Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



sábado, 1 de dezembro de 2012

O Trabalho Assembleiano sob o Povo de Santana



Estrutura histórica do antigo Templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Santana, demolido entre 2007-2008 para construção de um projeto arquitetônico e mais moderno (abaixo foto do atual Templo).


Considerada uma das denominações religiosas mais prestigiadas e respeitadas do Brasil e do Mundo, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus “A Pioneira” (IEAD) escreveria uma nova tese no conceito pentecostal para nossa sociedade.

A IEAD nasceu justamente no Brasil, em 1911, mais precisamente na capital paraense (Belém-PA), indo rapidamente pelos diversos cantos do país. Desembarcou em terras amapaenses em junho de 1916, e mesmo enfrentando desavenças religiosas com o único vigário de Macapá (Padre Júlio Maria Lombaerd), alcançou seus objetivos de implantar um estilo inovador sobre o Evangelho Bíblico.

Em Santana (AP), o conceito assembleiano surgiria por iniciativa de um missionário paraense chamado Serafim Pires de Souza (1910-1993), que chegou ao então Território Federal do Amapá na manhã do dia 19 de agosto de 1957, sendo recebido pelo Pastor Vicente Rêgo Barros, que presidia a única Igreja assembleiana existente em todo Território do Amapá, situado em Macapá.

Após residir temporariamente na capital amapaense, o missionário Serafim Pires (que também era popularmente conhecido como “Pastor Souzinha”) seguiu para a pequena vila de Porto Grande, onde ali empreendeu os trabalhos de evangelho por quase seis meses, expandindo-o à vila operária de Serra do Navio, onde percorreu toda a Estrada de Ferro do Amapá (seus 194km de extensão), implantando casas de oração nos trechos visitados.

Em meados do ano seguinte (1958), Pastor Souzinha foi indicado para assumir os trabalhos de evangelização na pequena vila portuária que já se expandira na margem esquerda do Rio Amazonas, mais precisamente numa vila inicialmente conhecida no codinome de “Vila Ucuúba”, situada nas proximidades da atual Rua Salvador Diniz com a Avenida Santana (hoje centro de Santana).

Quando chegou ao vilarejo, já havia duas famílias compostas de membros que conheciam assiduamente o Evangelho pregado pela Assembléia de Deus na região: da irmã Maria Assunção da Rocha (conhecida “Irmã Minoca”) e o do Irmão Olímpio Teixeira.

Depois erguer uma pequena casa, que serviria de moradia para sua família (formada pela esposa Dalila Menezes de Souza e dois filhos que depois viriam de Belém-PA, onde moravam com seus avós maternos), Pastor Souzinha iniciou na tarde do dia 15 de agosto de 1958, os primeiros cultos na casa da Irmã Minoca, que residira nas proximidades da estação ferroviária da mineradora ICOMI.

Mesmo havendo uma fonte empregatícia bastante viável, tanto para a economia local como auxiliava no crescimento desordenado da população da região, que era a Indústria e Comércio de Minérios Ltda. (ICOMI), as primeiras reuniões da nova denominação religiosa não levavam mais de 10 ou 15 pessoas para os cultos em seus primeiros meses de existência.

No início de 1959, os cultos seriam agora realizados em um compartimento adaptado na casa do Pastor Souzinha, situado na antiga Rua da Escola (assim conhecida por dar acesso ao único educandário que havia nas imediações, e hoje chamada Rua Salvador Diniz), que simultaneamente continuaria expandindo a Palavra de Deus através de visitas pelas localidades interioranas do Amapá.

Com a permanência mais duradoura do missionário Souzinha nos trabalhos evangelísticos em Santana, logo veio a intenção de se construir um Templo da igreja na região, seguindo o ritmo que vinha sendo realizado em Macapá, quando entregou o primeiro Templo Evangélico do Amapá em 1958. Com isso, receberia a ilustre visita do Pastor Francisco Pereira do Nascimento (vindo de Belém-PA) em maio de 1962, que escolheria o terreno plano para a construção do futuro Templo religioso.

Enquanto era minuciosamente construído o esperado Templo assembleiano em Santana, foram abertas outras duas Casas de Oração: uma na Vila Amazonas e outra na Vila Cutaca. Após um ano de intensos trabalhos voltados em sua construção, o Templo Evangélico da vila portuária de Santana veio a ser inaugurado em 24 de novembro de 1967, contando com a presença do então Governador do Amapá General Ivanhoé Martins e o Pastor-presidente da Assembléia de Deus no Amapá, Pastor Otoniel Alves. Vale ressaltar que boa parte dos recursos aplicados na construção desse Templo foram provenientes da venda de um imóvel pertencente ao Pastor Souzinha, na qual este possuía na capital paraense.

O primeiro batismo pentecostal realizado na Assembléia de Deus de Santana ocorreu na manhã do dia 20 de abril de 1961, envolvendo o senhor João Moura (funcionário da ICOMI) e quatro anos depois seria realizado o primeiro matrimonio evangélico da vila, unindo o braçal Raimundo Araújo da Costa e Maria das Graças Penha Assunção, ocorrido no dia 06 de fevereiro de 1964 (sendo que este foi realizado na congregação da Vila Amazonas).

Com a transformação do município de Santana, a Assembléia de Deus local teria seu estatuto juridicamente registrado no dia 10 de dezembro de 1988, contendo 28 artigos, formulado por 36 evangelistas. (ver Registro Pessoa nº 0518, de 02 de janeiro de 1989, recolhido no Cartório Jucá).

Reconhecimentos Sociais
A boa atuação desenvolvida pela Igreja Assembléia de Deus junto ao povo santanense levaria seus objetivos a serem dignamente reconhecidos pelo Poder Público. A Lei Municipal n.º 0375/98-PMS, do dia 23 de junho de 1998, tornaria a IEAD uma entidade de utilidade pública para o município de Santana.

Em 2003, o vereador santanense Aroldo Vasconcelos (PSB) teria dois importantes Projetos aprovados pelo prefeito de Santana Rosemiro Rocha (PL), que beneficiaria o povo evangélico de Santana: no dia 26 de agosto corrente é sancionada a Lei Municipal n.º 0639/03-PMS instituindo o “Dia Municipal do Evangélico” anualmente comemorado no dia 30 de novembro; e no dia 18 de setembro é sancionada a Lei Municipal n.º 0646/03-PMS que instituiria o “Dia Municipal do Pastor Evangélico”.

Em 19 de maio de 2004, a Deputada Estadual Mira Rocha (PL) teria seu Projeto de Lei n.º 0827 sancionado em Lei Estadual pelo então Governador do Amapá Waldez Góes, estipulando o dia 30 de novembro para ser anualmente comemorado como “Dia Estadual do Evangélico”.

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