Festa carnavalesca nos salões do Santana Esporte Clube, em 1965. Anualmente, o evento tornou-se o "mais esperado" pela elite social do Amapá. (Foto: Revista ICOMI Notícias)
As tradicionais festas carnavalescas de Santana iniciaram ainda na década de 1960. Antigos funcionários da ICOMI contam que a chegada do mês de fevereiro garantia o recesso de até 10 dias longe do trabalho. Quando a referida mineradora concluiu a construção dos seus primeiros prédios para o funcionamento de setores, foi incluída a entregue do Recreio Amazonas, situado nas dependências internas da Vila Amazonas. Isso no final de 1961.
Como forma de projetar o bom empenho aplicado por suas diretorias, o Santana Esporte Clube começou a utilizar a referida área para diversos eventos sociais, como confraternizações, festas de final de ano e festas de Carnaval.
A primeira “batalha de confetes” da Vila Amazonas aconteceu em fevereiro de 1962, organizada pelo clube do “Canário”, que trazia na sua presidência o Sr.º Hélcio Rodrigues Quintanas. Com pouco mais de 70 associados, o clube conseguiu lotar a área do Recreio Amazonas, reunindo até pessoas que não residiam naquela vila operária da ICOMI.
Em fevereiro de 1964, o evento carnavalesco passou a ser realizado na sede própria da agremiação do porto, que agora funcionava ao lado do cinema da Vila. Percebendo o sucesso que a data faria, a diretoria do Santana Clube decidiu estender a programação anual por dois dias consecutivos: um dia (sábado) seria a seletiva da Rainha do Carnaval local e no dia seguinte (domingo) seria a festa com premiações.
Os tradicionais bailes de Carnaval organizados pelo “canarinho santanense” lideraram o topo da lista das pessoas da alta sociedade que procuravam se divertir durante este período, mesmo que tivessem que se deslocar diretamente da capital (Macapá).
O sucesso realizado por esses foliões levou um grupo de amigos e vizinhos da Vila Amazonas a fundarem a primeira Escola de Samba da vila portuária de Santana, denominada “Unidos do Amapá”, criada em 10 de outubro de 1972, tendo como seu primeiro presidente o Sr.º Marx Darlindo, um compositor bastante reconhecido da comunidade sambista do Território, na qual deixou gravado o enredo “Exaltação ao Amapá”, que tornaria a Escola “Unidos do Amapá” a campeã do Carnaval amapaense em 1973.
Segundo jornais da época, essa agremiação santanense chegou a realizar diversas festas de Carnaval que ocorreram tanto na sede do Santana Esporte Clube (Vila Amazonas), como no salão de reuniões da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (Vila Maia), isso quando ainda não havia uma sede própria para os associados do Independente Esporte Clube.
A partir de 1980, os sócios que integravam o “Carcará da Vila Maia” passaram a organizar suas festividades carnavalescas, onde percorriam algumas ruas e avenidas da cidade e acabavam nos salões de eventos do clube. No ano seguinte (1981), não foi possível realizar qualquer manifestação carnavalesca em todo Território do Amapá em respeito à vítimas do naufrágio do barco “Novo Amapá”, que ocorreu um mês antes do período das festas.
Em 25 de abril de 1982, é fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba “Império Santanense” (GRESIS), idealizado por um grupo de foliões que residiam nas imediações da Vila Maia e de pessoas que deixaram a Escola de Samba “Unidos do Amapá” por questões estatutárias (de acordo com o Regimento Interno daquela entidade abrigada na Vila Amazonas, não era mais permitido que ex-funcionários da ICOMI continuassem na Escola de Samba quando eram destituídos da mineradora).
Após filiar-se na Liga das Escolas de Samba do Amapá (LES), em Macapá, o GRESIS foi alcançando êxito para o público adorador de samba, vindo até mesmo a conquistar a 2ª colocação como título maior de sua existência, onde defendeu o samba-enredo “Sofia, a Sereia do Porto”, composta por Bi Trindade e Ricardo Rodrigues, sendo interpretada por Olavo dos Santos Almeida.
Antigos moradores contam que o sucesso e a popularidade atingida pela “Império Santanense” foi causando a decadência carnavalesca da Escola “Unidos do Amapá” que começou a declinar em meados da década de 1980.
Um desentendimento causado internamente na “Império Santanense” levou a agremiação ao caminho da extinção, resultando na origem de 02 blocos carnavalescos em 1986: Constituinte e Bloco do Povo, onde a rivalidade se manteve estável no Carnaval de Rua na cidade portuária do Amapá.
Entre as poucas informações ligadas ao Bloco “Constituinte”, sabe-se era formado por pessoas que, em sua maioria, residiam nos bairros Novo Horizonte e Remédios I e II. Costumavam se reunir no salão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para discutirem os objetivos de festejo do bloco.
Quando a cidade transformou-se em município, o Bloco “Constituinte” tornou-se bi-campeã do Carnaval local (1989/1990) e vice-campeã em 1991.
Já o “Bloco do Povo” tinha um apoio mais considerável da comunidade do Samba devido abrigar compositores e interpretes de renome da cultura do Estado. Foram os idealizadores do Rei Momo e da Rainha do Carnaval santanense. Seguiram com diversas festas de rua, até que sua diretoria decidiu regularizar a entidade.
Entre o período de 1993 a 1998, diversas Escolas de Samba se formaram esporadicamente em Santana, que foram: Unidos da Maracutaia, Pavulagem, Linda Flor e Império do Povo. No entanto, as condições financeiras não deram força material e logístico para que essas agremiações se manterem em ativa.
Em 1999, é criado o Bloco “Faraó” como forma de agregar antigas tradições momescas e elevar o entusiasmo dos brincantes nas ruas santanenses. Até este ano, já restavam apenas duas escolas de Samba na cidade: Império do Povo e Linda Flor, que procuravam carregar o nome de Santana para os desfiles que ocorriam em Macapá.
Em 2001, a Escola de Samba “Linda Flor” começou a ser destituída por questões financeiras e seus integrantes seguiram novos caminhos. A maioria ingressou na Escola de Samba “Império do Povo” por está situada nos limites do município, enquanto que outros deram origens para famosos Blocos de Rua que atualmente conhecemos: Porto Folia, Nabalada, Pimenta & Cia, etc.
A partir de 2005, a Prefeitura de Santana idealizou o “Carnaval das Águas”, onde os foliões se divertem através do Rio Amazonas e depois seguem rumo ao evento organizado na parte urbana do município: o chamado “Corredor da Folia”. Foi durante este Carnaval que surgiu o famoso personagem que passaria a representar nosso período carnavalesco: Seu Ribeira.
Desde então, os festejos anuais desta data vem se ampliando gradativamente, onde novos blocos de Carnaval estão formando seus espaços no evento já considerado um dos mais esperado do Estado.
Em 2011, em virtude de não haver desfile das Escolas de Samba em Macapá, o público que participa e simpatiza do evento não deixou a alegria se desmanchar e foram comemorar o período no município de Santana, onde o Calendário das festas iniciaram no dia 04 de março (sexta-feira) e com encerramento para o dia 12 de março, contando com mais de 20 mil brincantes distribuídos em blocos e independentes.
Como forma de projetar o bom empenho aplicado por suas diretorias, o Santana Esporte Clube começou a utilizar a referida área para diversos eventos sociais, como confraternizações, festas de final de ano e festas de Carnaval.
A primeira “batalha de confetes” da Vila Amazonas aconteceu em fevereiro de 1962, organizada pelo clube do “Canário”, que trazia na sua presidência o Sr.º Hélcio Rodrigues Quintanas. Com pouco mais de 70 associados, o clube conseguiu lotar a área do Recreio Amazonas, reunindo até pessoas que não residiam naquela vila operária da ICOMI.
Em fevereiro de 1964, o evento carnavalesco passou a ser realizado na sede própria da agremiação do porto, que agora funcionava ao lado do cinema da Vila. Percebendo o sucesso que a data faria, a diretoria do Santana Clube decidiu estender a programação anual por dois dias consecutivos: um dia (sábado) seria a seletiva da Rainha do Carnaval local e no dia seguinte (domingo) seria a festa com premiações.
Os tradicionais bailes de Carnaval organizados pelo “canarinho santanense” lideraram o topo da lista das pessoas da alta sociedade que procuravam se divertir durante este período, mesmo que tivessem que se deslocar diretamente da capital (Macapá).
O sucesso realizado por esses foliões levou um grupo de amigos e vizinhos da Vila Amazonas a fundarem a primeira Escola de Samba da vila portuária de Santana, denominada “Unidos do Amapá”, criada em 10 de outubro de 1972, tendo como seu primeiro presidente o Sr.º Marx Darlindo, um compositor bastante reconhecido da comunidade sambista do Território, na qual deixou gravado o enredo “Exaltação ao Amapá”, que tornaria a Escola “Unidos do Amapá” a campeã do Carnaval amapaense em 1973.
Segundo jornais da época, essa agremiação santanense chegou a realizar diversas festas de Carnaval que ocorreram tanto na sede do Santana Esporte Clube (Vila Amazonas), como no salão de reuniões da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (Vila Maia), isso quando ainda não havia uma sede própria para os associados do Independente Esporte Clube.
A partir de 1980, os sócios que integravam o “Carcará da Vila Maia” passaram a organizar suas festividades carnavalescas, onde percorriam algumas ruas e avenidas da cidade e acabavam nos salões de eventos do clube. No ano seguinte (1981), não foi possível realizar qualquer manifestação carnavalesca em todo Território do Amapá em respeito à vítimas do naufrágio do barco “Novo Amapá”, que ocorreu um mês antes do período das festas.
Em 25 de abril de 1982, é fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba “Império Santanense” (GRESIS), idealizado por um grupo de foliões que residiam nas imediações da Vila Maia e de pessoas que deixaram a Escola de Samba “Unidos do Amapá” por questões estatutárias (de acordo com o Regimento Interno daquela entidade abrigada na Vila Amazonas, não era mais permitido que ex-funcionários da ICOMI continuassem na Escola de Samba quando eram destituídos da mineradora).
Após filiar-se na Liga das Escolas de Samba do Amapá (LES), em Macapá, o GRESIS foi alcançando êxito para o público adorador de samba, vindo até mesmo a conquistar a 2ª colocação como título maior de sua existência, onde defendeu o samba-enredo “Sofia, a Sereia do Porto”, composta por Bi Trindade e Ricardo Rodrigues, sendo interpretada por Olavo dos Santos Almeida.
Antigos moradores contam que o sucesso e a popularidade atingida pela “Império Santanense” foi causando a decadência carnavalesca da Escola “Unidos do Amapá” que começou a declinar em meados da década de 1980.
Um desentendimento causado internamente na “Império Santanense” levou a agremiação ao caminho da extinção, resultando na origem de 02 blocos carnavalescos em 1986: Constituinte e Bloco do Povo, onde a rivalidade se manteve estável no Carnaval de Rua na cidade portuária do Amapá.
Entre as poucas informações ligadas ao Bloco “Constituinte”, sabe-se era formado por pessoas que, em sua maioria, residiam nos bairros Novo Horizonte e Remédios I e II. Costumavam se reunir no salão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para discutirem os objetivos de festejo do bloco.
Quando a cidade transformou-se em município, o Bloco “Constituinte” tornou-se bi-campeã do Carnaval local (1989/1990) e vice-campeã em 1991.
Já o “Bloco do Povo” tinha um apoio mais considerável da comunidade do Samba devido abrigar compositores e interpretes de renome da cultura do Estado. Foram os idealizadores do Rei Momo e da Rainha do Carnaval santanense. Seguiram com diversas festas de rua, até que sua diretoria decidiu regularizar a entidade.
Entre o período de 1993 a 1998, diversas Escolas de Samba se formaram esporadicamente em Santana, que foram: Unidos da Maracutaia, Pavulagem, Linda Flor e Império do Povo. No entanto, as condições financeiras não deram força material e logístico para que essas agremiações se manterem em ativa.
Em 1999, é criado o Bloco “Faraó” como forma de agregar antigas tradições momescas e elevar o entusiasmo dos brincantes nas ruas santanenses. Até este ano, já restavam apenas duas escolas de Samba na cidade: Império do Povo e Linda Flor, que procuravam carregar o nome de Santana para os desfiles que ocorriam em Macapá.
Em 2001, a Escola de Samba “Linda Flor” começou a ser destituída por questões financeiras e seus integrantes seguiram novos caminhos. A maioria ingressou na Escola de Samba “Império do Povo” por está situada nos limites do município, enquanto que outros deram origens para famosos Blocos de Rua que atualmente conhecemos: Porto Folia, Nabalada, Pimenta & Cia, etc.
A partir de 2005, a Prefeitura de Santana idealizou o “Carnaval das Águas”, onde os foliões se divertem através do Rio Amazonas e depois seguem rumo ao evento organizado na parte urbana do município: o chamado “Corredor da Folia”. Foi durante este Carnaval que surgiu o famoso personagem que passaria a representar nosso período carnavalesco: Seu Ribeira.
Desde então, os festejos anuais desta data vem se ampliando gradativamente, onde novos blocos de Carnaval estão formando seus espaços no evento já considerado um dos mais esperado do Estado.
Em 2011, em virtude de não haver desfile das Escolas de Samba em Macapá, o público que participa e simpatiza do evento não deixou a alegria se desmanchar e foram comemorar o período no município de Santana, onde o Calendário das festas iniciaram no dia 04 de março (sexta-feira) e com encerramento para o dia 12 de março, contando com mais de 20 mil brincantes distribuídos em blocos e independentes.
NOTA: As informações aqui descritas foram originalmente extraídas da Revista Mensal ICOMI-Notícias (1964-1967), da Liga das Escolas de Samba do Amapá (Liesa), Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Santana, Histórico da Escola de Samba “Império do Povo” e acervo histórico do pesquisador Emanoel Jordânio.
Ap
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