Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

60 anos de Rosemiro Rocha



Um caboclo despretensioso, simples, com muitos sonhos, mas sem vislumbrar perspectivas maiores do que trabalhar e ajudar a família. De repente, descortinou-se num açougue. Ao mesmo tempo em que trabalhava a carne, emoldurava um grandioso projeto que nem fazia parte dos sonhos.

Estou falando de Rosemiro Rocha Freires, paraense que nasceu em Gurupá, no dia 07 de Novembro de 1951. Filho de Josias Fortunato Freires e Antônia Rocha Freires, seus pais seguiam a tradicional rotina interiorana: caçar, pescar, tomar banho nos rios. Eram habilidosos na arte da peconha, para tirar o fruto do açaí para suprí-los em seus anseios diários e nas horas vagas retiravam o néctar dos seringais.

Ainda garoto (por volta de 1959), sua família mudou-se para o município de Jaburu dos Alegres (PA), onde ali Rosemiro desenvolveu mais ainda suas habilidades como seringueiro e caçador.

Em Julho de 1964, sua família mudou-se novamente. Desta vez vieram para o então Território Federal do Amapá, fixando residência na antiga Vila Dr. Maia (em Santana), onde logo começou a trabalhar com um primo, que lhe conseguiu uma vaga de ajudante de açougueiro. Inicialmente tímido, o jovem garoto foi logo se abrindo nas tarefasdo açougue, tornando-se ágil em destroçar o gado, sendo também muito falante e extrovertido. Não demorou muito para Rosemiro demonstrar que tinhas dotes, além de retalhar o boi. Conquistou a confiança de diversas pessoas, chegando a assumir o controle de um açougue de um dos parentes. Desde então desvendou a arte de fazer e construir inúmeras amizades.

Como na época Santana ainda era um pequeno distrito de Macapá e as poucas que aqui residiam claramente se conheciam o jovem Rosemiro rapidamente conquistou dezenas de amizades, o que despertou o interesse de políticos que viam naquele rapaz uma futura liderança e um excelente "capitão" eleitoral.

Desde a década de 1970, procurou estar sempre envolvido nos eventos e reuniões ligadas às intenções políticas. Somente na década seguinte (no início do ano de 1982) receberia um convite direto do então governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos para filiar-se ao Partido Democrático Socialista (PSD) e após diversos incentivos de populares, lançou-se à candidatura municipal, sendo eleito o 7º vereador mais votado de Macapá, com 1.265 votos, e também tornando um dos 03 representantes santanenses na Câmara Municipal de Macapá (os outros dois seriam Aroldo Góes e Redimilson Nobre).

Durante esta primeira legislatura, Rosemiro tratou incansavelmente da questão político administrativa de Santana, que ainda pertencia ao município de Macapá e desejava transformá-lo em um município independente. E não mediu esforços para isso. Após marcar diversas audiências ministeriais em Brasília (DF), conseguiu o intento, que formalizou a sua emancipação em 17 de dezembro de 1987, através da Lei Federal n. 7.639, sancionada pelo então Presidente da República José Sarney (atual Senador amapaense).

Após a transformação municipal de Santana, Rosemiro candidatou-se ao cargo de prefeito e conseguiu ser eleito o primeiro representante do Executivo santanense com 5.023 votos. Apesar das dificuldades encontradas, nesse primeiro mandato, deu conta do trabalho. Realizou a reforma de diversas escolas e prédios públicos de Santana, construiu conjuntos habitacionais e ajudou na criação e urbanização de novos bairros como Novo Horizonte, Remédios, Paraíso II, Provedor I e II.

Como reconhecimento da população, foi eleito deputado estadual em 1994. Na Assembléia Legislativa, demonstrou ser um hábil político. Sempre com sorriso pacato, porém decidido, foi abrindo caminho e conseguindo fácil acesso por entre as correntes partidárias. Seu gabinete parlamentar era um corredor de solidariedade, sendo mais procurado que o gabinete do Presidente da Casa.

Pela avaliação de alguns analistas, é considerado um dos políticos mais populares e carismáticos do Estado. Uma prova dessa popularidade foi sua reeleição em 1998, como o deputado estadual mais votado com 5.585 votos, vindo somente a ser superado nas eleições estaduais de 2006.

Mesmo toda essa trajetória, decidiu novamente retornar à Prefeitura de Santana, disputando uma acirrada eleição, enfrentando o candidato do então governador João Capiberibe e o prefeito Judas Tadeu Medeiros. Novamente o apoio incomensurável dos verdadeiros amigos e dos correligionários foi a garantia de sua vitória com 10.886 votos.

Reencontrou a Prefeitura cheia de problemas financeiros, onde teve o grande desafio de reorganizá-lo. Discutiu com a sociedade santanense um programa para seus quatro anos de governo e logo colocou em prática. Foi o primeiro prefeito de todo Estado do Amapá que conseguiu reunir toda a Bancada Federal durante um debate sócio-ambiental ocorrido na Vila Amazonas, onde tratou da situação do manganês contaminado, que estava estocado no pátio portuário de Santana.

Nesses dois primeiros anos de seu segundo mandato, cita-se algumas de suas grandes realizações:

- Sancionou um Decreto que reduzia o horário noturno de funcionamento de bares, boates e similares, como forma de reduzir os índices de violência que assolavam o município;

- Construção do primeiro Restaurante Popular da Região Norte, com refeição ao preço de R$ 1,00;

- Reforma de 16 escolas municipais nas áreas urbanas e rurais;

- Construção de 07 novas escolas municipais;

- Construção das Praças do bairro Paraíso, Vila Amazonas e da Avenida Santana;

- Criação e instituição da Companhia Docas de Santana (CDSA);

- Contratação de novas empresas de transportes coletivos urbanos para Santana, extinguindo o monopólio desenvolvido pela única empresa de ônibus de Santana (São Judas Tadeu);

- Regulamentou o acesso viário de mototaxistas de Macapá pelo município de Santana;

- Criação do passe-livre aos estudantes da rede municipal e estadual de Santana. Somente em 2002, já haviam mais de 14 mil estudantes beneficiados com o passe-livre da PMS;

- Eletrificação 24 horas para a Ilha de Santana, atendido por cabos sub-aquáticos;

Informações Pessoais – Mesmo sendo católico convicto, Rosemiro sempre ajudou e participou de outras doutrinas. É pai de um casal de projetos políticos para o Amapá: seu filho Robson Rocha é vereador de Santana e sua filha Mira Rocha é deputada estadual, cumprindo seu 3º mandato do legislativo amapaense. Em 06 de novembro de 2009, Rosemiro casou-se com Josiane Rocha.

Mesmo sendo torcedor fanático do Independente Esporte Clube, do qual foi presidente e um dos maiores incentivadores, Rosemiro também foi um dos idealizadores da fundação do Aliança Atlético Clube (conhecido pela alcunha de “Caçula do Porto”).

Com todas essas referências, Rosemiro sempre demonstrou simplicidade e humildade à frente de todos que o conhecem, demonstrando seu otimismo, mesmo sendo um cidadão vitorioso e bastante respeitado pelas inúmeras camadas sociais, que o consideram uma referência na articulação política, social e econômica para o município de Santana.



Parabéns, Rosemiro Rocha Freires pelos 60 anos de aniversário e 30 anos de vida pública.

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