Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Festa na Milionésima Tonelada de manganês em Santana


28.05.1958 - Chegada do trem icomiano ao pátio da empresa, em Santana, descrevendo na faixa frontal sobre a quantidade alcançada pela mineradora em menos de dois anos de operações no Amapá.
 
 
A área de estocagem mineral da Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI), na pequena vila portuária de Santana era pequena para tantas pessoas que se aglomeravam desde as primeiras horas ensolaradas daquela manhã de 28 de maio de 1958. Eram líderes religiosos, comunitários, além de diversas autoridades políticas do então Território Federal do Amapá, entre elas, o governador Pauxy Nunes, acompanhado de sua comitiva.
 
Este seria o segundo grande registro mais importante da história da exportação de minério de manganês explorado do Amapá por mais de 40 anos (de 1957 a 1998) com seus objetivos comerciais para o mercado nacional e internacional. O primeiro seria na tarde do dia 09 de outubro de 1956, quando ocorreu o primeiro despejo de minério de manganês no pátio industrial da ICOMI, em Santana, após ser retirado das minas manganíferas de Serra do Navio.
 
Com o início do processo de exportação de minério, a partir de janeiro de 1957, o pátio de estocagem da mineradora se manteria constantemente limitado pelo principal produto mineral que identificaria a economia do Amapá. Para isso acontecer, foi montada toda uma estrutura ferroviária para interligar a região das minas com o cais de embarque, situado no atual município de Santana.
 
De março de 1954 a Outubro de 1956, foram construídos quase 200km de estrada férrea, envolvendo cerca de 300 braçais que se “debruçaram” duramente em duas frentes de trabalho, durante o dia e até parte da noite, para assim concluírem uma das conhecidas linhas ferroviárias do Brasil: a Estrada de Ferro do Amapá (EFA).
 
Depois do primeiro embarque de minério de manganês, deixando o Porto Industrial da ICOMI – fato este ocorrido em 12 de janeiro de 1957 –, seria quase que semanal a presença de grandes cargueiros nacionais e internacionais que levariam milhares de toneladas da nossa mais preciosa riqueza mineral. Somente naquele seu primeiro ano de operação (1957), a ICOMI exportou quase 670 mil toneladas de manganês, seguidos exclusivamente para a América do Norte (EUA).
 
No ano seguinte, a produção exportadora da mineradora repercutiria positivamente para outros continentes (Europa e Ásia) que logo demonstrariam grande interesse sobre o minério daqui explorado. Tanto que obrigou a ICOMI a adquirir novos maquinários para complementar sua estrutura técnica.
 
Após a compra de novos equipamentos, foi-se então decidido que dois importantes eventos seriam simultaneamente realizados (na mesma data): com a presença de toda a cúpula administrativa da ICOMI (contando também seu Diretor-Presidente Dr.º Augusto Trajano Antunes), além de autoridades territoriais e a comunidade amapaense, assistiriam a chegada da milionésima tonelada de minério de manganês (vindos de Serra do Navio), trazidos em 30 vagões que despejariam o minério no pátio industrial da empresa em Santana.
 
O ato seria marcado com a inaguração de uma placa significativa ao momento, descrito: “Esta Pilha completa o 1º milhão de minério de manganês, beneficiado pela ICOMI. Maio-28-58”.
 
Logo depois desta cerimônia, a comitiva governamental, juntamente com diretores da mineradora, seguiram para o cais de embarque, onde assistiriam o desembarque de novos materiais e equipamentos adquiridos pela ICOMI, para a composição do sistema ferroviário do Amapá. Entre mais de 2.000 novos dormentes, 68 assentos duplos (bancos internos), também vieram 50 novos vagões para agilizar no transporte do minério de manganês vindo das minas de Serra do Navio.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Quinzenário “Cidade de Santana”


Circulação: Fever./2005 a Maio/2007.
Total de publicações: 31 edições. 

No dia 22 de fevereiro de 2005 circulava no segundo maior município do Amapá, um novo quinzenário, de modo a informar ao povo daquela região os principais fatos políticos e sociais da cidade. Nascia o jornal “Cidade de Santana”

Inicialmente contendo 08 páginas, destacou em sua 1ª edição a sessão inaugural da 5ª Legislatura santanense, com a posse dos 10 novos vereadores recém-empossados, onde cada edil comentou seus objetivos a serem cumpridos em suas funções, em prol da população que o elegeram. O então prefeito eleito José Antônio Nogueira também deixou claro suas metas em discurso publicado no marco inicial desse jornal. 

Sob a responsabilidade de um veterano da comunicação amapaense, o editor-chefe era Jsoeli Dias. Logo nas primeiras edições posteriores, grandes profissionais da sociedade santanense passaram a integrar esse veículo de comunicação que se tornaria conhecido na cidade portuária do Amapá. 

Na segunda edição do quinzenário (10/03/2005), o desportista Edinaelson “Tóia” Corrêa, que na época era Chefe do Gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Santana, estreava sua coluna de esportes no jornal, noticiando os campeonatos locais e biografando a carreira esportiva de celebridades do futebol santanense, muitos daqueles que fizeram nome nas décadas de 1960 e 1970. 

O jornal, que também era dividido em diversas colunas jornalísticas, como esportes, política, sociedade e outros assuntos, passaria também a conduzir uma metodologia bastante conceituada e correspondida pelos leitores, que seria a historiografia local. 

A coluna era assinada pelo pesquisador Emanoel Jordânio (coordenador deste blog), que estreava na terceira edição do jornal, com a publicação de um extenso artigo sobre a existência do Orfanato “São José”, construído na Ilha de Santana, onde ali funcionou entre as décadas de 1940 e 1960. 

Naturalizado santanense desde 1985, quando passou a colecionar notícias e assuntos referentes ao município de Santana, contenho, atualmente mais de 10 mil dados históricos que registram o desenvolvimento socioeconômico da região. 

O resultado dessas pesquisas destacava-se no resgate histórico e cultural que era publicado em artigos e documentários produzidos para o referido jornal quinzenal. As matérias recebiam outro complemento histórico com a publicação dos fatos marcantes que ocorreram na referida data de circulação desse periódico. Entre outras palavras, um verdadeiro “arsenal” de informações que relatava o progresso desse povo. 

A partir de sua 6ª edição (28/04/2005), o “Cidade de Santana” publicaria os balanços do Legislativo municipal e diversos relatórios complementares, todos executados pela Prefeitura de Santana. 

De meados de Junho até Julho de 2005 (quase dois meses), o periódico não circulou por questões administrativas e financeiras, retomando às atividades no início de agosto corrente. 

Algumas razões profissionais (por força maior) não disponibilizaram um tempo mais considerável para que o desportista Edinaelson “Tóia” continuasse na equipe do quinzenário, o que obrigou-lhe a se afastar de sua coluna, dando incentivo a um novo colunista de esportes, Castelo Branco. 

Para comemorar os 18 anos de emancipação política do município de Santana, o quinzenário publicou, em duas edições consecutivas, um extenso documentário cronológico, contando os principais fatos ocorridos na cidade desde sua transformação política (em 1987) até 2005. 

Em sua última edição de 2005 (22/12/2005), o quinzenário fez a cobertura exclusiva da visita do então Presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva ao município de Santana, fato ocorrido na tarde do dia 20 de dezembro de 2005, onde o Chefe da Nação participou da assinatura do convênio para a construção do Terminal Pesqueiro do município. 

Permaneceu em circulação até maio de 2007, sendo este o segundo veículo de comunicação a se manter mais tempo de atividades, ficando atrás do histórico “Jornal do Porto”.

sábado, 9 de novembro de 2013

A Primeira Escola da Vila de Igarapé do Lago


Aspecto inaugural da nova sede da escola primária da vila rural de Igarapé do lago, ocorrido em 04.03.1948.

Até o início da década de 1940,o distrito rural de Igarapé do Lago (hoje pertencente ao município de Santana) não passava de um pequeno vilarejo quilombola, onde ali residia não mais que 150 pessoas, todas remanescentes de escravos que viveram nas tais regiões, que após a abolição da escravatura (isto ocorrido em 1888), decidiram se manter fixos numa fazenda que pertencia a uma poderosa posseira da região, onde produziriam sua própria alimentação através da agricultura e da pesca artesanal. 

Com a criação do (extinto) Território Federal do Amapá e sua instalação, houve grande interesse do Governo Amapaense em implantar educandários em diversas localidades espalhadas pela nova unidade federativa recém-criada. 

Através do Decreto n.º 03/44, de 02 de fevereiro de 1944, o então Governador do Amapá Capitão Janary Gentil Nunes seriam criadas 06 novas escolas isoladas grupos em algumas localidades interioranas do território amapaense, entre elas, uma seria montada na vila de Igarapé do Lago. 

Ainda no mês de fevereiro corrente, iniciaram-se as aulas em duas pequenas salas que foram provisoriamente montadas (de maneira rudimentar) ao lado da casa do Senhor Manoel Barreto, um dos moradores mais tradicionais daquela vila. 

De acordo com registros, foram matriculados 95 alunos, sendo 51 meninos e 44 meninas. A primeira professora foi a novata Arnalda Ribeiro Pais, indicada pela Divisão de Educação do Governo do Amapá. Como forma de evitar uma sobrecarga de serviços pedagógicos, a Professora Arnalda organizou duas classes para o Ensino Primário (antiga 1ª a 4ª série), dividindo uma turma pela manhã e outra pelo horário da tarde. 

As aulas se mantiveram funcionando nesse regime criado pela primeira professora até sua transferência, ocorrida em maio de 1946, quando para aquela comunidade foi enviado o professor Carlos Andrade de Lima, que logo observou a precariedade física do local onde eram realizadas as aulas e enviou inúmeras solicitações ao Poder Executivo, pedindo pela imediata construção de um prédio próprio que atendesse as necessidades educacionais daquela comunidade. Somente no final de 1947 que a Divisão de Educação do Governo do Amapá conseguiu colocar no Orçamento Anual o pedido para construção de uma sede própria para funcionar o Grupo Escolar existente na região de Igarapé do Lago. 

Após um período de quase três meses para sua construção, a comunidade quilombola foi antecipadamente comunicada sobre a inauguração da escola que ocorreria ainda no primeiro semestre de 1948. A data de entrega do novo prédio foi logo marcada como momento histórico na vila: o dia seria 04 de março daquele ano (1948). 

No tão esperado dia, diversas autoridades territoriais estiveram presentes na vila de Igarapé do Lago para participarem do evento. Passava das 14hs quando o Governador do Amapá Capitão Janary Nunes, acompanhado do Deputado Federal Dr. Coaracy Nunes, dos juízes Uriel de Araújo e Ribamar de Moura, do prefeito de Macapá José Serra e Silva, dos diretores de Divisão Dr.º Álvaro Simões, Dr.º Hermógenes de Lima Filho, Marcílio Viana e Demóstenes Fernandes, além de lideranças comunitárias desembarcaram da lancha “Delta” no trapiche da vila. 

Na sede da nova escola discursaram do Sr.º Diretor da Divisão de Educação que logo fez uma oração alusiva ao ato, onde logo depois o governado amapaense transcorreu com a inauguração, onde convidou o Prefeito Serra e Silva para cortar a fita simbólica, sendo esta feita sob uma salva de palmas dos presentes, formalizando assim a inauguração da primeira instituição de ensino da comunidade quilombola de Igarapé do Lago.