Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 9 de janeiro de 2011

O Caso "Novo Amapá" na Justiça

Segundo fontes, o Governo do então Território Federal do Amapá, que tinha como Chefe Executivo o comandante Annibal Barcellos, buscou auxiliar moralmente, mas a ajuda foi carente, tanto que a possível verba enviada do Governo Federal, para ser diretamente utilizada no resgate dos sobreviventes e servir parcialmente na indenização dos parentes das vítimas era de Cr$ 25 milhões de cruzeiros (hoje em torno de R$ 10 milhões), mas somente cinco mil cruzeiros – desse montante – foram usados, no que se levou a crer num desvio público, assim divulgado pelo Jornal Amapá Urgente de 12 de Maio de 1981.
Dias após o desastre, a Inspetoria da Capitânia dos Portos do Amapá, que tinha como representante local o Capitão-Tenente Francisco Gomes Espinosa, abriu um inquérito marítimo para apurar as causas e apontar responsáveis, chegando a interrogar funcionários do setor da navegação amapaense, que alegaram trabalharem em precárias condições técnicas e materiais.
No dia 11 de maio de 1981, a Capitânia dos Portos do Amapá encaminhou o referido inquérito para o Tribunal Marítimo de Belém (PA), onde ali ficou tramitando até seu arquivamento em 1983. O Governador Anníbal Barcellos chegou a prometer a abertura de um inquérito administrativo, o que não ocorreu.
Somente no final da década de 1980 que a questão retomaria à Justiça. O advogado Pedro Petcov tomou conhecimento do fato através de amigos que tiveram parentes vitimados no naufrágio. “Ele procurou conversar com diversos sobreviventes do barco (inclusive eu) e soube mais por dentro de como o processo foi tratado na época e decidiu fazer uma nova denúncia até a Justiça. Achava mais certo começar do zero para todos saberem quem deveria ser punido pelo naufrágio”, conta o sobrevivente José Haroldo dos Santos, 69, hoje aposentado.
Em 08 de janeiro de 1990, o advogado Petcov impetrou um novo processo na Justiça Federal, dessa vez contra o Governo do Estado e a União, responsabilizando os mesmos por negligência e descaso público, quando estes deveriam ter prestado o socorro necessário às vítimas do naufrágio do barco “Novo Amapá” e fiscalizado o tráfego fluvial na região, o que lamentavelmente não foi tomado.
Nesse novo processo, constituído de 87 laudas, foram anexados depoimentos de sobreviventes e de autoridades envolvidas, onde também descrevia a informação de que a embarcação levava 698 pessoas. O advogado exigia agora uma indenização vultosa de Cr$ 50 bilhões de cruzeiros (hoje seria em torno de R$ 1,8 bilhão de reais).
A primeira audiência aconteceu em novembro de 1991, no Júri do Tribunal de Justiça do Amapá, que deu parecer favorável ao Estado, que alegou não ter cometido qualquer ato arbitrário devido ainda pertencer à administração federal, ou seja, como era Território Federalizado, não tinha total autonomia para decidir pelas atuações que eram vinculadas à União.
Com isso, Dr.º Petcov decidiu levar essa ação contra a União. Esta primeira audiência ocorreu em 25 de maio de 1994, em Brasília (DF). No Tribunal Regional Federal (1ª Região), a ação indenizatória levou quase 03 horas de julgamento, sendo defendida por Pedro Petcov, que se mostrou otimista antes da audiência. “O acidente foi previsível. Houve negligência culposa da própria Marinha que permitiu a saída do barco com mais de 600 pessoas, se ela só podia suportar 300”, comentou o advogado, na época, para a imprensa amapaense.
Nessa, a decisão favoreceu as vítimas e considerou o fato, como “um erro das autoridades competentes que não zelaram pela integridade física e moral de uma região dependente ao Governo Federal”, assim descrita na sentença.
Porém, a União recorreu da decisão, tendo um novo julgamento em janeiro de 1995, que agora deu parecer para o Governo Federal, que alegou “imprudência humana de pessoas indicadas pelos governos locais, que deveriam fiscalizar o sistema de navegação regional, e que o dever do Poder Federal seria apenas distribuir a autonomia, e não executá-las”, ou seja, o Governo Federal alegou que sua responsabilidade cabia apenas em distribuir as condições legais para cada administração territorial e que essa aplicação direta competia aos seus governantes indicados. A União também apresentou cópias de documentos emitidos pelo Ministério do Interior (órgão federal responsável pelos Territórios Federais da Nação) que demonstravam a liberação de recursos para serem usados exclusivamente naquela ocasião.
Por longo período, o advogado Petcov buscou argumentos que comprovassem a veracidade dessas informações do Governo Federal, e constatou que esses recursos não chegaram ao destino marcado, ou seja, nem sequer foram repassados para as contas do Governo Territorial. Houve uma terceira audiência, marcada para dezembro de 1996, mas por infelicidade, o advogado Pedro Petcov faleceu meses antes, vítimas de problemas cardíacos, sendo o processo arquivado em 1997 pelo Tribunal Regional Federal, em Brasília (DF).
Em março de 2002, o advogado cível Cícero Bordalo Jr. anunciou que iria reabrir o processo do “Novo Amapá”, como forma de provar as arbitrariedades cometidas, ou pelo Governo Federal ou Governo Estadual. O processo tramitou até o final daquele ano, sem encontrar êxito, estando atualmente nos arquivos jurídicos do Ministério da Justiça.

sábado, 8 de janeiro de 2011

"Novo Amapá" - atualmente,...

Diversas pessoas já se perguntaram: "Por onde andam os envolvidos nessa tragédia?". Após uma intensa pesquisa, foi possível averiguar a atual situação das pessoas que estiveram diretamente ligadas ao fato:

- O Capitão da Marinha Francisco Gomes Espinosa, que na época respondia como Agente da Inspetoria da Capitânia dos Portos do Amapá, e foi um dos primeiros a receber o comunicado do naufrágio, foi transferido em 1982 para Belém (PA), onde ainda reside atualmente, sendo depois nomeado para a função de Tenente-Coronel.

- O comandante da embarcação Manoel Alvanir da Conceição Pinto continuou servindo como Agente Naval, sendo servidor lotado na antiga Secretaria de Navegação e Transportes do Amapá (Senava), pedindo transferência para Belém (PA) em 1984, onde permaneceu morando na capital paraense por quase duas décadas. Faleceu em Macapá em 05 de abril de 2010, vítima de complicações renais.

- O despachante Oswaldo de Nazaré Colares ficou ainda respondendo como chefe de Fiscalização da Senava no Porto de Santana até 1985, sendo depois nomeado para o cargo de Gerente de Controle naval daquele órgão, onde se aposentou em 1999. Faleceu em Macapá, em abril de 2001, atingido por Dengue Hemorrágica, devido o período invernoso que ocorria naquele ano. Oswaldo era dono do famoso “Castelinho”, situado na Rodovia Duca Serra.

- O Barco “Novo Amapá” foi retirado do local do acidente dias após o fato, ficando encostado no estaleiro da firma de madeiras “Monteiro Reis Ltda”, próximo de Laranjal do Jarí, onde foi periciado pela Capitânia dos Portos do Amapá, ficando inutilizável por alguns meses. Foi arrendado em 1983 pelo comerciante José Laurino de Souza, depois vendido em 1987 para o Sr.º Raimundo Ferreira do Rosário, considerado um forte empresário do ramo da navegação em Santarém (PA), que mudou o nome do barco para “Santo Agostinho”. Segundo informações repassadas pela Superintendência de Navegação da Amazônia, o barco mudou novamente de nome, sendo hoje chamado de “Santo Vidalgo”, fazendo linha Santarém-Belém.

Fontes bibliográficas sobre a tragédia

Muitas pessoas encontram dificuldades para pesquisas informações sobre esse desastre fluvial. Porém, existem jornais e revistas que são facilmente encontradas na Internet, que registraram com destaque, tudo que aconteceu durante aquele mês de janeiro de 1981. Descrevo abaixo algumas fontes que possuo:

- Jornal “O Liberal”, período de 07 a 15 de janeiro. Cobertura especial.

- Jornal “Marco Zero”, 04 edições semanais de janeiro de 1981.

- Livro “Morte Nas Águas – A Tragédia do Cajarí”, de autoria do jornalista João Alberto Capiberibe. Lançado em novembro de 1981.

- Almanaque Histórico da Folha de São Paulo (on-line).

- Revista Veja, de 10/01, 17/01 e 24/01 daquele ano. Coberturas sobre o fato.

- Livro “Poemas de Aço”, de Paulo Tarso, 1986. Soneto sobre o fato.

- Livro Soneto “Incoerência Humana”, de Hermes Colares, 2002.

- Depoimento (net) do jornalista Humberto Moreira.

Homenagens Póstumas às vítimas do "Novo Amapá"

Como forma de lembrar a fatídica data que entrou para os anais das maiores tragédias da navegação brasileira, o Poder Público local, através da Lei Estadual n.º 0262/96, de março de 1996, decidiu construir um memorial que pudesse homenagear aqueles entes morreram naquele que atualmente é considerado o 2º desastre em águas brasileiras, ficando atrás do Navio “Príncipe de Gales”, afundado na encosta de São Paulo, em 1916.

Em setembro de 1996, a Secretaria de Estado de Infra-estrutura levantou no Cemitério Municipal de Santana, um monumento de concreto, com formato retangular, onde ali foi colocado duas placas de cobre maciço, na qual continha o registro de 332 pessoas (em cada placa) que morreram no naufrágio do barco “Novo Amapá”. Vale ressaltar que o nome desses falecidos foram cedidos pela (extinta) Secretaria de Promoção Social do Governo do Amapá que, na época do naufrágio, efetuou um levantamento das vítimas através de comunicados feitos por parentes que acompanhavam o desembarque dos corpos no Porto de Santana.

Essas placas permaneceram expostas ao público por quase uma década, sendo que uma delas acabou sendo furtada (roubada) em junho de 2005 e outra teve que ser recolhida pela administração do Cemitério como forma de assegurar sua integridade material para quem quiser vê-la.

Descrições físicas do barco "Novo Amapá"

- Comprimento Externo: 25,10m
- Comprimento entre Perpendiculares: 22,50m
- Boca Máxima: 5,88m
- Boca Moldada: 5,70m
- Comprimento de Arqueação: 21,68m
- Tonelagem Bruta: 100,445 toneladas
- Tonelagem Líquida: 66,189 toneladas

"Novo Amapá": Quem são os culpados?

Segundo alguns sobreviventes, a inexperiência de um garoto na cabine de comando pode ter sido a causa do desastre. O garoto que muitos se referem pode ser José Roberto da Silva Pinto, hoje com 32 anos e que há pouco tempo trabalhava no cemitério onde foram enterradas as vítimas do naufrágio. "Isso é mentira dizerem que foi um garoto a causa principal da tragédia", disse José Roberto, criticando certas afirmações ditas na época pela imprensa.
Roberto era amigo da tripulação há tempos e, vez por outra, viajava no Novo Amapá a pedido do proprietário Alexandre Góes, que comandava a embarcação e também era dono de um estabelecimento comercial no município de Santana, onde Roberto já trabalhara. "Antes mesmo de começar a viajar no Novo Amapá, eu trabalhava num bar de que ele era dono", disse Roberto.
Alguns sobreviventes insinuaram que um banco de areia pode ter sido uma das principais causas do trágico tombo na foz do Cajari. Mas segundo certas informações que se encontram em livros geográficos e hidrográficos da época, o nível do rio Cajari era bastante alto para levá-lo a inclinar-se lentamente para as águas.
A empresa Jarí Celulose e Papel S/A (Jarcel) chegou a ser cogitada por diversos funcionários que sobreviveram ao naufrágio, alegando que a empresa tinha a obrigação de fornecer um transporte para atender somente aos seus empregados quando se tratava de retornarem ao âmbito de suas atividades naquela região sul do Território amapaense.
Outra grande causa – e a mais conhecida até hoje – vem a ser a superlotação da embarcação. Mas, pergunta-se: se a superlotação possa ter sido a causa do naufrágio do barco Novo Amapá, por que não tombou momentos após deixar o Porto de Santana, sabendo que havia uma grande quantidade de passageiros e produtos à bordo?

Repórter Emanuel Squartz

Quando as primeiras informações sobre o fatídico chegaram à Belém (PA), no final da tarde do dia 07 de janeiro, o jornal paraense “O Liberal” decidiu enviar imediatamente uma equipe de reportagem para fazer a cobertura do fato.
O editor interino daquele respeitado diário da Região Norte (Anderson Nery) incubiu essa tarefa para 02 grandes profissionais que a imprensa local tinha total confiança: o fotógrafo-cinegrafista Mauro Coelho e o repórter Emannuel Squartz (ainda acadêmico em Jornalismo pela UFPA).
Os dois repórteres deixaram Belém (PA) na manhã do dia 08/01, após embarcarem em um helicóptero alugado (mini-plano) com destino à Macapá (AP). Para surpresa de quem acompanhava os acontecimentos que vinham do Território do Amapá naquela semana, foi a triste notícia de que o aeroplano (contendo os 02 repórteres) não chegou ao seu destino acertado.
Foi preciso acionar uma equipe de buscas da Marinha que percorreu todo o trajeto do Rio Amazonas (do cais de Belém até a frente de Macapá) e localizou os destroços da aeronave na noite do dia 09 de janeiro, próximo à Ilha dos Porcos, onde também estavam os corpos do piloto e dos 02 jornalistas.

"Novo Amapá" - O naufrágio foi inevitável

Após partir do Porto de Santana por volta das 14hs do dia 06 de Janeiro de 1981, a embarcação tombou aproximadamente às 21hs. A notícia da tragédia chegou à capital no dia seguinte, através de dois sobreviventes, que vieram trazidos por um barco de propriedade de um comerciante de Laranjal do Jarí, que chegou a ser uma das primeiras pessoas a tomar ciência da tragédia quando vinha seguindo para Macapá para comercializara gêneros e materiais.
Mas a verdadeira dimensão do desastre iniciou quando a imprensa local divulgou a lista de despacho na qual constava que somente 146 pessoas haviam sido liberadas para viajar, enquanto que na verdade, na embarcação, estiveram presentes mais de 600 pessoas.
Em menos de 48hs toda a imprensa nacional voltou-se para o então Território Federal do Amapá, acompanhando todas as informações sobre a tragédia do Cajari. O jornal norte-americano New York Times do dia 10 de janeiro publicou matéria na 1ª página sob o título "Tragédia na Amazônia: 282 mortos".

Tragédia do Barco "Novo Amapá": 30 anos depois,...


Era noite de 06 de janeiro de 1981 (terça-feira), quando o barco ribeirinho Novo Amapá naufragou, na foz do rio Cajari, próximo ao município de Monte Dourado (Para), levando às águas mais de 600 pessoas.


Trezentas destas vidas foram ceifadas impiedosamente e dezenas passaram horas de pânico e desespero, imersas na água e na escuridão. A embarcação, com suporte para transportar no máximo 400 pessoas e meia tonelada de mercadoria, partiu do Porto de Santana com mais de 600 passageiros e quase uma tonelada de carga comercial.


Seu destino era o município interiorano de Monte Dourado, com escala em Laranjal do Jarí. Como as viagens anteriores duravam em torno de um dia e meio, seu proprietário havia feito reformas na embarcação, instalando um motor hidráulico a mais, o que facilitaria uma maior velocidade para a embarcação.


A lista de despacho, segundo a Capitania dos Portos na época, tinha registrado cerca de 150 pessoas licenciadas pelo despachante Osvaldo Nazaré Colares. Mas na embarcação havia mais de 600 vidas. O despachante afirmou que só foi informado da tal lista após ter partido há certas choras e que a lista foi deixada sob sua mesa, quando ele estava ausente.


O comandante responsável pela viagem, Manoel Alvanir da Conceição Pinto, seguiu todas as instruções necessárias de um dos proprietários da embarcação, sobre a viagem. Esse proprietário era Alexandre Góes da Silva, que teve seu corpo encontrado no camarote da embarcação. Manoel Alvanir ainda continuou seus serviços como marinheiro, trabalhando como capitão em diversas embarcações de pequeno e médio porte que ficavam ancoradas no cais do Porto do Ver-O-Peso, em Belém (PA). Poucas lembranças lhe vieram à memória quando o assunto era a tragédia do “Novo Amapá”.


Seu único comentário voltou-se para o comando do barco. Segundo versões de sobreviventes na época, a responsabilidade pela cabine de comando estava nas mãos experientes de um garoto. “Isso é mentira. Havia, sim, um garoto ao meu lado da cabine de comando, mas não deixei por nenhum momento ele pegar na direção do barco, como andaram dizendo”, afirmou o ex-comandante que fez, da que seria uma simples viagem fluvial, o maior naufrágio da navegação brasileira até então.


Segundo uma lista formulada pela Inspetoria da Capitânia dos Portos do extinto Território Federal do Amapá, acredita-se pelo menos 600 pessoas embarcaram no “Novo Amapá” e menos de 180 puderam sobreviver.


“Muita gente diz que foram duzentas e poucas pessoas que sobreviveram. Isto não é verdade”, contradiz dona Creuza Marques dos Reis, sobrevivente atualmente com quase 70 anos. Dona Creuza embarcou com sua filha e a neta. Somente ela e a neta de um ano e meio sobreviveram. Atualmente morando em Santana, tem como sustento um pequeno estabelecimento comercial.


Outro sobrevivente, Armando da Silva Batista, atualmente com mais de 48 anos, conta que uma das causas das inúmeras mortes que ocorreram foi o esquecimento do uso do salva-vidas. “Essas pessoas que pegaram o salva-vidas morreram quase todas, porque dormiam e não sabiam, ao acordar, como colocar o salva-vidas, e isso atrapalhou, pois não sabiam o que, de fato, estava acontecendo”, disse Batista.


Funcionário de empresa que vendia utensílios de cozinha para toda a região do Amapá, Armando viajava freqüentemente em época de pagamentos, para fazer cobranças, acompanhado do colega Edson. Momentos antes da tragédia ambos haviam se separado. "Como a área das redes estava muito quente, disse pro meu colega que ia pro andar de cima e quem sabe só retornar de manhã", relatou.


Ao ser perguntado sobre o momento em que o barco tombou, Armando contou com detalhes: "Levei uns 15 minutos pra chegar na cabine. Quando cheguei lá, ele (comandante) mandou servir um café pra mim, pro Roberto (amigo) e duas meninas do Jari. Nos 15 minutos que cheguei lá, o barco deu um tombo para um lado e um tombo para o outro. Eu ainda perguntei pro Alvanir: 'Alvanir, isso é maresia?'. Ele disse: 'Rapaz, por incrível que pareça, nessa região não dá maresia'. Quando ele terminou de falar, o barco tombou de uma vez. Foi como uma virada de carro. Inevitável."


Buscando até mesmo com precisão a hora em que o barco tombou, foi o que aconteceu com o sobrevivente Enoque Magave da Silva, hoje com 50 anos, policial militar que, minutos antes do trágico tombo, conseguiu ver as horas em seu relógio de pulso: eram 20h45min. "Eu estava com relógio no braço e vi as horas normalmente. Quando de repente senti o barco virar lentamente. Como estava deitado numa rede de frente para uma senhora, fui um dos primeiros a parar logo dentro d'água na hora do tombo", contou Magave, que no mesmo ano do desastre casou-se com sua atual esposa e ingressou na Polícia Militar.


Kátia Isabel Andrade, hoje com 47 anos, era amiga pessoal da tripulação, principalmente do comandante Manoel Alvanir e do proprietário Alexandre Góes da Silva. "Tinha feito outras viagens no barco e já conhecia o pessoal", disse Kátia, que ironizou a tragédia momentos antes de acontecer, na hora da jantar. "Eu terminei de jantar e disse pro pessoal na mesa que ia me banhar e minhas colegas disseram: 'Tu vai morrer', daí eu falei: 'Não vou não. Se não morrer agora, não morro mais'. Daí fui pro banheiro, tomei banho e voltei pro camarote (...)". Segundo Kátia, foi tão rápida a virada do barco que ela só percebeu o que estava se passando quando as luzes do camarote se apagaram e que água circulava ao seu redor.

Em 2010,...

07 de janeiro – Bancada Federal do Amapá confirma o convênio entre o Governo do Amapá e o Ministério da Defesa, de R$ 6 milhões, para a construção da ponte sobre o Rio Matapí, localizado na Rodovia Macapá-Santana-Mazagão.

14 de janeiro – Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Santana, José Conceição, protocola uma Ação Cível na Promotoria de Justiça de Santana, contra a Prefeitura de Santana, que não paga os salários comissionados há mais de cinco meses.

28 de janeiro – Inauguração da agência do Trabalhador em Santana, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego.

28 de janeiro – Em audiência realizada na Câmara de Vereadores de Santana, prefeito Antônio Nogueira é sabatinado pelo Ministério Público para explicar sobre as questões administrativas que vem ocorrendo em sua gestão e as denúncias de irregularidades apontadas pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Santana.

02 de fevereiro – Realizada a primeira cirurgia ortopédica no Hospital Estadual de Santana, sendo feita pelo médico Nonato Guimarães (ortopedista-traumatologista) numa criança de 04 anos, vítima de queda.

09 de fevereiro – Ocorre no plenário da Câmara de Vereadores de Santana, a III Conferência Municipal das Cidades.

23 de fevereiro – Em sessão na Câmara de Vereadores de Santana, o vereador Robson Coutinho (PPS) solicita, em requerimento, que o Conselho de Engenharia e Arquitetura do Amapá (CREA/AP) fiscalize periodicamente as obras que são de responsabilidade da Prefeitura de Santana.

24 de fevereiro – Polícia Federal estoura a Operação “Clavina” e desmonta na Baixada do Ambrósio, uma fábrica ilegal de armamento de fogo, prendendo o aposentado Raimundo Evangelista Oliveira (conhecido “Vandica”) por produzir as armas clandestinamente. No entanto, a família do acusado contesta as acusações e ingressa com uma Ação Judicial contra a Polícia Federal.

27 de fevereiro – Lançamento do Instituto da Ação Social “Jovens Unidos por Santana” (IASJUS).

01 de março – Morre eletrocutado o estudante Raul Soares da Costa 34, que era ritmista da Escola de Samba “Império do Povo“. O estudante morreu quando empurrava um carro alegórico da agremiação para retirá-lo do Sambódromo.

10 de março – Após efetuar inspeção na área interna e externa do Frigorífico Matadouro do Amapá (Frimap), a Promotoria de Justiça e Cidadania da Comarca de Santana interdita o local por não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta, assinado entre seus proprietários e os órgãos ambientais em 2006.

12 de março – A Faculdade Madre Tereza realiza a formatura das duas primeiras turmas de curso superior de Santana. Foram 24 formandos em Administração e 09 em Matemática.

12 de março – Por decisão da 1ª Vara Federal em Macapá, a União transfere o domínio da Estrada de Ferro do Amapá ao Estado, e com isso extingue o processo que envolvia os governos Federal e Estadual.

12 de março – Inauguração do prédio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santana (CDL).

29 de março – Inauguração da nova agência do Banco do Brasil em Santana, funcionando agora na Av. Castelo Branco, bairro Comercial.

30 de março – Devido ao período chuvoso, uma descarga atmosférica (raio) atinge uma residência no bairro Provedor I, causando apenas danos materiais (rachaduras nas paredes).

05 de abril – Moradores do loteamento “Fé em Deus” recebem a visita do governador Pedro Paulo, onde discute sobre a legalização daquele loteamento e outros problemas da comunidade. O governador prometeu solucionar os problemas discutidos.

09 de abril – O Major PM Admirço de Almeida Ramos assume o comando do 4º Batalhão da PM/Santana.

16 de abril – Inauguração do Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Santana (CRAM), contando com a presença da ministra adjunta de Políticas para Mulheres Aparecida Conceição.

18 de abril – A Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de Santana, juntamente com o Juizado da Infância e Juventude, desencadeia uma ação de fiscalização em motéis, bares, praças, área portuária e boates da cidade, com intuito de combaterem o uso de drogas, prostituição infantil, pedofilia e o consumo de álcool por menores.

27 de abril – Fundada a Associação dos Lojistas da Rua Salvador Diniz (ALOSAD). Primeira presidente é Alclinéia Souza Góes.

01 de maio – Crime bárbaro assusta a população santanense: um bebê recém-nascido é encontrado esquartejado no quintal de uma casa no bairro Nova Brasília. Segundo exames do Departamento da Politec em Santana, o corpo do nascido também apresentava sinais de mordida e muito sangramento. Dias depois, a Polícia Civil de Santana localizou a mãe do bebê, que foi indiciada por crime doloso.

06 de maio – Prefeitura de Santana entrega à população 06 novos ônibus para circulação urbana. Os veículos são da empresa Sião Thur.

27 de maio – Trabalhadores da empresa AMCEL paralisam suas atividades por tempo indeterminado, onde cobram o cumprimento da data-base e reajuste salarial, além da correção da gratificação do abono.

29 de maio – Visitando o Amapá, o ministro do Trabalho Carlos Lupi conhece a sede da agência do Trabalhador de Santana e aproveita para lançar o Programa “Juventude Cidadã”.

02 de junho – Agentes da Polícia Civil cumprem Mandado de Busca e Apreensão de documentos na Câmara de Vereadores de Santana. Na ação, comandada pelos delegados Sávio Alves Pinto e Jurandir Bentes, foi vistoriado todos os gabinetes dos vereadores e preso um funcionário daquela Casa de Leis.

17 de junho – Em Brasília (DF), o senador amapaense José Sarney (PMDB) recebe o Frei Jamilson de Carvalho, onde o religioso apresenta o projeto de construção da Escola de Música da Paróquia de São Pio, no bairro Fonte Nova, em Santana (AP).

23 de junho – Durante uma discussão conjugal, o vigilante José Rodrigues dos Santos, 52, tenta ceifar a vida de sua ex-companheira Carmem Lúcia Cardoso de Almeida, 31, mas o vigilante acaba sendo morto. Na versão de usa ex-amásia, o vigilante teria cometido um suicídio com arma branca (faca).

29 de junho – O Hospital Estadual de Santana ganha um posto avançado para coleta de leite humano e 90 leitos novos.

29 de junho – Comunidade católica de Santana começa a realizar campanha para evitar a retira do Padre Premoli Polidindi da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Santana. Os fiéis alegam que “um grupo político” vem tentando tomar decisões pela instituição, sem o consentimento do povo religioso, desrespeitando a opinião daqueles que realizam um bom trabalho social, dando como exemplo o Padre Premoli.

13 de agosto – O Programa “Casamento Comunitário” realiza a união de 300 casais em Santana.

25 de agosto – A empresa cinematográfica “Sincrocine” termina as gravações do filme “Tainá 3” que rodados na Ilha de Santana. A equipe esteve por 32 dias no local e envolveu mais de 40 pessoas nas áreas técnicas.

28 de agosto – A jovem Oricélia Corrêa Borges, 29, desaparece misteriosamente após sair de sua casa, em Santana, com destino à uma concessionária de motocicletas em Macapá.

10 de setembro – Inauguração do novo prédio da Prefeitura Municipal de Santana, funcionando agora na Av. Santana, bairro Paraíso.

12 de setembro – As estudantes Pámela Baia da Silva (9) e Camila Dayane Santana (10) são estupradas e mortas dentro de um balneário situado atrás do Cemitério de Santana.

15 de setembro – O Cônsul Geral-Adjunto do Japão no Brasil Akira kusunoki, entrega um micro-ônibus para a Casa da Hospitalidade.

19 de outubro – Moradores da Baixada do Ambrósio interditam a Rua Cláudio Lúcio Monteiro como forma de protestarem pela falta de água no local.

24 de outubro – Um incêndio consome a área de armazenamento de biomassa da AMCEL, em Santana, causando um efeito de combustão daquele material.

25 de outubro – A estudante Mariana Oliveira Alves (11), da Escola Estadual Izanete Victor dos Santos, em Santana, é escolhida para representar o Amapá na edição 2011 do quadro “Soletrando”, do programa televisivo Caldeirão do Hulk (TV Globo).

09 de novembro – A professora Iraidna Pinheiro Sanches morre durante atendimento no Hospital Estadual de Santana e família denuncia que houve negligência médica.

19 de novembro – Inauguração do Centro Laboratorial do município de Santana. Durante a solenidade, houve atos de manifestação por servidores efetivos e comissionados da área da saúde que protestaram pelo atraso de salários.

22 de novembro – O Corpo de Bombeiros de Santana interdita uma ponte no distrito do Elesbão, devido não apresentar mais condições de uso.

26 de novembro – Governador do Amapá Pedro Paulo inaugura a ponte de concreto sobre o Rio Vila Nova e anuncia a construção de uma ponte idêntica sobre o Rio Matapí.

30 de novembro – Jair Santana é reeleito presidente da Associação de Moradores do bairro “Jardim de Deus”.

16 de dezembro – Sem qualquer Mandado Judicial, fiscais da Prefeitura de Santana derrubam uma obra em terreno particular.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Em 2009,...

07 de janeiro – O mecânico Manoel Pereira Alves, 60, é finalmente sepultado no Cemitério Municipal de Santana. O mecânico foi dado como morto no dia 1º de janeiro corrente, vítima de ataque cardíaco. Mas a família do “falecido” constatou que o pulso continuava em circulação, assim como o corpo não apresentava estado de apodrecimento, acabaram desconfiando de que ainda estivesse vivo, sendo diagnosticado que ele tivesse sofrido de catalepsia (morte parcial dos órgãos e funcionamento do cérebro). Apesar de 02 laudos atestando a morte, a família recusou-se a enterrar o ente querido.
O velório durou uma semana e teve repercussão nacional. Durante este período, 05 médicos atestaram pelo mesmo laudo ao mecânico recém-falecido e muitos curiosos se aglomeraram pela casa para ver o “morto-vivo” de Santana. Somente neste dia (07) que os peritos da Politec emitiram oficialmente a morte do mecânico e convenceram a família de enterrá-lo.

08 de janeiro – Governador Waldez Góes muda o nome da Rodovia Duque de Caxias para Rodovia Duca Serra.

12 de janeiro – A Delegacia de Polícia Civil de Santana é transferida para a área portuária do município devido o antigo prédio (situado no cruzamento da Rua Ubaldo Figueira com a Av. Castro Alves) estar bastante deteriorado.

06 de fevereiro – Morre Fernando Guimarães, ex-diretor da ICOMI, vítima de câncer no pulmão.

17 de março – Delegados, policiais militares e agentes de segurança pública de Santana entregam aos vereadores locais o Projeto de Lei (PL) de iniciativa popular que reduz o horário de funcionamento de bares, boates e outros estabelecimentos que funcionam no horário noturno.

20 de março – Ocorre no plenário da Câmara de Vereadores de Santana, a instalação da Câmara de Conciliação criada no âmbito da Advocacia geral da União (AGU) para buscar entendimentos acerca dos bens deixados pela ICOMI, que por 46 anos explorou o minério de manganês no Amapá.

14 de abril – Um grupo de 06 ex-vereadores de Santana contesta a realização de uma sessão ordinária onde houve a “possível” aprovação do aumento salarial de 100% ao prefeito, secretários municipais e vereadores em sessão legislativa ocorrida em agosto de 2008. Os vereadores consideraram a Ata desta suposta sessão sem qualquer autenticidade nos registros, prometendo, até mesmo, acionarem o Ministério Público estadual para apurar tais fatos.

24 de abril – Ocorre uma audiência pública na CMS onde trata do melhoramento do transporte coletivo de Santana. Na reunião, é proposta uma licitação para que mais empresas prestem serviço na cidade.

25 de junho – Inauguração do novo prédio do PETI em Santana. No local é instalado o 1º Complexo de Atividades sócio-educativas do Amapá.

18 de junho – Inauguração do prédio do Complexo Operacional “João Batista Bezerra”, da Companhia Docas de Santana (CDSA).

03 de junho – O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) divulga o interesse de transformar a comunidade ribeirinha do Elesbão, em Santana, como sendo de Paisagem Cultural Nacional.

01 de julho – Segundo o IBGE, o município de Santana possui 97.220 habitantes (sendo 1.487 pessoas a mais que em 2008, que constatou 95.733 habitantes), considerando um crescimento de 1,6%.

31 de agosto – Integrantes da CPI instalada pela Assembléia Legislativa do Amapá, para apurar a Pedofilia, Exploração Sexual de crianças e adolescentes a pornografia infantil no Estado, recebe a inclusão de 03 vereadores santanenses, que são Roseli Matos (DEM), Robson Rocha (PTB) e Adelson Rocha (PPS).

17 de setembro – Em virtude de uma crise financeira que sua administração vem enfrentando, o prefeito Antônio Nogueira pede aos servidores comissionados da Prefeitura de Santana que entreguem seus cargos e trabalhem voluntariamente até janeiro do ano seguinte (2010), quando pretende contornar a situação.

05 de novembro – Inauguração do novo prédio do Quartel da 5ª Companhia Independente do Interior do Corpo de Bombeiros, em Santana. A obra custou R$ 1,2 milhão com recursos do Governo Estadual.

06 de novembro – Inauguração da nova agência da Previdência Social (INPS) em Santana.

10 de novembro – O trem que faz a ligação entre os municípios de Santana e Serra do Navio sofre o 2º descarrilamento do ano. O acidente acontece no km-76 da ferrovia, onde cerca de 20 vagões saíram do trilho, sendo que 12 estavam carregados com minério de ferro.

19 de novembro – A Delegacia da Capitânia dos Portos de Santana é elevada á categoria direta de Capitânia dos Portos.

10 de dezembro – Inauguração do novo prédio da Câmara Municipal de Vereadores de Santana, orçada em R$ 2,8 milhões.