Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 5 de outubro de 2014

Os Primeiros Vereadores Eleitos de Santana Para Macapá


Os dois do meio são os vereadores Redimilson Nobre e Rosemiro Rocha, cercados por jornalistas em evento ocorrido em 1986, em Santana.

Em janeiro de 1982, o recém-criado distrito de Santana experimentaria os primeiros passos de conquistar seus representantes para assumirem vagas no legislativo local. 

Após ser elevada para a categoria de distrito macapaense, através da Lei Municipal n.º 0153 de 31 de agosto de 1981, sancionado pelo então prefeito de Macapá Murilo Agostinho Pinheiro, a pequena cidade de Santana já continha um número superior de 45 mil habitantes distribuídos em quase 10 bairros, o que na visão do Poder Público deveria receber maiores atenções das autoridades políticas para assim desenvolverem um plano de melhoramento social nessa região que se expandia demograficamente. 

Porém, essa preocupação somente partiria de pessoas que conhecessem profundamente ou convivessem diariamente com os problemas que afligissem o povo santanense. 

Até o começo desse ano (1982), Santana tinha apenas um representante político que, segundo os pioneiros da região e profundos debatedores da política amapaense, não respondia diretamente pela cidade (apesar de possuir uma residência em Santana). Mesmo por que esse representante se mantinha na maior parte do tempo exercendo sua legislatura na capital amapaense (Macapá). 

Abrindo esse ponto em questão, foi-se vendo novos nomes para a política local. Comerciantes conhecidos e moradores antigos de Santana foram os primeiros a serem citados em tímidas reuniões que aconteciam em igrejas e escolas da nossa pacata cidade portuária. Mas houve dois nomes que correriam pelas bocas mais populares dos bairros santanenses: Redimilson Anselmo Nobre e Rosemiro Rocha Freires. 

O primeiro era oriundo de uma família pioneira de Santana, na qual era portador de uma intelectualidade reconhecida por inúmeras pessoas (entre elas, políticos respeitados da época, como Jarbas Gato e Geovani Borges), sendo formado em magistério superior e com um modo de discursar que liderava centenas de ouvintes. O segundo, que era na verdade um trabalhador autônomo, era visto como um cidadão bastante popular entre os santanenses por saber formar rapidamente amizades e esbanjar uma enorme simpatia entre os meios familiares da cidade. 

A campanha desenvolvida individualmente por esses novatos na política local era muito focada pelo lado assistencial, algo que resultaria num reconhecimento posterior nas urnas. O contato direto e compreensivo com os eleitores santanenses fizeram com que aquele professor e o “marchante” fossem democraticamente escolhidos naquele no dia 16 de novembro de 1982 (um domingo), num pleito eleitoral que ainda não contava sequer com 10 seções distribuídas no distrito de Santana (haviam somente 07 estabelecimentos de ensino no pequeno distrito portuário). 

Rosemiro Rocha seria eleito com 1.265 votos válidos, enquanto que o professor Redimilson Nobre conquistaria 1.223 votos válidos. A legislatura de ambos iniciou em janeiro de 1983, após serem empossados nos referidos cargos, onde esses edis apresentariam semanalmente inúmeros requerimentos que solicitavam melhorias – nas áreas de saúde e infraestrutura – para o distrito de Santana. Entre os primeiros pedidos protocolados em 1983 estava a solicitação de abertura de novas ruas e avenidas no distrito em virtude do surgimento de novos bairros que se expandiam desordenadamente pela região. 

Esses pedidos, em sua maioria, levavam semanas (ou até meses) para serem atendidos pelo Poder Público municipal, o que motivou mais ainda alguns Deputados Constituintes do Amapá (como Raquel Capiberibe e Anníbal Barcellos) a protocolar junto à Câmara Federal (DF) um Projeto de Lei que criasse autonomia política para Santana, como forma de garantir condições administrativas para que seu próprio gestor coordenasse e gerenciasse diretamente com recursos externos para o melhoramento daquela cidade. Esse futuro Projeto de Lei somente seria aprovado em dezembro de 1987, pelo Presidente da República José Sarney, transformando assim o distrito de Santana em município amapaense.