Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 28 de julho de 2013

"Jornal de Santana"


Período de circulação: Setembro/1990 a Junho/2000.
Total de publicações: 28 edições.
Fundado no dia 20 de Setembro de 1990, o “Jornal de Santana” foi na verdade uma segunda tentativa do empresário Ranolfo Gato em divulgar os fatos relacionados ao recém-criado município de Santana.
Inicialmente passou a circular de forma quinzenal durante sete meses, porém, a falta de investimentos fizeram o jornal paralisar por quase um ano, retornando em janeiro de 1992, sendo agora um veículo que serviria para auxiliar na campanha política do então Deputado Estadual Jarbas Gato (pai do empresário Ranolfo Gato, dono do jornal) que lançou-se naquele ano para disputar a vaga de prefeito de Santana, mas acabou perdendo para Geovani Borges. Durou até novembro de 1992.
Houve uma tentativa de retomar em 2001, quando o empresário Ranolfo Gato foi eleito vereador de Santana, circulando ainda 08 edições nessa nova etapa, mas o vereador preferiu desistir do projeto por considerá-lo de alto custo.

Jornal "Mensageiro do Porto"


Período de circulação: Outubro/1986 a Janeiro/1987.
Total de publicações: 07 edições.
Lançado em 10 de Outubro de 1986, este foi o único jornal a circular em Santana durante a década de 1980, apesar da cidade portuária já ter um espaço privilegiado em diversos outros circulantes da época (como Jornal Marco Zero, Jornal do Povo).
Idealizado pelo empresário Jarbas Gato, o jornal tinha 06 páginas (havendo um encarte especial), e tratava mais de assuntos do interesse político do Amapá, registrando apenas inaugurações públicas e publicações de artigos assinados por grandes nomes como o então Deputado Federal Geovani Borges, o ex-governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos e o professor Antônio Pontes.
Inicialmente circulou de forma semanal, com tiragens de 500 exemplares, mas oscustos para sua publicação forçaram-no a circular de maneira quinzenal.
Em 16 de Novembro do mesmo ano (1986), Jarbas Gato lançou outro jornal (“O Combate”), dessa vez com circulação fixa em Macapá e Santana, e seu primeiro jornal (“Mensageiro do Porto”) se tornaria uma publicação suplementar do jornal “O Combate”, recebendo um novo título no suplemente (“Santana Flash”), com reportagens feitas por Robério Aleixo, durante até o final do jornal “O Combate”, ocorrida em dezembro de 1992.
Em seu curto período de duração, o “Mensageiro do Porto” testemunhou diversos eventos sociais e politicos, como duas importantes inaugurações ocorridas em Santana, visando o melhoramento local, que foi a entrega da Feira Popular do bairro Nova Brasília e o 1º sistema de abastecimento de água do bairro Jardim Paraíso, ambas construídas em 1986.

sábado, 13 de julho de 2013

ICOMI NOTÍCIAS: Uma Revista de Todos Para Todos


Capa da 1ª Edição da revista mensal ICOMI NOTÍCIAS, de Janeiro de 1964. Com o slogan "De Todos Para Todos", a revista registrou diversos acontecimentos, em sua maioria com a participação social da empresa ICOMI, que contribuiu no desenvolvimento dos núcleos populacionais ao redor da mineradora.

Período de circulação: Janeiro/1964 a Julho/1967. Total de publicações: 38 edições. 
Lançado em Janeiro de 1964, foi a primeira revista institucional a circular no Território Federal do Amapá, sendo editado pelo Departamento de Relações Públicas da ICOMI, com tiragem mensal de 3 mil exemplares, distribuídos gratuitamente aos funcionários da mineradora e para aqueles que gostavam de uma leitura diversificada. Essa publicação era tão bem contemplada por seus realizadores que mereceu uma luxuosa festa em seu lançamento, ocorrida na noite de 18 de janeiro de 1964, na sede social do Santana Esporte Clube (Vila Amazonas). 
Seu corpo editorial era composto de profissionais que já conheciam o ramo da comunicação regional, sendo eles: Euvaldo Simas Pereira (Redator-chefe), Mário Vasconcellos (Redator), Fernandes Lima (Revisor) e Mário Parpagnoli (Arte), Jorge Mota (Técnico-gráfico). As reportagens externas eram feitas por nomes como Eduardo Lyra Ferreira, Juarez Boas Novas Maués, JoséAntônio Aleixo e Edilson Sales Abrahim.
Com 34 páginas (muitas vinham coloridas), a revista abordava diversos assuntos de interesse local, pautando sobre os fatores sócio-econômicos e até políticos, onde também documentava a vida e o cotidiano social daqueles que habitavam nas vilas operárias da ICOMI, focando as ações empenhadas pela mineradora em prol do Amapá (atendendo nas melhorias do setor da saúde, da agricultura, da assistêncial social, e outras áreas).
Os artigos publicados na abertura da revista eram mensalmente assinado por grandes autoridades que integravam a cúpula administrativo do Grupo CAEMI (Dr. Paulo Antunes, Hermelino Gusmão, Flávio de Miranda Carvalho, Francisco de Paula, e outros diretores), na qual expressavam com franqueza e otimismo os os objetivos que a empresa desenvolvia para seus funcionários e para o povo do Amapá. Tanto que na primeira edição da revista, o artigo inaugural seria de autoria do empresário Augusto Trajano Antunes (Presidente do Grupo CAEMI) onde descreveria os objetivos sociais desta revista assim registrado em um dos parágrafos do texto abaixo:
“Será a nossa revista também um elo de ligação com as demais comunidades do Território Federal do Amapá e com a própria Amazônia, da qual todos, individual ou coletivamente, formamos parte integrante. Estamos no Amapá – os amapaenses e os filhos de outros rincões nacionais – reunidos com o mesmo espírito de brasilidade, o mesmo apêgo à terra, o mesmo desejo de progresso e de ordem, os mesmos ideais. ICOMI NOTÍCIAS servirá a este propósito, não duvido, de concentração de esforços pelo bem comum, por passos mais largos de progresso do Território Federal do Amapá, nos campos da cultura, da economia e do fortalecimento social.”
Todos os eventos cívicos, esportivos e sociais, que eram constantemente organizados pela gerência da ICOMI no Amapá recebiam a cobertura fotográfica e contextual da Revista, assim como os projetos assistenciais mantidos pelas instituições criadas por seus colaboradores (como a realização de bingos beneficentes e a distribuição de roupas e comida para famílias carentes que residiam nas regiões próximas da mineradora).
A constituição administrativa de empresas locais como BRUMASA, COPRAM e IRDA (todas pertencentes ao Grupo CAEMI) também foram destaques nas páginas da Revista IN, tornando pioneira na comunicação institucional no Amapá.
A partir junho de 1966 (edição 30), e revista tornou-se uma publicação bimestral em virtude de mudanças internas na ICOMI, porém, mantendo seu modo de informar os acontecimentos da mineradora. Circulou até julho de 1967 quando parte de sua equipe de redatores solicitaram demissão do Grupo CAEMI e seguiram para outros Estados Brasileiros.

domingo, 7 de julho de 2013

"O Barranco": Primeiro Jornal de Santana



Na foto (1964), a equipe de redatores do jornaleco "O Barranco" preparando as pautas a serem publicadas no semanário.

Bastou a intenção de um grupo de jovens funcionários lotados na Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI) para que um simples informativo viesse a se tornar o ponta-pé inicial da história da imprensa em Santana. Ao se reunirem nos finais-de-semana, durante passeios pitorescos em terrenos particulares ou até mesmo por ocasião de uma descontraída partida de futebol no gramado do Estádio do Santana Esporte Clube (hoje Estádio “Augusto Antunes”), os trabalhadores novatos da mineradora, nomes como Aurílio Lima, Edison Santos, Reynaldo Pinto, Gutemberg Menezes, Álvaro França, Francisco Lima e Manoel Araújo, juntariam suas idéias e criariam um excêntrico jornal denominado “O BARRANCO”, na qual seria o órgão pioneiro do jornalismo amador na ICOMI.

Oficialmente fundado na manhã do dia 07 de julho de 1963, carregava estampado em sua capa o seguinte slogan: “O Barranco: Jornaleco Semanal da Turma do Barranco”, contando com o talento comunicativo e literário desses 07 operários icomianos que semanalmente marcavam uma reunião para assim juntarem as informações colhidas durante a semana e debaterem somente as notícias que seriam posteriormente publicadas.

Mesmo não havendo uma sede fixa para seu funcionamento, sua equipe editorial não media esforços para se reunirem, ora na cantina da empresa ICOMI, ora na casa de algum de seus redatores, onde buscavam fechar a edição semanal ainda nos dias de quinta ou sexta-feira, para que todo esse material selecionado fosse diagramado e formatado – através de um processo manual contendo apenas uma máquina de datilografia “Olivetti” e um aparelho mimeógrafo (gentilmente cedido pelo Departamento de Recursos Humanos da ICOMI), onde eram produzidos e editados os mais de 100 exemplares do jornaleco. O semanário não tinha imagens fotográficas, apenas gravuras explicativas que acompanhavam os textos impressos.

Mas com estas humildes ferramentas, “O Barranco” mostraria sua capacidade de informar, quando inicialmente circularia apenas nas dependências internas da mineradora, e após algumas semanas conquistando novos leitores, ampliaria seus objetivos de comunicação local, indo registrar os acontecimentos sociais e religiosos do núcleo populacional da Vila Drº Maia.

Deste núcleo foram publicados diversos acontecimentos notórios, como: o primeiro plano urbanístico para a Vila Drº Maia (1963); a abertura de novas ruas e avenidas que interligariam a Vila Amazonas com a Vila Drº Maia (1963); as primeiras reuniões estatutárias do Independente Esporte Clube (1963); o remanejamento das famílias das áreas da Olaria para uma área na Vila Drº Maia (1964); o interesse de técnicos da ICOMI para implantar uma emissora de TV no Amapá (1967), entre outras notícias.

Vale ressaltar que o semanário consistia, na verdade, de apenas duas páginas (frente e verso) que eram divididos por assuntos diversificados, como notícias comunitárias, notas de reuniões sociais, seção de esportes e seção literária. Era uma publicação bem modesta, mas bastante eficiente, justamente por contar um pouco do desenvolvimento social e econômico que vinha consideravelmente se expandindo pelos núcleos urbanos que posteriormente formariam o atual município de Santana, onde se incluía comentários críticos e elogiosos sobre alguns desses importantes fatos para a comunidade santanense.

A idéia em levar o projeto de informar com o jornaleco era tão determinante que os gastos na produção e distribuição (gratuita) do folhetim eram custeados por seus próprios realizadores, recebendo em troca apenas o prestígio de terem levado a informação ao conhecimento popular. Segundo informações repassadas pelo saudoso Manoel Araújo, as edições eram distribuídas em blocos de 20 exemplares na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (próximo a Vila Amazonas) e nas duas únicas escolas existentes na Vila Drº Maia, que eram: Escola Barroso Tostes e Escola Porto de Macapá (hoje Escola Amazonas).

No final de 1965, a circulação do jornaleco passou a ser quinzenal devido o custo com sua publicação ter ficado sob responsabilidade de apenas três colaboradores, mas ainda mantendo a mesma linha editorial com suas seções e informações a serem divulgadas. Buscando discutir os variados assuntos que repercutiam constantemente entre a capital Macapá e as vilas adjacentes da ICOMI, o Padre Ângelo Biraghi passou a contribuir com seus artigos religiosos e textos de opinião como forma de estabelecer suas idéias de líder eclesiástico na região e buscar soluções para os problemas sociais existentes em Santana.

Foi justamente em um artigo de autoria do padre Biraghi, publicado na edição n.º 29 do jornaleco “O Barranco”, da segunda quinzena de janeiro de 1966 (depois reeditado em 1973 no jornal “A Voz Católica”), que a prostituição descontrolada na área portuária de Santana foi levada ao conhecimento das autoridades competentes, sendo com isso, tomado providências com ações de retiradas de bares irregulares e empregado um horário limitado para manterem tais estabelecimentos abertos durante o horário noturno. A repercussão do artigo foi que popularizou a existência de prostíbulos na zona portuária de Santana, quando antes essa fama estava voltada para a Doca da Fortaleza (em Macapá).

O surgimento de novos períodicos que vinham da capital (Macapá) e até mesmo a falta de investimentos de novos colaboradores forçaria o jornaleco santanense a reduzir sua tiragem (para 50 exemplares por edição) e passaria a circular mensalmente a partir de outubro de 1965, mas ainda mantendo seu estilo de informar os principais acontecimentos sociais das Vilas Dr.º Maia e Vila Amazonas.

Em maio de 1967, depois de um longo período de insistentes e complicadas formas de manter sua circulação, o folhetim “O BARRANCO” encerraria definitivamente suas atividades em prol da informação comunitária local, mas deixando seu nome escrito na história das comunicações de Santana.

Até o início do ano de 2001, era possível encontrar alguns exemplares raros desse jornal na Biblioteca Pública Municipal de Santana para consulta pública, assim como outros materiais que descrevem a evolução histórica da comunicação do município. Porém, com o fechamento temporário da biblioteca e suas constantes reformas físicas, tais jornais foram inexplicavelmente extraviados, apesar das diversas tentativas de localização desses materiais durante processo de levantamento patrimonial do acervo existente naquela instituição bibliotecária.