques finais, segundo nos informam pessoas autorizadas, dentro de, no máximo, três anos.

Concomitantemente, processa-se a construção do porto de minérios, em harmonia técnico-administrativa do Governo do Amapá com os técnicos brasileiros e norte-americanos da ICOMI, companhia concessionária da exploração das jazidas de manganês, a construção do porto a ser exclusivamente usado para embarque de minérios. A Companhia Morrisson Freeman, dos Estados Unidos, apresentou o ante-projeto das referidas instalações, obras magníficas, utilizando processos de embarque rápido de manganês e ferro em navios de 12.000 toneladas e possivelmente de calado até 25.000 toneladas.

Dados Técnicos


As instalações serão constituídas de “dolfings” de aço onde atracarão os navios mineiros. Uma prancha distribuidora carregará os navios, abastecida por minério vindo em correias transportadoras de depósitos de grande capacidade, por sua vez abastecidos por grandes guindastes rolantes.

O porto de minérios disporá também de grandes edifícios de concreto e aço, para oficinas, armazéns, escritórios, hotel e residência, além das usinas elétricas e depósitos de combustíveis.

O Governo do Território, em colaboração com os técnicos americanos, procede intensamente aos estudos para a construção imediata da Estrada de Ferro, com cerca de 150km, utilizando até a aerofotogrametria. Esta estrada ligará as minas ao porto de Macapá. De acordo com o contrato estabelecido, o Governo do Amapá contará com uma grande tonelagem nos vagões da ICOMI, que utilizará para o transporte, sobretudo de produtos das ricas matas de madeiras de lei, que serão industrializadas.

A par com a hidro-elétrica que se projeta levantar no Paredão do Araguari, o porto de Macapá é um dos futuros sustentáculos da grandeza econômica daquela região que Janary Nunes vai erguendo do nada.




Nota – Tal matéria foi originalmente publicada no jornal “Folha do Norte”, de Belém (PA), no dia 22 de agosto de 1951, e posteriormente publicado no jornal “AMAPÁ”, três dias depois.

sábado, 15 de outubro de 2011

A histórica eleição municipal de 1996

População tumultuada, em frente ao Ginásio Poliesportivo de Santana, local onde ocorria as contagens de votos da eleição de 1996.



Há pouco mais de 15 anos, ocorreu no município de Santana uma das eleições mais comentadas de sua história. Tudo em virtude de possíveis favorecimentos indicados em pesquisa eleitoral, mas que acabaram sofrendo por controvérsias nos resultados das urnas.

Tudo começou no início do ano de 1996, quando diversos partidos já buscavam formalizarem alianças políticas para concorrerem na terceira eleição municipal de Santana. Ao todo, foram 04 candidatos que oficialmente candidatura para o cargo majoritário do município, porém, dois desses candidatos logo caíram sobre a preferência do povo santanense: Rosemiro Rocha (PL) e Judas Tadeu Medeiros (PSDB).

O primeiro foi vereador pela capital amapaense em duas legislaturas e ainda foi o primeiro prefeito eleito de Santana (1989-1992), estando nesse período agora como Deputado Estadual; enquanto que o outro já havia assumido diversos cargos de confiança, sob indicação de ex-prefeitos de Macapá e nessa época exercia o mandato de vereador santanense, estando licenciado do cargo para concorrer acirradamente com um adversário que, segundo pesquisas extra-oficiais, carregava a preferência do eleitorado santanense.

No dia 29 de março daquele ano, uma convenção política foi realizada nas dependências da antiga sede social do Independente Esporte Clube, contando com a presença de 08 dos 11 partidos que já haviam diretórios partidários em Santana, onde homologaram o nome do deputado estadual Rosemiro Rocha Freires como candidato à Prefeitura Municipal de Santana.

O ato, que também contou com cerca de 6 mil pessoas, recebeu o expressivo apoio de outras grandes lideranças políticas do Estado, como os deputados federais Valdenor Guedes e Antônio Feijão, dos senadores Gilvam Borges e José Sarney e até do então prefeito de Santana Geovani Borges, que reforçaram a sua candidatura pro serem políticos com grande prestígio junto à comunidade santanense.

No lado do médico Judas Tadeu Medeiros havia apenas o apoio formulado entre o PMDB e PSDB, entretanto, Judas Tadeu procurou manter sua popularidade através das boas relações com líderes comunitários e inúmeros correligionários. Somente em meados de julho que o médico Judas Tadeu formalizou com um grande aliado: o então governador do Amapá João Alberto Capiberibe anunciou seu apoio político com aquele vereador santanense.

Em 11 de agosto (1996) iniciou-se a campanha política em Santana, onde mais de 80 candidatos de “se jogaram nas ruas” em busca de conquistarem todo e qualquer eleitor, visando uma das 13 cadeiras disponíveis no legislativo local. Foram dezenas de reuniões comunitárias e comícios espalhados pelos 04 cantos da cidade portuária, e muitos até se prolongavam pela madrugada. Em paralelo com a campanha, também estavam os fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) que chegaram a recolher diversos tipos de materiais que seriam utilizados na compra de votos: eram cestas básicas, dúzias de telhas e madeiras, assim como volumosas notas monetárias que possivelmente serviriam para o pagamento na chamada “boca de urna”.

No final de agosto, foi divulgada a 1ª pesquisa extra-oficial que indicou Rosemiro Rocha como favorito para a Prefeitura de Santana, estando com mais de 30% de chances à frente do 2º colocado, que era o médico Judas Tadeu. Em meados do mês de setembro, circulou uma segunda pesquisa (realizada pelo Jornal do Dia) que agora colocara Rosemiro Rocha como candidato pré-eleito à sucessão de Geovani Borges, estando com quase 50% na preferência do eleitor santanense, enquanto Judas Tadeu não alcançara 26% da intuição eleitoral.

Porém, o que as duas pesquisas indicavam para Santana, acabou-se por sofrer uma revira-volta política. No dia 04 de outubro, ocorreu o tão esperado pleito eleitoral, onde mais de 21 mil eleitores compareceram nas mais de 25 seções espalhadas nas áreas urbanas e rurais de Santana, encerrando a votação por volta das 17 horas daquela sexta-feira ensolarada.

Logo depois que encerrou-se a votação, as urnas foram sendo encaminhadas para o Ginásio Poliesportivo da cidade, local escolhido na 6ª Zona Eleitoral de Santana para serem apurados os votos. Como o processo de contagem de votos ainda era por cédulas, os mais de 40 mesários tiveram certa dificuldade para concluir a contagem individual dos votos, sendo preciso paralisarem a contagem às 23hs, prosseguindo no dia seguinte a partir das 08hs da manhã. Mas ainda no mesmo dia iniciado pela apuração, aconteceu a surpresa que muitos nem esperavam: o médico e então vereador santanense Judas Tadeu Medeiros conquistou mais de 50% da votação válida, consolidando sua vitória para assumir a Prefeitura Municipal de Santana, com 11.823 votos contabilizados a seu favor.



Eleito prefeito, médico Judas Tadeu saiu em comemoração, ao lado do então senador amapaense Sebastião Bala



Quando o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) anunciou o encerramento da apuração dos votos (passava das 14hs do domingo), o novo prefeito eleito saiu em carreata pelas ruas e avenidas da cidade, trazendo um enfileirado comboio de correligionários em comemoração à sua vitória.

Junto com o candidato Judas Tadeu, também foram eleitos os seguintes vereadores para o período de 1997-2000: Diogo Ramalho (PMDB) com 660 votos, Benedito Afonso Silva de Farias (PSD) com 393 votos, Claudomiro de Moraes Guedes (PSDB) com 485 votos, Francisco das Chagas Soares Rêgo (PFL) com 496 votos, Izael Cunha Leão (PFL) com 345 votos, Rainildo do Carmo Aguiar (PDT) com 438 votos, João Batista Santana Tavares (PDT) com 568 votos, José Antônio Nogueira de Souza (PT) com 656 votos, Josivaldo Abrantes dos Santos (PL) com 584 votos, Paulo Sérgio da Silva Melo (PSDB) com 553 votos, Paulo Sérgio Lobato Nunes (PL) com 372 votos, e João Batista Bezerra Nunes (PMDB) com 690 votos.



O jovem professor Antônio Nogueira foi um dos novos nomes a serem formados para a legislatura municipal

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Heitor Picanço: o prefeito "pró-têmpore" de Santana




Alguns podem não acreditar, mas o professor amapaense Heitor de Azevedo Picanço (foto acima), que lamentavelmente faleceu na última segunda-feira (29/08) chegou a assumir interinamente a Prefeitura Municipal de Santana por um período de seis meses, enquanto tramitava os interesses públicos para eleição do primeiro prefeito diretamente optado pelo povo santanense.

Após a criação do recém criado município de Santana, baseado na Lei Federal n.º 7.639 de 17 de dezembro de 1987, diversas bases políticas começaram a se formar com intenção de homologarem a indicação de seus candidatos para o cargo de chefe do Executivo daquele novo município amapaense.

Como as eleições municipais somente ocorreriam no final de 1988, seria necessário que um mandatário ficasse ocupando a vaga temporariamente até a conclusão do pleito eleitoral e a transição dos cargos.

Na época, a pequena cidade de Santana ainda estava sendo “chefiada” pelo agente distrital Haroldo da Silva Oliveira que estava no cargo desde junho de 1986, por nomeação do então prefeito de Macapá Azevedo Costa e desenvolvia um trabalho técnico-administrativo na mesma altura de um gestor municipal: acompanhava e vistoriava os serviços de construção civil na cidade, preparava extensos relatórios emblemáticos que eram encaminhados à Prefeitura de Macapá e ainda recolhia tributos do comércio local.

Agora com a emancipação política de Santana, os procedimentos administrativos não iriam sofrer muita alteração sobre o mesmo trabalho que já vinha sendo empenhado na agência distrital daquela localidade, mas aumentaria o número de funções administrativas para auxiliarem o novo prefeito nos trabalhos e ações sociais de sua gestão.

Em 1º de julho de 1988, o então governador do Amapá Jorge Nova da Costa sanciona o Decreto nº 894/88, que nomeia o professor Heitor de Azevedo Picanço para ocupar o cargo de prefeito “pró-têmpore” do município de Santana. Vale ressaltar que a indicação do professor Heitor Picanço para tal vaga partiu do então Deputado Constituinte pelo Amapá Comandante Anníbal Barcellos, por quem o professor Heitor sempre manteve uma grande relação de amizade desde o tempo que Barcellos havia governado o Amapá entre 1979 e 1985.

A posse do professor Heitor Picançono no cargo de prefeito santanense ocorreu na semana seguinte (mais precisamente na manhã do dia 08 de julho), numa cordiosa cerimônia realizada na (antiga) sede social do Independente Esporte Clube, no centro da histórica Vila Dr. Maia. Na ocasião, estiveram presentes diversas autoridades políticas e sociais, como o próprio governador Nova da Costa, deputado Anníbal Barcellos, vereadores Rosemiro Rocha e Redimilson Nobre, entre outros, na qual assistiram ao ato de transição administrativa, onde o agenter Haroldo Oliveira entregou a função para o “primeiro” prefeito de Santana, ou seja, simultaneamente, foi extinta a função de agente distrital para ocuparem agora o cargo de prefeito municipal.

Até o dia 31 de dezembro de 1988 – data em que o professor Heitor Picanço teve que repassar a função ao novo prefeito eleito pelo povo –, somente ações ligadas às implantações funcionais foram realizadas por esse gestor. Criou todos os cargos ligados ao primeiro escalão (secretários municipais) e distribuiu as funções inferiores desses setores (assessores, auxiliares, chefes de departamentos), deixando organizado o quadro administrativo do município para seu sucessor.

Ainda chegou a participar de algumas reuniões comunitárias, na qual tomou conhecimento das dificuldades enfrentadas por moradores de alguns bairros de Santana, onde posteriormente chegou a repassar tais situações ao primeiro prefeito eleito pelo povo. Segundo revelou o professor Heitor (muitos anos depois), ele só não sabe se essas questões comunitárias que foram levadas ao novo prefeito chegaram a ser resolvidos.

Mas oque historicamente sabemos – e até podemos confirmar – nos relata que Heitor Picanço também já esteve exercendo o cargo de prefeito de Macapá duas vezes, sem deixar de falar nos inúmeros cargos de confianças que já empenhou em sua vida, tanto na área política e pessoal, como também na área esportiva.

Comandante Barcellos (III)

Passado poucos meses após deixar o Governo amapaense, Comandante Anníbal Barcellos ainda elegeu-se Deputado Federal pelo Território Federal do Amapá em 1986, onde buscaria apresentar e propor projetos que transformariam as condições políticas e sociais do Amapá.

Em outubro de 1990, Barcellos retornaria ao cargo majoritário do Executivo amapaense ao ser o primeiro governador eleito pelo voto direto, conquistando mais de 67% da preferência popular, ficando no poder até dezembro de 1994.

Abaixo, descrevemos algumas das inúmeras obras e serviços públicos realizados pelo Comandante Barcellos durante sua 2ª gestão à frente do Governo do Amapá, apresentando suas no município de Santana:

* Obras realizadas em Santana no ano de 1991 – Implantação de uma unidade de atendimento ao migrante em Santana (portuária); elaboração de projeto de captação de recursos federais para a Colônia de Pescadores de Santana Z-6; planejamento de construção e obstrução do Canal de drenagem do bairro Paraiso; construção do ramal de acesso Santana/Elesbão; Construção do Posto Médico e da Escola Francisco Walcy (ambas no bairro Nova Brasília); Construção de 24 boxes para feirantes (portuária); Construção do Posto médico do Igarapé da Fortaleza; limpeza do local para construção do futuro estádio Antônio Villela (comercial); implantação do Matadouro Municipal de Santana.

* Obras realizadas em Santana no ano de 1992 – Construção do sistema de abastecimento de água do Igarapé Fortaleza, da Vila Elesbão e da Ilha de Santana; Construção das redes de distribuição de energia elétrica dos bairros Novo Horizonte e Vila Daniel; ampliação da rede elétrica do bairro Jardim Paraíso (10,24km); ampliação da rede elétrica do Igarapé da Fortaleza e Mutirão do Paraíso (1,76km); Construção da rede elétrica para atender o bairro Fonte Nova; Iluminação da Praça do Hospital Estadual de Santana; reforma da EPG do Igarapé do Lago (distrito santanense); aterro de ruas e avenidas em Santana; Construção de um sistema da feira do produtor da área portuária; Construção de passarelas na Avenida Coelho Neto (1,21km), no bairro Hospitalidade (1,4km), no Igarapé Fortaleza (1,25km) e na Baixada do Ambrósio (2,55km); Construção da Escola Estadual José Ribamar Pestana (Nova Brasília II); restauração e lançamento básico na Avenida Santana; Construção de sanitários públicos e tanque no Mercado Municipal de Santana; manutenção no prédio do posto de arrecadação no distrito de Igarapé da Fortaleza; reforma do prédio das Escolas Anníbal Barcellos, Augusto Antunes e Barroso Tostes;

* Obras realizadas em Santana no ano de 1993 – Instalação do Frigorífico Municipal de Santana; construção de passarelas e um centro comunitário na vila Delta do Matapí; construção de um pré-escolar no bairro Jardim Paraíso; construção de 02 blocos de salas de aula na EPG Augusto Antunes; Instalação de grupo gerador de 270KVA no Hospital Estadual de Santana; Construção da Escola Estadual Everaldo Vasconcellos (Paraíso); Implantação da 6ª Zona Eleitoral de Santana; Construção da Escola Estadual Catarina Dantas (Novo Horizonte); Instalação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS).

* Obras realizadas em Santana no ano de 1994 – Construção das Escolas Izanete Victor (Mutirão) e Antônio Januário (Fonte Nova); extensão da rede elétrica para os bairros Elesbão e Delta do Matapí.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Comandante Barcellos (II)

Em 15 de março de 1979, acompanhado de sua esposa, Dona Mariinha Barcellos, o Comandante da Marinha Brasileira Anníbal Barcellos assumiria o Governo do então Território Federal do Amapá, sob nomeação ordenada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, General João Figueiredo, permanecendo no cargo até março de 1985.

Durante seis anos, construiu inúmeras obras no setor da infra-estrutura e da saúde, além de realizar diversos serviços assistenciais, melhorando até mesmo as condições de vida do povo amapaense. Abaixo, descrevo algumas obras realizadas em Santana durante sua primeira gestão no Governo do Amapá.

* Obras realizadas em Santana no ano de 1979 – Implantação do Distrito Industrial de Santana, nas margens do rio Matapí; Aterro da área interna do Centro Social Urbano “Vitória Régia” (Vila Maia);

*Obras realizadas em Santana no ano de 1980 – Construção do Módulo Esportivo (Vila Maia); Reforma e adaptação do prédio da EPG Prof.ª Elizabeth Esteves (bairro Hospitalidade); Construção da EPG Joanira Del Castillo (Nova Brasília); Reforma e adaptação geral dos armazéns 1/2/3 da Senava (área portuária);

* Obras realizadas em Santana no ano de 1981 – Ampliação da EPG Joanira Del Castillo (Nova Brasília); Construção e fornecimento de equipamentos da EPG da Ilha de Santana; Construção de quadra polieportiva da EPG Barroso Tostes (Vila Maia);

* Obras realizadas em Santana no ano de 1982 – Construção de um posto de saúde na Ilha de Santana; Revestimento Primário em diversas vias públicas da Vila Maia; Revestimento primário de vias na Vila Piscina; Reforma e adaptação do prédio da Delegacia de Polícia (Vila Maia); Construção do Porto Organizado de Macapá (portuária); reforma de revitalização da Praça Cívica de Santana;

* Obras realizadas em Santana no ano de 1983 – Construção do (atual) Hospital de Santana; Reparos no escritório do galpão da SENAVA (área portuária); Construção do Centro de Atenção ao Menor (Nova Brasília); Reparos e adaptação de unidades de saúde da Vila Maia; Construção e reforma da geral da EPG Barroso Tostes; Construção do Posto de Arrecadação da SEFIN (área portuária); Construção do Terminal de Cargas e passageiros (portuária); reforma e ampliação da residência do delegado de Santana; Reforma do posto de saúde da Ilha de Santana; Construção de um pavilhão na EPG Simão Corridori; Ampliação da EPG Elizabeth Esteves.

* Obras realizadas em Santana no ano de 1984 – Construção da Delegacia de Polícia de Santana (portuária); Ordenamento de 200 lotes de terras em Santana (Paraíso); Construção da EPG Anníbal Barcellos (in memoriam); Construção da Agência de Rendas de Santana (portuária); Construção do prédio da Superintendência Regional da CEA em Santana;

* Obras realizadas em Santana no ano de 1985 – Construção da rede elétrica para atender o bairro Jardim Paraíso; Reforma e ampliação da EPG Augusto Antunes (Nova Brasília);