Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 16 de dezembro de 2012

Cidadãos Que Contribuiram na Criação de Santana em Município

Não se pode negar que alguns políticos de nossa terra muito trabalharam pela emancipação de Santana, Laranjal do Jarí, Ferreira Gomes e Tartarugalzinho. O primeiro a emergir buscando a transformação de Santana em município foi reconhecidamente o vereador Aroldo Góes, isto em 1982 quando ele ainda era do PDS. 

Depois veio o ex-governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos (PFL-AP), o então vereador Rosemiro Rocha e a Deputada Federal Constituinte Raquel Capiberibe. Esta, responsável inclusive pela subemenda que dá autonomia a Santana e Tartarugalzinho. 

Longe nós tentarmos essas colocações menosprezar demais políticos que tenham lutado pelas emancipações das citadas regiões. Porém, de forma inconteste mesmo usando sistemas diferentes, foram exatamente Aroldo Góes, Rosemiro Rocha, Anníbal Barcellos e Raquel Capiberibe os grandes baluartes dessas transformações. Isto sem mencionar o Deputado Federal Constituinte Genibaldo Corrêa (PMDB-BA), José Lourenço (PFL-BA), Amaral Neto (líder do PDS-RJ), Gastone Righi (PTB-PR), Brandão Monteiro (PDT-MA), Luís Inácio Lula (PT-SP), e principalmente, o Deputado Bonifácio de Andrade (PSDB-MG) que, com seu substitutivo datado de 02 de setembro do ano corrente, oportunizou a deputada Raquel Capiberibe entrar com uma subemenda na sessão de 22 de outubro de 1987, propondo a criação de mais dois municípios, isto é, os de Santana e de Tartarugalzinho. 

Isto forçaria o então Deputado Constituinte pelo Amapá Anníbal Barcellos a retirar o seu Projeto de criação de Santana em município. Na ocasião, o parlamentar amapaense salientava a retirada de seu projeto desde que a subemenda de Raquel fosse aprovada. Ou seja, Resumindo: Diretamente Barcellos e Bonifácio de Andrade foram os responsáveis pela transformação de Ferreira Gomes e Laranjal do Jarí em municípios do Amapá. Enquanto que Raquel Capiberibe, com a subemenda introduzida ao substitutivo do deputado Bonifácio de Andrade, é a responsável pela emancipação de Tartarugalzinho e Santana, sob a idéia dos vereadores citados no início do texto.

Incêndios Urbanos de Santana



Incêndio na área portuária de Santana, na tarde de 27.07.2007, destruiu mais de 20 imóveis, sendo este o 3º maior já ocorrido na cidade.
 


Em meados de novembro passado, um incêndio de pequeno porte atingiu um estabelecimento comercial na Área Portuária de Santana, deixando os moradores do local bastante assustados sobre o ocorrido, pois, muitos que ali residem ainda guardam na lembrança fatos também relacionados à catástrofes das chamas. 

 Em pouco mais de duas décadas, três grandes incêndios ocorreram no perímetro portuário de Santana, culminando em mais de cinquenta imóveis (entre comércios e residências) destruídos por labaredas de fogo que inexplicavelmente se formavam na parte interna dos imóveis e logo se espalhavam por outros pontos adjacentes. Por felicidade, em nenhum desses alarmantes incidentes houve registros de mortes humanas que pudessem deixar marcas mais dolorosas além das perdas materiais.  

Primeiro Grande Incêndio
Em 05 de setembro de 1988, um incêndio causado por descuido humano destruiria 22 moradias do “Dormitório São Camilo”, que existia na Avenida Castro Alves, número 39 (bairro Comercial), e uma residência ao lado daquele dormitório, além de ameaçar incendiar outras casas. 

O fogo, que alcançou labaredas de 7m de altura, começou por volta das 16hs quando a proprietária das moradias, Dona Maria de Nazaré de Souza Silva, deixou o fogão ligado para assar, onde inesperadamente, as chamas seguiram pelas paredes, causando a explosão do botijão de gás. O Corpo de Bombeiros chegou somente às 18hs, pois, nessa época, ainda não havia uma corporação de combate à incêndios instalada no município de Santana. 

Segundo Grande Incêndio
No início da noite do dia 04 de novembro de 1996, um incêndio ocorreria no cruzamento da Rua Cláudio Lúcio Monteiro com a Avenida Amapá (Centro de Santana), destruindo pelo menos sete casas, entre comércios e residências. Foram 25 homens do Corpo de Bombeiros que levariam cerca de quatro horas para debelar os focos das chamas. 

Embora considerado um incêndio de grandes proporções, também não houve vítimas, apenas prejuízos materiais. Segundo testemunhas, o fogo iniciou por volta das 20hs, devido a um curto-circuito na rede elétrica em frente ao depósito de uma importadora. 

O sinistro devastou três (03) lojas de importados, uma lanchonete, a sede da Associação dos Alcoólicos Anônimos (AA), o depósito de uma loja de importados e uma residência, sendo que ninguém teve tempo de salvar as mercadorias e objetos. Uma das grandes deficiências encontradas durante a ação dos Bombeiros foi a falta de equipamentos de proteção (máscaras e luvas) contra gases tóxicos que pairavam fortemente devido as chamas. 

O tenente Cléucio Nascimento Rodrigues, que na época comandou a operação, disse que o trabalho dos bombeiros foi no sentido de evitar que o fogo se alastrasse por todo o quarteirão. Entre os questionamentos, cogitou-se uma possível imprudência técnica causada pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) nos serviços de manutenção na rede elétrica, ocorrido horas antes do incêndio, que teriam culminado em curto-circuito. 

A diretoria da CEA rebateu as acusações, demonstrando um laudo técnico que apontava um padrão irregular na entrada de um depósito de gêneros que teria sido as prováveis causas do princípio do incêndio. Um levantamento efetuado pelo Corpo de Bombeiros concluiu que os prejuízos materiais ficaram em quase R$ 50 mil. 

Terceiro Grande Incêndio
Era tarde do dia 27 de julho de 2007 quando um incêndio de grandes proporções destruiu mais de 20 pontos comerciais e residenciais, localizados no início da Avenida Santana com a Rua Rio Jarí, na área portuária de Santana. O incêndio começou por volta das 15hs e rapidamente consumiu 10 casarões antigos de comércio e moradias com labaredas que atingiram mais de 20m de altura. 

A situação piorou depois que o fogo chegou aos depósitos clandestinos de pólvoras que vendiam como munição para ribeirinhos, e botijões de gás que estavam estocados nos fundos dos estabelecimentos, o que causou simultâneas explosões de fogo que foram ouvidas há mais de 1km, também formando uma nuvem tóxica e escura que pôde ser avistada até no distrito de Fazendinha. O controle do incêndio somente foi limitado com a chegada dos Bombeiros duas horas depois. 

Esse foi o único dos três maiores desastres incendiários que receberia apoio financeiro do Poder Público, onde 17 proprietários seriam contemplados pelo Programa “Amapá Empreendedor” com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Micro e Pequeno Empreendedor (Fundmicro), com apoio do Governo do Amapá por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e do Empreendedorismo (Sete).

sábado, 1 de dezembro de 2012

O Trabalho Assembleiano sob o Povo de Santana



Estrutura histórica do antigo Templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Santana, demolido entre 2007-2008 para construção de um projeto arquitetônico e mais moderno (abaixo foto do atual Templo).


Considerada uma das denominações religiosas mais prestigiadas e respeitadas do Brasil e do Mundo, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus “A Pioneira” (IEAD) escreveria uma nova tese no conceito pentecostal para nossa sociedade.

A IEAD nasceu justamente no Brasil, em 1911, mais precisamente na capital paraense (Belém-PA), indo rapidamente pelos diversos cantos do país. Desembarcou em terras amapaenses em junho de 1916, e mesmo enfrentando desavenças religiosas com o único vigário de Macapá (Padre Júlio Maria Lombaerd), alcançou seus objetivos de implantar um estilo inovador sobre o Evangelho Bíblico.

Em Santana (AP), o conceito assembleiano surgiria por iniciativa de um missionário paraense chamado Serafim Pires de Souza (1910-1993), que chegou ao então Território Federal do Amapá na manhã do dia 19 de agosto de 1957, sendo recebido pelo Pastor Vicente Rêgo Barros, que presidia a única Igreja assembleiana existente em todo Território do Amapá, situado em Macapá.

Após residir temporariamente na capital amapaense, o missionário Serafim Pires (que também era popularmente conhecido como “Pastor Souzinha”) seguiu para a pequena vila de Porto Grande, onde ali empreendeu os trabalhos de evangelho por quase seis meses, expandindo-o à vila operária de Serra do Navio, onde percorreu toda a Estrada de Ferro do Amapá (seus 194km de extensão), implantando casas de oração nos trechos visitados.

Em meados do ano seguinte (1958), Pastor Souzinha foi indicado para assumir os trabalhos de evangelização na pequena vila portuária que já se expandira na margem esquerda do Rio Amazonas, mais precisamente numa vila inicialmente conhecida no codinome de “Vila Ucuúba”, situada nas proximidades da atual Rua Salvador Diniz com a Avenida Santana (hoje centro de Santana).

Quando chegou ao vilarejo, já havia duas famílias compostas de membros que conheciam assiduamente o Evangelho pregado pela Assembléia de Deus na região: da irmã Maria Assunção da Rocha (conhecida “Irmã Minoca”) e o do Irmão Olímpio Teixeira.

Depois erguer uma pequena casa, que serviria de moradia para sua família (formada pela esposa Dalila Menezes de Souza e dois filhos que depois viriam de Belém-PA, onde moravam com seus avós maternos), Pastor Souzinha iniciou na tarde do dia 15 de agosto de 1958, os primeiros cultos na casa da Irmã Minoca, que residira nas proximidades da estação ferroviária da mineradora ICOMI.

Mesmo havendo uma fonte empregatícia bastante viável, tanto para a economia local como auxiliava no crescimento desordenado da população da região, que era a Indústria e Comércio de Minérios Ltda. (ICOMI), as primeiras reuniões da nova denominação religiosa não levavam mais de 10 ou 15 pessoas para os cultos em seus primeiros meses de existência.

No início de 1959, os cultos seriam agora realizados em um compartimento adaptado na casa do Pastor Souzinha, situado na antiga Rua da Escola (assim conhecida por dar acesso ao único educandário que havia nas imediações, e hoje chamada Rua Salvador Diniz), que simultaneamente continuaria expandindo a Palavra de Deus através de visitas pelas localidades interioranas do Amapá.

Com a permanência mais duradoura do missionário Souzinha nos trabalhos evangelísticos em Santana, logo veio a intenção de se construir um Templo da igreja na região, seguindo o ritmo que vinha sendo realizado em Macapá, quando entregou o primeiro Templo Evangélico do Amapá em 1958. Com isso, receberia a ilustre visita do Pastor Francisco Pereira do Nascimento (vindo de Belém-PA) em maio de 1962, que escolheria o terreno plano para a construção do futuro Templo religioso.

Enquanto era minuciosamente construído o esperado Templo assembleiano em Santana, foram abertas outras duas Casas de Oração: uma na Vila Amazonas e outra na Vila Cutaca. Após um ano de intensos trabalhos voltados em sua construção, o Templo Evangélico da vila portuária de Santana veio a ser inaugurado em 24 de novembro de 1967, contando com a presença do então Governador do Amapá General Ivanhoé Martins e o Pastor-presidente da Assembléia de Deus no Amapá, Pastor Otoniel Alves. Vale ressaltar que boa parte dos recursos aplicados na construção desse Templo foram provenientes da venda de um imóvel pertencente ao Pastor Souzinha, na qual este possuía na capital paraense.

O primeiro batismo pentecostal realizado na Assembléia de Deus de Santana ocorreu na manhã do dia 20 de abril de 1961, envolvendo o senhor João Moura (funcionário da ICOMI) e quatro anos depois seria realizado o primeiro matrimonio evangélico da vila, unindo o braçal Raimundo Araújo da Costa e Maria das Graças Penha Assunção, ocorrido no dia 06 de fevereiro de 1964 (sendo que este foi realizado na congregação da Vila Amazonas).

Com a transformação do município de Santana, a Assembléia de Deus local teria seu estatuto juridicamente registrado no dia 10 de dezembro de 1988, contendo 28 artigos, formulado por 36 evangelistas. (ver Registro Pessoa nº 0518, de 02 de janeiro de 1989, recolhido no Cartório Jucá).

Reconhecimentos Sociais
A boa atuação desenvolvida pela Igreja Assembléia de Deus junto ao povo santanense levaria seus objetivos a serem dignamente reconhecidos pelo Poder Público. A Lei Municipal n.º 0375/98-PMS, do dia 23 de junho de 1998, tornaria a IEAD uma entidade de utilidade pública para o município de Santana.

Em 2003, o vereador santanense Aroldo Vasconcelos (PSB) teria dois importantes Projetos aprovados pelo prefeito de Santana Rosemiro Rocha (PL), que beneficiaria o povo evangélico de Santana: no dia 26 de agosto corrente é sancionada a Lei Municipal n.º 0639/03-PMS instituindo o “Dia Municipal do Evangélico” anualmente comemorado no dia 30 de novembro; e no dia 18 de setembro é sancionada a Lei Municipal n.º 0646/03-PMS que instituiria o “Dia Municipal do Pastor Evangélico”.

Em 19 de maio de 2004, a Deputada Estadual Mira Rocha (PL) teria seu Projeto de Lei n.º 0827 sancionado em Lei Estadual pelo então Governador do Amapá Waldez Góes, estipulando o dia 30 de novembro para ser anualmente comemorado como “Dia Estadual do Evangélico”.