Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 19 de agosto de 2012

Uma lutadora, um orgulho para Santana


Na foto, a santanense Mira Rocha ao lado do pai, Rosemiro Rocha, considerado uma referência articuladora na política amapaense


Quem procurar em Santana por Elizalmira do Socorro Arraes Freires, é muito provável de não informarem de quem realmente de trata. Porém, perguntando por Mira Rocha, com certeza saberão obter muitos detalhes de uma vida pública e cheia de produtividade para com o povo do segundo maior município de Amapá. 

Nascida na antiga Vila Toco (atual bairro Comercial de Santana), em 17 de agosto de 1972, filha de Dona Francisca Tereza Arraes Freires e Rosemiro Rocha Freires, sendo este um dos maiores articulares da política amapaense, Mira Rocha (como é popularmente conhecida no âmbito social e político), sempre viu em seu genitor um bom exemplo a ser seguido. Somente a trajetória pública de Rosemiro Rocha inclui: Vereador pelo município de Macapá (quando Santana ainda era distrito da capital amapaense); foi Deputado Estadual em duas legislaturas, assim como também prefeito de Santana em duas ocasiões de sua história moderna. 

Em todas essas caminhadas, Rosemiro teve sempre teve ao lado esta forte aliada. Uma mulher determinada que desde os 16 anos trilha com o pai nos caminhos da política. Somente com o pretexto de ficar “colada” ao lado do amor paterno, amigo e grande político, com isso, tornando-se funcionária pública do quadro efetivo da Assembléia Legislativa do Amapá. 

Mulher, Jovem e Competente
Determinada, dinâmica, ferosa como toda leonina, logo formou-se na área de Bacharelado em Direito, no Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP). Antes disso, cursou Psicologia em São Paulo (SP). Mas em sua origem escolar, ainda estudou na rede pública de ensino, passando pelas Escolas estaduais Elizabeth Esteves e Augusto Antunes. Veio a concluir o Ensino Médio no antigo Colégio Comercial do Amapá (CCA), atualmente conhecido como Escola Gabriel de Almeida Café, em Macapá. Politica por definição, vocação e convicção, almejou a vida pública a partir dos 12 anos de idade. Filiou-se ao antigo Partido Liberal (PL) com 16 anos. 

De militância em militância que, em outubro de 2002, elegeu-se Deputada Estadual pelo PL, repetindo a competência e dinamismo em 2006 (eleita em 12º lugar com 5.303 votos), e consecutivamente na última eleição estadual, em 2010, ficando em 8ª colocação com 6.891 votos (estando agora filiada ao Partido Trabalhista Brasileiro-PTB). 

Na Assembléia Legislativa, tornou-se uma grande escudeira e advogada em prol das causas e direitos femininos. Requereu o desmembramento da Delegacia de Mulheres do CIOSP. Argumentou sobre a necessidade da Delegacia Especializada com reservas, para evitar constrangimentos. E só no primeiro mandato parlamentar, conseguiu aprovar vários Projetos de Leis, Requerimentos e Indicações. Todos voltados para os interesses da sociedade, como é o caso do FIESAP. Esta entidade é que beneficia toda a comunidade acadêmica de cursos superiores do Estado do Amapá. Sendo também de sua autoria a criação do Dia Estadual do Evangélico, comemorado anualmente no dia 30 de novembro, assim como o financiamento aos taxistas para renovação de frota de veículos e outros projetos. 

Representando o Amapá
Mira Rocha representou a Assembléia Legislativa do Amapá em vários Seminários e Congressos regionais e nacionais. Vem atuando em diversas comissões parlamentares. Em seus pronunciamentos, projetos e requerimentos direcionados ao Executivo Estadual, Mira busca prioridade para a Educação Universitária, como forma de melhorar a formação curricular e a profissionalização do estudante amapaense. 

Vale ressaltar que em 1995 foi a primeira presidente da União de Mulheres Santanenses, onde desenvolveu vários projetos socioeducativos, que tanto beneficiaram as mulheres e famílias do município de Santana. Em 2001, assumiu a Assessoria de Relações Comunitária da Prefeitura de Santana que, juntamente com a Secretaria Municipal de Promoção Social, lutariam para trazer para Santana programas sociais como o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) junto ao NAF (Núcleo de Apoio a Família). 

A grande Mulher
Inspirado pelo amor humano e fraternal em que sempre conviveu, decidiu adotar quatro filhos, todos considerados orgulhos de sua luta, já havendo dois que cursam o ensino superior. Em alguns de seus hobbys, busca na Internet aprimorar seu conhecimento e estar em contato com o mundo, sendo a leitura mais que um prazer, um hábito. Um de seus autores preferidos é Luiz Fernando Veríssimo. Adora ouvir MPB e cantores regionais, onde declara-se publicamente fã da cantora Patrícia Bastos. Em família,  Mira prefere ficar com o pai e seus filhos juntos, principalmente no finais de semana. 

Este é um pequeno perfil biográfico de Mira Rocha, uma mulher lutadora, política, filha, mãe e grande amiga do povo do Estado do Amapá, em especial, de seus conterrâneos do município de Santana. 

Parabéns pelos 40 anos de vida e por tantos serviços que vem prestando ao nosso povo!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Aspecto inicial da área do Porto de Santana



Registro fotográfico do pequeno ancoradouro da ICOMI, no anos iniciais de sua instalação em Santana, no final da década de 1940.



Muita gente já deve ter visto esta relíquia fotográfica acima, mas poucos devem ter pelo menos a idéia de imaginar o ano em que foi registrado este momento do chamado “período inicial da história de Santana”.

Para os interessados na história santanense – ou apenas curiosos de plantão –, o tal registro aconteceu de maneira casual, em 1949, quando os técnicos enviados da empresa Indústria e Comércio de Minérios Ltda. (antiga ICOMI) estiveram visitando o então Território Federal do Amapá para efetuarem os primeiros estudos de construção de um porto dedicado exclusivamente para escoar o recém descoberto minério de manganês da região de Serra do Navio.

De acordo com diversos depoimentos colhidos de ex-funcionários da mineradora ICOMI e baseado em históricos documentos da extinta administração territorial amapaense, o então governador Capitão Janary Nunes (que governou o Amapá no período de janeiro de 1944 a fevereiro de 1956) já vinha cogitando, desde meados da década de 1940, planos para construir o futuro Porto Comercial de Macapá numa área onde hoje está situada a Área Portuária de Santana, mas devido haver uma cláusula, descrita no acordo feito entre a mineradora ICOMI, o Governo Federal e o Governo amapaense, ficou decidido que uma extensa área de terras de Santana seriam temporariamente cedidas para a mineradora (a longo prazo), o que obrigou o governador Janary Nunes a buscar uma nova alternativa geográfica para seu grandioso projeto.

Com isso, o prédio visto nesta foto foi na verdade levantado pela Divisão de Obras do Governo Territorial do Amapá (atual Seinf) em 1949 com intuito de servir de armazém público, mas acabou sendo entregue para a ICOMI no ano seguinte, funcionando como Almoxarifado da mineradora por quase três décadas, até ser novamente devolvido ao Governo do Amapá que posteriormente cedeu o local para a extinta Brumasa (fabricante de compensados da região) por um curto período de uso, e atualmente vem abrigando alguns setores de atendimento da área da saúde municipal de Santana (clínico geral, pediatria, cardiologia, etc).

domingo, 5 de agosto de 2012

Descrições Sobre a Evolução Populacional de Santana


Com população inicial de 283 habitantes, Santana tem hoje mais de 100 mil habitantes espalhados em todo seu município.


Os primeiros sinais ligados à expansão populacionais de Santana foram registrados ainda no final da década de 1940, quando a extinta empresa de mineração ICOMI iniciou os estudos topográficos para montagem de seu cais flutuante. Em 1949, já havia pouco mais de 150 pessoas que residiam na Ilha de Santana, enquanto que outras chegaram periodicamente na região, trazendo consigo suas famílias, buscando assim melhores condições de sustento. 

Um pouco antes (mais precisamente a partir de 1945), o Serviço de Geografia e Estatística do então Governo Territorial do Amapá iniciou um intensivo levantamento anual sobre o crescimento sócio-populacional deste recém-criado como forma de acompanhar sua evolução demográfica e as consequências geradas pela migração desordenada que assolava a região. 

Em julho de 1950, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o então Território Federal do Amapá já continha quase 40 mil habitantes, ou seja, havendo crescido em mais de 15 vezes acima do esperado desde sua implantação político-territorial em 1944. 

Segundo este relatório divulgado pelo IBGE, nota-se que havia 283 habitantes residindo na Ilha de Santana, enquanto que outros 34 habitantes já fixavam moradias numa área em volta do canteiro de obras do futuro Porto de minérios da ICOMI, em Santana, com isso totalizando 317 habitantes espalhados em essas duas áreas. 

Porém, esse índice populacional foi periodicamente se ampliando em virtude da instalação do Projeto ICOMI ainda em meados da década de 1950, dando origem a núcleos suburbanos que se espalhavam por áreas de terras entre o portão de entrada da ICOMI e a vila portuária do Igarapé da Fortaleza. 

No início de 1956, a Prefeitura de Macapá constatou a existência de pelo menos três núcleos populacionais espalhados nas imediações do Porto de embarque de minérios da ICOMI, que eram: a Vila Papelão ou Duplex (onde hoje está situada a área portuária e o inacabado Terminal Hidroviário de Santana); a Vila da Olaria (onde hoje fica o Quartel do Corpo de Bombeiros de Santana); e o alojamento interino de operários da ICOMI (que foi temporariamente montado numa ara onde hoje fica o prédio do Superfácil). Esses vilarejos povoavam cerca de 850 pessoas, entre crianças e adultos. 

A partir de meados de 1958, a empresa ICOMI passou a se preocupar com a questão do possível crescimento desordenado que ocorreria nas imediações das áreas em que atuava seu projeto de exploração de minério. Sob tal situação, passou a realizar um levantamento anual dos habitantes que residiam nas adjacências de suas instalações industriais e moradias. O levantamento constava de três técnicos contratados pela mineradora que percorriam os pequenos núcleos urbanos que se formavam entre o cais de embarque de minérios da ICOMI, seguindo até a área onde estava sendo construída a luxuosa Vila Operaria, posteriormente denominada de Vila Amazonas. 

Vale informar que essas informações levantadas pela ICOMI eram também repassadas ao Poder Público Municipal da capital amapaense como forma de conhecer a situação socioeconômica e sua infraestrutura, podendo assim buscarem maneiras de aplicarem uma política mais coerente para os habitantes que residiam nesses núcleos considerados suburbanos. 

Em março de 1961, o povoado santanense já havia cinco vilas espalhadas entre as instalações portuárias da ICOMI e o canteiro de obras da futura Vila Amazonas. As vilas eram: São Francisco (contendo 34 casas), Vila Maia (com 85 casas), Vila Toco (com 35 casas), Vila Olaria (com 76 famílias) e Ilha de Santana (com 83 famílias). 

Segundo registros, no ano seguinte (1962), havia pouco mais de 6 mil habitantes espalhados em 11 vilas existentes nas imediações do Canal Norte do Rio Amazonas e a mineradora ICOMI, incluindo a vila operária da ICOMI (Vila Amazonas) que estava em fase de final de construção (apesar de ali haver famílias de funcionários da mineradores residindo desde 1956, quando ainda estavam construindo os primeiros alojamentos primários daquele conjunto residencial privado. As vilas suburbanas que agora formavam Santana eram: Vila Maia, Vila Floresta, Vila Matadouro, Vila Toco, Vila Confusão, Vila Galdino, Vila da Cerca, Vila Muriçoca e Vila do Bueiro. 

No início da década de 1970, algumas dessas vilas suburbanas que se espalhavam nas proximidades das instalações da ICOMI foram se unificando com outros vilarejos, formando assim pequenos bairros conhecidos de Santana, como área Comercial, bairro da Floresta, bairro Novo, bairro dos Remédios e outros que conhecemos. Tanto que a unificação desses vilarejos já totalizava, em novembro de 1970, mais de 12 mil habitantes dentro do núcleo mais populoso que existia, a famosa Vila Maia. 

Contestações do crescimento populacional pós-município
Com a emancipação política de Santana, a partir de 1987, o novo município amapaense não deixaria de ser como outras cidades recém-criadas, pois, também sofreria com o fluxo migratório de famílias oriundas de Estados brasileiros como Pará e Maranhão. 

No entanto, inicialmente, essa migração não foi tão preocupante para o Poder Público competente, pois, a estrutura político-administrativa da nova cidade ainda não oferecia inúmeras condições urbanas para o possível impacto do crescimento populacional da região. 

Porém, com a criação a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), em maio de 1992, e sua implantação no ano seguinte (1993), houve um imediato impulso no crescimento populacional nas duas maiores cidades do Estado do Amapá, sendo que em menos de dois anos esse número subiu em mais de 25%, ultrapassando em 60 habitantes, e consecutivamente aumentando (desordenadamente) entre 20% a 30% anual. 

Em março de 1993, o então prefeito de Santana Geovani Borges recebeu do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o resultado do Censo populacional, que alegava o apontamento de 51 habitantes em todo perímetro urbano e rural do município. Porém, Geovani Borges detectou diversas falhas no Censo e solicitou que o órgão efetuasse uma recontagem, pois, considerava inconfiável os números indicados pelo IBGE para formalizar no processo censitário de 1991. 

Ainda, de acordo com a Prefeitura de Santana, muitas famílias alegaram não terem sido censeadas (cotadas no Censo) pelo IBGE, mesmo residindo em Santana há mais de uma década. Sendo assim, técnicos contratados da Prefeitura de Santana ainda efetuaram um levantamento parcial da população de Santana, que em menos de 30 dias de coletas de informações, apontaria mais de 65 mil pessoas em Santana. Parte desse levantamento realizado pela Prefeitura de Santana consistiu em um recadastramento de imóveis, distribuídos em três grupos de pesquisas. 

Em resposta à ação da Prefeitura de Santana, o IBGE apresentou judicialmente diversos documentos que comprovavam os tramites das pesquisas de censo, na qual demonstrava que muitas famílias migravam temporariamente de lugares e retornavam após certo período de afastamento. O resultado favoreceu o IBGE, que manteve oficialmente o resultado de sua contagem, calculada em 51.451 habitantes para o Censo Nacional de 1991. 

Outros Dados
Até agosto de 2000, Santana já havia 80.169 habitantes, sendo que 40.222 eram homens e 39.947 eram mulheres. Desse número, 75.849 habitantes residiam na área urbana e o restante na área rural. Em menos de quatro anos, índice subiu em quase 15%, chegando a população santanense em 91.310 habitantes. 

Em 05 de outubro de 2007, a Gerência Regional do IBGE no Amapá divulgou o Censo 2007, onde previa que a população de Santana chegasse a 101.864 habitantes, mas os novos dados apontariam a existência de 87.829 habitantes. Ou seja, um crescimento de 13,77% abaixo do esperado pelo IBGE. Houve uma revisão nos dados, mas o censo se manteve em 91.615 habitantes. O IBGE ainda realizou uma inspeção em todos seus dados armazenados em computadores (notebook) e PD’s realizados nas pesquisas como forma de detectar alguma falha no censo, mas não constatou qualquer indicador errado. 

O censo mais recente efetuado pelo IBGE indica que Santana tem 101.262 habitantes, ocupando uma área territorial de 1.579,600km² (demonstrando 64,11 habitantes por km²).