Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 16 de dezembro de 2012

Cidadãos Que Contribuiram na Criação de Santana em Município

Não se pode negar que alguns políticos de nossa terra muito trabalharam pela emancipação de Santana, Laranjal do Jarí, Ferreira Gomes e Tartarugalzinho. O primeiro a emergir buscando a transformação de Santana em município foi reconhecidamente o vereador Aroldo Góes, isto em 1982 quando ele ainda era do PDS. 

Depois veio o ex-governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos (PFL-AP), o então vereador Rosemiro Rocha e a Deputada Federal Constituinte Raquel Capiberibe. Esta, responsável inclusive pela subemenda que dá autonomia a Santana e Tartarugalzinho. 

Longe nós tentarmos essas colocações menosprezar demais políticos que tenham lutado pelas emancipações das citadas regiões. Porém, de forma inconteste mesmo usando sistemas diferentes, foram exatamente Aroldo Góes, Rosemiro Rocha, Anníbal Barcellos e Raquel Capiberibe os grandes baluartes dessas transformações. Isto sem mencionar o Deputado Federal Constituinte Genibaldo Corrêa (PMDB-BA), José Lourenço (PFL-BA), Amaral Neto (líder do PDS-RJ), Gastone Righi (PTB-PR), Brandão Monteiro (PDT-MA), Luís Inácio Lula (PT-SP), e principalmente, o Deputado Bonifácio de Andrade (PSDB-MG) que, com seu substitutivo datado de 02 de setembro do ano corrente, oportunizou a deputada Raquel Capiberibe entrar com uma subemenda na sessão de 22 de outubro de 1987, propondo a criação de mais dois municípios, isto é, os de Santana e de Tartarugalzinho. 

Isto forçaria o então Deputado Constituinte pelo Amapá Anníbal Barcellos a retirar o seu Projeto de criação de Santana em município. Na ocasião, o parlamentar amapaense salientava a retirada de seu projeto desde que a subemenda de Raquel fosse aprovada. Ou seja, Resumindo: Diretamente Barcellos e Bonifácio de Andrade foram os responsáveis pela transformação de Ferreira Gomes e Laranjal do Jarí em municípios do Amapá. Enquanto que Raquel Capiberibe, com a subemenda introduzida ao substitutivo do deputado Bonifácio de Andrade, é a responsável pela emancipação de Tartarugalzinho e Santana, sob a idéia dos vereadores citados no início do texto.

Incêndios Urbanos de Santana



Incêndio na área portuária de Santana, na tarde de 27.07.2007, destruiu mais de 20 imóveis, sendo este o 3º maior já ocorrido na cidade.
 


Em meados de novembro passado, um incêndio de pequeno porte atingiu um estabelecimento comercial na Área Portuária de Santana, deixando os moradores do local bastante assustados sobre o ocorrido, pois, muitos que ali residem ainda guardam na lembrança fatos também relacionados à catástrofes das chamas. 

 Em pouco mais de duas décadas, três grandes incêndios ocorreram no perímetro portuário de Santana, culminando em mais de cinquenta imóveis (entre comércios e residências) destruídos por labaredas de fogo que inexplicavelmente se formavam na parte interna dos imóveis e logo se espalhavam por outros pontos adjacentes. Por felicidade, em nenhum desses alarmantes incidentes houve registros de mortes humanas que pudessem deixar marcas mais dolorosas além das perdas materiais.  

Primeiro Grande Incêndio
Em 05 de setembro de 1988, um incêndio causado por descuido humano destruiria 22 moradias do “Dormitório São Camilo”, que existia na Avenida Castro Alves, número 39 (bairro Comercial), e uma residência ao lado daquele dormitório, além de ameaçar incendiar outras casas. 

O fogo, que alcançou labaredas de 7m de altura, começou por volta das 16hs quando a proprietária das moradias, Dona Maria de Nazaré de Souza Silva, deixou o fogão ligado para assar, onde inesperadamente, as chamas seguiram pelas paredes, causando a explosão do botijão de gás. O Corpo de Bombeiros chegou somente às 18hs, pois, nessa época, ainda não havia uma corporação de combate à incêndios instalada no município de Santana. 

Segundo Grande Incêndio
No início da noite do dia 04 de novembro de 1996, um incêndio ocorreria no cruzamento da Rua Cláudio Lúcio Monteiro com a Avenida Amapá (Centro de Santana), destruindo pelo menos sete casas, entre comércios e residências. Foram 25 homens do Corpo de Bombeiros que levariam cerca de quatro horas para debelar os focos das chamas. 

Embora considerado um incêndio de grandes proporções, também não houve vítimas, apenas prejuízos materiais. Segundo testemunhas, o fogo iniciou por volta das 20hs, devido a um curto-circuito na rede elétrica em frente ao depósito de uma importadora. 

O sinistro devastou três (03) lojas de importados, uma lanchonete, a sede da Associação dos Alcoólicos Anônimos (AA), o depósito de uma loja de importados e uma residência, sendo que ninguém teve tempo de salvar as mercadorias e objetos. Uma das grandes deficiências encontradas durante a ação dos Bombeiros foi a falta de equipamentos de proteção (máscaras e luvas) contra gases tóxicos que pairavam fortemente devido as chamas. 

O tenente Cléucio Nascimento Rodrigues, que na época comandou a operação, disse que o trabalho dos bombeiros foi no sentido de evitar que o fogo se alastrasse por todo o quarteirão. Entre os questionamentos, cogitou-se uma possível imprudência técnica causada pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) nos serviços de manutenção na rede elétrica, ocorrido horas antes do incêndio, que teriam culminado em curto-circuito. 

A diretoria da CEA rebateu as acusações, demonstrando um laudo técnico que apontava um padrão irregular na entrada de um depósito de gêneros que teria sido as prováveis causas do princípio do incêndio. Um levantamento efetuado pelo Corpo de Bombeiros concluiu que os prejuízos materiais ficaram em quase R$ 50 mil. 

Terceiro Grande Incêndio
Era tarde do dia 27 de julho de 2007 quando um incêndio de grandes proporções destruiu mais de 20 pontos comerciais e residenciais, localizados no início da Avenida Santana com a Rua Rio Jarí, na área portuária de Santana. O incêndio começou por volta das 15hs e rapidamente consumiu 10 casarões antigos de comércio e moradias com labaredas que atingiram mais de 20m de altura. 

A situação piorou depois que o fogo chegou aos depósitos clandestinos de pólvoras que vendiam como munição para ribeirinhos, e botijões de gás que estavam estocados nos fundos dos estabelecimentos, o que causou simultâneas explosões de fogo que foram ouvidas há mais de 1km, também formando uma nuvem tóxica e escura que pôde ser avistada até no distrito de Fazendinha. O controle do incêndio somente foi limitado com a chegada dos Bombeiros duas horas depois. 

Esse foi o único dos três maiores desastres incendiários que receberia apoio financeiro do Poder Público, onde 17 proprietários seriam contemplados pelo Programa “Amapá Empreendedor” com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Micro e Pequeno Empreendedor (Fundmicro), com apoio do Governo do Amapá por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e do Empreendedorismo (Sete).

sábado, 1 de dezembro de 2012

O Trabalho Assembleiano sob o Povo de Santana



Estrutura histórica do antigo Templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Santana, demolido entre 2007-2008 para construção de um projeto arquitetônico e mais moderno (abaixo foto do atual Templo).


Considerada uma das denominações religiosas mais prestigiadas e respeitadas do Brasil e do Mundo, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus “A Pioneira” (IEAD) escreveria uma nova tese no conceito pentecostal para nossa sociedade.

A IEAD nasceu justamente no Brasil, em 1911, mais precisamente na capital paraense (Belém-PA), indo rapidamente pelos diversos cantos do país. Desembarcou em terras amapaenses em junho de 1916, e mesmo enfrentando desavenças religiosas com o único vigário de Macapá (Padre Júlio Maria Lombaerd), alcançou seus objetivos de implantar um estilo inovador sobre o Evangelho Bíblico.

Em Santana (AP), o conceito assembleiano surgiria por iniciativa de um missionário paraense chamado Serafim Pires de Souza (1910-1993), que chegou ao então Território Federal do Amapá na manhã do dia 19 de agosto de 1957, sendo recebido pelo Pastor Vicente Rêgo Barros, que presidia a única Igreja assembleiana existente em todo Território do Amapá, situado em Macapá.

Após residir temporariamente na capital amapaense, o missionário Serafim Pires (que também era popularmente conhecido como “Pastor Souzinha”) seguiu para a pequena vila de Porto Grande, onde ali empreendeu os trabalhos de evangelho por quase seis meses, expandindo-o à vila operária de Serra do Navio, onde percorreu toda a Estrada de Ferro do Amapá (seus 194km de extensão), implantando casas de oração nos trechos visitados.

Em meados do ano seguinte (1958), Pastor Souzinha foi indicado para assumir os trabalhos de evangelização na pequena vila portuária que já se expandira na margem esquerda do Rio Amazonas, mais precisamente numa vila inicialmente conhecida no codinome de “Vila Ucuúba”, situada nas proximidades da atual Rua Salvador Diniz com a Avenida Santana (hoje centro de Santana).

Quando chegou ao vilarejo, já havia duas famílias compostas de membros que conheciam assiduamente o Evangelho pregado pela Assembléia de Deus na região: da irmã Maria Assunção da Rocha (conhecida “Irmã Minoca”) e o do Irmão Olímpio Teixeira.

Depois erguer uma pequena casa, que serviria de moradia para sua família (formada pela esposa Dalila Menezes de Souza e dois filhos que depois viriam de Belém-PA, onde moravam com seus avós maternos), Pastor Souzinha iniciou na tarde do dia 15 de agosto de 1958, os primeiros cultos na casa da Irmã Minoca, que residira nas proximidades da estação ferroviária da mineradora ICOMI.

Mesmo havendo uma fonte empregatícia bastante viável, tanto para a economia local como auxiliava no crescimento desordenado da população da região, que era a Indústria e Comércio de Minérios Ltda. (ICOMI), as primeiras reuniões da nova denominação religiosa não levavam mais de 10 ou 15 pessoas para os cultos em seus primeiros meses de existência.

No início de 1959, os cultos seriam agora realizados em um compartimento adaptado na casa do Pastor Souzinha, situado na antiga Rua da Escola (assim conhecida por dar acesso ao único educandário que havia nas imediações, e hoje chamada Rua Salvador Diniz), que simultaneamente continuaria expandindo a Palavra de Deus através de visitas pelas localidades interioranas do Amapá.

Com a permanência mais duradoura do missionário Souzinha nos trabalhos evangelísticos em Santana, logo veio a intenção de se construir um Templo da igreja na região, seguindo o ritmo que vinha sendo realizado em Macapá, quando entregou o primeiro Templo Evangélico do Amapá em 1958. Com isso, receberia a ilustre visita do Pastor Francisco Pereira do Nascimento (vindo de Belém-PA) em maio de 1962, que escolheria o terreno plano para a construção do futuro Templo religioso.

Enquanto era minuciosamente construído o esperado Templo assembleiano em Santana, foram abertas outras duas Casas de Oração: uma na Vila Amazonas e outra na Vila Cutaca. Após um ano de intensos trabalhos voltados em sua construção, o Templo Evangélico da vila portuária de Santana veio a ser inaugurado em 24 de novembro de 1967, contando com a presença do então Governador do Amapá General Ivanhoé Martins e o Pastor-presidente da Assembléia de Deus no Amapá, Pastor Otoniel Alves. Vale ressaltar que boa parte dos recursos aplicados na construção desse Templo foram provenientes da venda de um imóvel pertencente ao Pastor Souzinha, na qual este possuía na capital paraense.

O primeiro batismo pentecostal realizado na Assembléia de Deus de Santana ocorreu na manhã do dia 20 de abril de 1961, envolvendo o senhor João Moura (funcionário da ICOMI) e quatro anos depois seria realizado o primeiro matrimonio evangélico da vila, unindo o braçal Raimundo Araújo da Costa e Maria das Graças Penha Assunção, ocorrido no dia 06 de fevereiro de 1964 (sendo que este foi realizado na congregação da Vila Amazonas).

Com a transformação do município de Santana, a Assembléia de Deus local teria seu estatuto juridicamente registrado no dia 10 de dezembro de 1988, contendo 28 artigos, formulado por 36 evangelistas. (ver Registro Pessoa nº 0518, de 02 de janeiro de 1989, recolhido no Cartório Jucá).

Reconhecimentos Sociais
A boa atuação desenvolvida pela Igreja Assembléia de Deus junto ao povo santanense levaria seus objetivos a serem dignamente reconhecidos pelo Poder Público. A Lei Municipal n.º 0375/98-PMS, do dia 23 de junho de 1998, tornaria a IEAD uma entidade de utilidade pública para o município de Santana.

Em 2003, o vereador santanense Aroldo Vasconcelos (PSB) teria dois importantes Projetos aprovados pelo prefeito de Santana Rosemiro Rocha (PL), que beneficiaria o povo evangélico de Santana: no dia 26 de agosto corrente é sancionada a Lei Municipal n.º 0639/03-PMS instituindo o “Dia Municipal do Evangélico” anualmente comemorado no dia 30 de novembro; e no dia 18 de setembro é sancionada a Lei Municipal n.º 0646/03-PMS que instituiria o “Dia Municipal do Pastor Evangélico”.

Em 19 de maio de 2004, a Deputada Estadual Mira Rocha (PL) teria seu Projeto de Lei n.º 0827 sancionado em Lei Estadual pelo então Governador do Amapá Waldez Góes, estipulando o dia 30 de novembro para ser anualmente comemorado como “Dia Estadual do Evangélico”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Estratégica Eleição de 2004



Em 17/10/2012, prefeito eleito Robson Rocha (esquerda) conversa com o atual prefeito Antônio Nogueira, onde tratam do processo de transição municipal.
 

Em outubro de 2004, a segunda maior cidade do Amapá viveu uma campanha que ficou historicamente marcada pela chamada “troca de favores” e um modo que estrategicamente consolidaria na ação de dois concorrentes políticos em busca de um audacioso objetivo: desfavorecer a margem eleitoral do então prefeito de Santana, Rosemiro Rocha (PL), que aparentemente liderava todas as pesquisas oficiais que foram recém-realizadas na cidade. 

Rosemiro administrava Santana desde janeiro de 2001 e, mesmo já tendo seu nome anteriormente escrito na história do município como seu primeiro prefeito eleito no final da década de 1980, procurava reorganizar a segunda maior cidade do Amapá, buscando recursos através de emendas parlamentares e firmar convênios com os Governos Estadual e Federal. 

Até aquela data, já tinha formalizado sua relação política com mais de 90% dos nomes mais conceituados do Estado do Amapá, tanto na área social e econômica, como na parte política. 

A referida campanha eleitoral de 2004 iniciou no dia 19 de agosto corrente, onde mais de 100 candidatos concorriam a uma das 10 vagas ao legislativo local, enquanto que outros 04 candidatos brigariam acirradamente pelo cargo majoritário do município. Esses candidatos ao Executivo eram: o geólogo-ambientalista Antônio Feijão (PSDB); o ex-secretário Estadual de Saúde do Governo Capiberibe Jardel Nunes (PSB); o então prefeito de Santana Rosemiro Rocha (PL); e o então Deputado Federal Antônio Nogueira (PT), onde este vinha respondendo judicialmente pela liberação ilegal de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), na qual colocava seu mandato parlamentar em grande risco de perda. 

No período de quase 60 dias de campanha municipal, foram realizadas diversas pesquisas de opinião pública, visando conhecerem o favoritismo político da população santanense. No entanto, somente cinco pesquisas chegaram a ser consideradas verdadeiras, segundo informaria o Tribunal Eleitoral do Amapá (TRE/AP). Dessas pesquisas, as duas primeiras favoreciam o então prefeito Rosemiro Rocha para seu possível segundo mandato no Executivo, enquanto que a partir da terceira pesquisa houve um empate técnico entre o candidato petista (Antônio Nogueira) e o prefeito Rosemiro. 

Dias antes do esperado pleito eleitoral, precisamente no dia 29 de setembro, houve a divulgação da 5ª (última) pesquisa de confiabilidade pública, que havia sido realizada pela empresa EGO Consultoria & Marketing (de Belém-PA), que apontaria o então prefeito Rosemiro Rocha na liderança com 48,2% das intenções dos votos, enquanto que o segundo colocado apresentava 39,9% da preferência do eleitorado (que era o petista Antônio Nogueira). 

Um estranho fato ocorreria no dia seguinte (30/09) após a divulgação dessa última pesquisa de opinião pública: o médico Judas Tadeu (PSDB), que era o vice-prefeito na chapa do geólogo Antônio Feijão, desistiu inesperadamente de sua candidatura, passando a dar apoio politico ao então candidato petista Antônio Nogueira, desequilibrando tecnicamente toda e qualquer intenção merecedora de votos relacionados à favor do então prefeito de Santana Rosemiro Rocha. 

Comentários espalhados na cidade confirmavam claramente que tal apoio inexplicável tinha por principal objetivo destituir moralmente a gestão popular do então do prefeito santanense Rosemiro Rocha que, mesmo enfrentando diversos empecilhos administrativos, tinha fortes alianças em sua coligação, entre eles, com 04 dos 08 deputados federais pelo Amapá. 

Chegando o dia da eleição, em 03 de outubro, o pleito transcorreu normalmente, iniciando a apuração depois das 18 horas. Por três vezes alternadamente, os dois maiores candidatos (Antônio Nogueira e Rosemiro Rocha) chegaram a manter um empate equilibrado, sendo que por volta das 20hs, a população santanense pôde receber a informação da polêmica vitória do petista Antônio Nogueira com 20.475 votos válidos (48,17%), enquanto o prefeito Rosemiro Rocha alcançou 18.868 votos (44,396%), deixando uma diferença de 1.607 votos entre tais candidatos. 

Horas após o resultado final das eleições, Rosemiro Rocha concedeu uma entrevista numa emissora de rádio local, onde agradeceu ao povo santanense pelo apoio tido durante sua gestão e pediu para que seu trabalho continuasse sendo lembrado. 

Um dia após a eleição (dia 04 de outubro), o geólogo Antônio Feijão, que ainda conseguiu 3.126 dos votos válidos (7,35%), convocou a imprensa amapaense, onde manifestou sua profunda indignação pelo seu candidato à vice-prefeito Judas Tadeu, ao deixar sua chapa 48 horas antes do pleito, sem sequer comunicar oficialmente sua desistência com a coligação que estava formalmente apoiado. 

Segundo informações, o geólogo e ex-deputado federal Feijão ainda recebeu inúmeros conselhos para levar o fato ao conhecimento do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP), porém, procurou respeitar as bases politicas que estavam lhe apoiando. 

Sabe-se que o apoio concedido pelo médico Judas Tadeu ao novo prefeito santanense lhe garantiu o cargo de secretário municipal de Saúde de Santana pelo período de 14 meses (janeiro de 2005 a fevereiro de 2006). 

Semelhanças entres os pleitos de 2004 e 2012
Um fato tão semelhante ocorreria nas eleições de 2012, quando a candidata do prefeito Antônio Nogueira (Professora Marcivânia Flexa-PT) alegava manter um percentual considerável de votos para sua possível eleição. No entanto, muitos acreditam que a certeza incoerente e sua empolgação antecipada acabariam favorecendo o adversário Robson Rocha, que seria eleito o 5º prefeito de Santana. 

Porém, sua diplomação vem sendo ameaçada pela coligação adversária desde o último dia 21 de novembro, quando a Juíza Ana Lúcia de Albuquerque, da 6ª Zona Eleitoral da Comarca de Santana, suspendeu o efeito de diplomação do prefeito eleito Robson Rocha (PTB), eleito em 07 de outubro de 2012 com 22.977 votos (41,78% dos votos válidos). 

A decisão da magistrada seria tomada no dia 21 de Novembro, mas sendo publicada apenas no dia seguinte. A juíza eleitoral acataria o pedido de liminar impetrado pela “Coligação Santana com Novo Gás”, da candidata Marcivânia Flexa (PT) que obteve 21.589 votos (39,26% dos votos válidos). 

A coligação de Marcivânia abriria um processo pedindo uma ação de investigação judicial eleitoral. Segundo a candidata, Robson Rocha e seus colaboradores orquestraram ações, principalmente, às vésperas da votação, o que resultou no desiquilíbrio do processo eleitoral. 

Na ação, a Coligação pede, entre outros, a suspensão do processo eleitoral e a realização de uma nova eleição, ou ainda, a cassação do diploma de Robson Rocha e consequente nomeação de Marcivânia. Diante disso, a juíza suspendeu a diplomação do prefeito eleito até que o mérito seja julgado em transitado. 

Caso isso não ocorresse até o julgamento, o juiz do município, ou presidente da Câmara de Vereadores, pode assumir o comando da prefeitura de Santana. Robson Rocha disse que aguardava ser notificado para se pronunciar sobre a decisão. 

Mas, na tarde do dia 27 de novembro de 2012, o Desembargador Agostino Silvério, do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), conseguiria acatar o mandado de segurança impetrado pelo prefeito eleito de Santana, Robson Rocha (PTB), mantendo sua diplomação, em 18 de dezembro, e sua posse, em 1º de janeiro de 2013. Com tal decisão, o magistrado derrubaria a liminar expedida pela juíza Ana Lúcia Bezerra, da 6ª Zona Eleitoral (Santana), que havia suspendido a proclamação do resultado da eleição na Ação de Investigação Judicial ajuizada pela coligação da candidata Marcivânia Flexa (PT-PSB). 

Segundo os autos do processo, sob a alegação de que às vésperas da eleição houve desvio e abuso de poder e de autoridade, com uso indevido de veículos e meios de comunicação social, a coligação PT-PSB pediu a cassação do registro e/ou diploma, declaração de inelegibilidade e aplicação de multa dos candidatos eleitos aos cargos de prefeito e vice-prefeito, anulação judicial da eleição majoritária e realização de nova eleição em Santana. 

A ação fazia referência à execução de mandado de busca e apreensão às vésperas do pleito, em que se suspeitava da existência de elevado valor em dinheiro escondido em um motel, fato distorcido e difundido, sobretudo pelas redes sociais, onde se chegou a propalar que a candidata Marcivânia Flexa, acompanhada do atual prefeito Antônio Nogueira, teriam sido presos com R$ 2 milhões, fato que não se confirmou na operação da Polícia Federal. 

Pela repercussão negativa, o fato teria desequilibrado o pleito de 2012 e alterado o resultado da eleição em Santana, razão pela qual a juíza Ana Lúcia havia suspendido a proclamação do resultado e a diplomação para os cargos de prefeito e vice-prefeito, até o julgamento da ação. De acordo com outras informações, a coligação da citada candidata derrotada Marcivânia Flexa (PT) pretende recorrer da situação junto ao TSE.

domingo, 11 de novembro de 2012

No Distrito Portuário da Fortaleza



Vista aérea do distrito portuário do Igarapé da Fortaleza, vendo-se a ponte de concreto, inaugurada em 29.09.1998


A história da cidade de Macapá começaria exatamente no que atualmente seria um dos distritos suburbanos de Santana, o Igarapé da Fortaleza, quando, ainda na metade do século XVI, tropas holandesas atracaram em terras amapaenses, vindo a aprisionarem indígenas locais, como forma de delimitarem áreas de propriedade estrangeira e posteriormente povoarem a região. 

Um dos marcos desse período colonial, deu-se com a construção, pelos próprios holandeses, do lendário Forte Cumaú, em 1630, depois reerguido como Forte de Santo Antônio de Macapá (este já estava sob idealização dos colonizadores portugueses). 

A estrutura da então denominada Forte de Cumaú permaneceu parcialmente intacta até 1688, quando, por sugestão do Capitão-mor Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, decidiram construir uma nova fortificação, após a invasão de uma tropa inglesa ocorrer em meados de 1697, vindo a destruir toda sua estrutura, ficando apenas seus pilares como consequência. 

Devido um trecho do Rio Amazonas correr sob uma “brecha” que interligava com pequenas nascentes de rios e lagos. Os primeiros poucos habitantes que ali começaram a residir logo denominaram como Igarapé da Fortaleza, por está situado nas proximidades de um extinto Forte do período colonial. 

Com a criação do município de Santana em 1987, o então prefeito Rosemiro Rocha decidiu transformar aquela pequena vila portuária, já tendo pouco mais de 4 mil habitantes, em distrito, sancionando a Lei Municipal n.º 09/89 de 13 de junho de 1989, que daria autonomia distrital nas localidades de Igarapé do Lago, Ilha de Santana e Igarapé da Fortaleza. 

Em 13 de abril de 1976, a Prefeitura de Macapá inaugurou a primeira entidade ensino daquela vila, chamada Escola Isolada da Fortaleza, que posteriormente se transformaria na Escola Municipal Piauí (sendo somente reformada e ampliada a partir da década de 1980). No entanto, através de depoimentos de moradores pioneiros, já houve uma pequena escola que funcionou na beira do Igarapé, bem nas proximidades da atual ponte que atravessa o distrito. 

Em 14 de junho de 1991, a Prefeitura de Santana entregou o 1º Centro Municipal de Saúde do distrito, totalmente equipado e considerado um avanço para o progresso social daquela região. O referido Centro de Saúde foi montado com apoio do então governador do Amapá Comandante Annibal Barcellos, assim como também seu primeiro Posto Policial, ali instalado em dezembro de 1987, quando Barcellos ainda era Deputado Constituinte pelo então Território Federal do Amapá. 

Outro grande benefício realizado para o local foi na área da infraestrutura, quando a antiga ponte de madeira que liga o município de Santana ao distrito balneário da Fazendinha passou por uma completa reforma, sendo agora construída em concreto armado. Erguida no início da década de 1970, através de uma parceria entre a Prefeitura de Macapá e a antiga mineradora ICOMI, a ponte facilitou no acesso viário que antes era encontrado entre as pessoas que gostavam de frequentar a Praia de Fazendinha e tinham seguir somente por via fluvial (barcos) ou tinham que percorrer mais de 40km pela área urbana de Macapá para chegar até aquela vila balneária.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

No Descanso digno de nossos entes queridos



Aspecto atual (2012) do único Cemitério de Santana, vendo-se no detalhe uma das extensas valas onde estão enterradas as centenas de vítimas do naufrágio do Barco "Novo Amapá", ocorrido em janeiro de 1981.



Se existe um local em Santana que anualmente é bastante visitado, ou quando não, nas datas comemorativas, trata-se do Cemitério de Nossa Senhora de Santa Ana, situado no cruzamento da Rua Adálvaro Cavalcante com a Avenida Walter Lopes da Cruz. 

Sua implantação na cidade portuária deve-se ao Decreto Municipal n.º 051/74, sancionado em 24 de setembro de 1974 pelo prefeito de Macapá Cleyton Figueiredo de Azevedo, que declararia de utilidade pública, para fins de desapropriação, uma área destinada à construção de um novo cemitério na vila de Santana, que mediria, inicialmente, 180m de frente por 260m de comprimento (46.800m²). 

O Poder Municipal considerou que o então cemitério que havia na localidade já se encontrava em precárias condições e estando numa região inadequada (numa área particular), precisando agora beneficiar a populosa vila de Santana com um cemitério que atendesse as necessidades fúnebres de seus moradores, delimitando, assim, uma área mais adequada para a localização desse novo cemitério, seguindo um Plano de Desenvolvimento Urbano (PDU) que estava sendo empenhado na capital amapaense. Como o antigo cemitério santanense funcionava desde a década de 1950 numa área privada, pertencente à Empresa de Portos do Brasil (Portobrás), a Prefeitura Municipal de Macapá precisou efetuar um intenso estudo em diversas áreas de Santana, com isso, estabelecendo um local mais amplo e digno para a população. 

Como forma de habituar os serviços de sepultamentos no novo cemitério, o prefeito Cleyton Figueiredo determinou a transferência de todos os defuntos do antigo cemitério da “Portuaria” (como era conhecido o local). Porém, muitas exumações não foram possivelmente feitas por decisão de familiares, que acharam desnecessários e até desrespeitoso a retirada de um ente falecido de um local já existente. Mas no primeiro ano de sua implantação, o novo cemitério ainda conseguiu receber cerca de 10 sepultamentos, além de alguns cadáveres que puderam ser transferidos do cemitério do Porto em novembro de 1974. 

Segundo alguns registros existentes no Cemitério de Santana, até o final de 1980, no local só existiam pouco mais de 40 pessoas sepultadas. 

Em janeiro de 1981, o Cemitério santanense foi o local escolhido para enterrar as vítimas do maior naufrágio fluvial da América Latina: a tragédia do barco “Novo Amapá” levaria à morte mais de 400 pessoas, obrigando o então Governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos a providenciar a abertura de cinco “valas” extensas no dito cemitério para sepultar as vítimas que chegavam dentro de largos caixotes de compensado (cabendo neles até cinco corpos em cada caixote). Por quatro longos dias, a população assistia estarrecida a esses sepultamentos, considerado o maior público fúnebre já ocorrido em Santana. 

Em homenagem aos náufragos, a Secretaria de Promoção Social do então Território Federal do Amapá construiria no Cemitério de Santana um mausoléu contendo duas placas de bronze, onde estavam registradas o nome das 335 pessoas que perderam a vida nesse naufrágio ocorrido na noite de 06 de janeiro de 1981. Mas devido a atitude de vândalos, uma das placas foi roubada em 2004 e a outra encontra-se no depósito do prédio da administração do cemitério por precauções. 

Em junho de 1982, a então Prelazia de Macapá (hoje Diocese de Macapá) construiu uma Capela no cemitério, dedicado para visitas de parentes de sepultados. A capela era de madeira com telhas brasilit, ficando numa lateral interna do cemitério. Somente no início da década de 1990, a referida Capela foi transferida para o centro do cemitério e reformada em alvenaria e telhas de barro, onde hoje funciona a administração do local. 

Em 14 de fevereiro de 1989, o Decreto Municipal 026/89-PMS denomina o Cemitério santanense de Cemitério “Nossa Senhora de Santa Ana”, e simultaneamente o Poder Municipal concede uma área de terras de quase 2 mil metros quadrados para utilidade pública do cemitério. 

Segundo a administração do local, em março deste ano (2012), a Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo de Santana efetuou um levantamento, na qual concluíram a existência de mais de 12 mil pessoas (entre adultos, crianças e fetos) sepultados no referido cemitério, não havendo mais espaço para novos enterros – somente aqueles que possuem jazigos com entes falecidos.

domingo, 7 de outubro de 2012

Robson Rocha: Um Filho Igual ao Pai


Filho do maior articulador da história política do Amapá, Robson Rocha (esquerda) é eleito com 22.977 votos válidos para administrar Santana nos próximos quatros anos.



Nascido na capital amapaense, no dia 1º de dezembro de 1977, filho de Rosemiro Rocha Freires e de Maria Elizabeth Gomes Santana. Passou sua infância inteira em Santana, sendo uma parte na área comercial da cidade e outra no bairro Nova Brasília. 

Seus estudos foram todos em escolas estaduais, iniciando na Escola Anníbal Barcellos, passando pela Escola Joanira Del Castillo, Barroso Tostes e concluindo o 2º Grau Técnico na Escola Graziela Reis e Souza (em Macapá), formando-se como Técnico em Enfermagem. 

Recém-formado, foi aprovado em concurso do IPESAP. Posteriormente sendo aprovado em concurso público do estado onde trabalhou até recentemente no Hospital Estadual de Santana, lotado no Centro Cirúrgico daquela unidade de saúde, tendo somente se afastado devido sua eleição para vereador de Santana. 

Robson passou sua infância vivenciando a política. O pai, Rosemiro Rocha, foi o primeiro prefeito eleito de Santana. Antes, ele foi vereador por Santana, quando a cidade ainda era um distrito ligado à Macapá. Como vereador, Rosemiro lutou pela emancipação do município e quando isto ocorreu, Rosemiro candidatou-se e tornou-se o primeiro prefeito eleito. 

Depois como não havia reeleição, Rosemiro candidatou-se a Deputado Estadual, elegendo-se em 1994. Habilidoso e muito carismático, se reelegeu em 1998, sendo o deputado mais votado com 5.585 votos. 

Em 2000, Rosemiro resolve atender aos apelos populares e candidata-se novamente a prefeito de Santana, se elegendo mais uma vez. Com isso, indica a filha Mira Rocha para sucedê-lo na Assembléia Legislativa. Muitos duvidavam de achar se Rosemiro poderia transferir votos devido sua popularidade. Não deu outra! Mira Rocha foi eleita deputada Estadual pura e simplesmente pelo carisma do pai. 

Tudo isso acontecendo “bem nas barbas” de Robson, o caçula da família Freires que já tinha se acostumado com o corre-corre das campanhas e o entra e sai dos eleitores durante o dia e a noite em casa. Acostumou-se a ver o pai ainda de madrugada, de sapatos, atendendo ao povo e as vezes dormindo sem jantar. Aquilo tudo ficou rotineiro para o garoto Robson. 

Sua hora iria chegar... esperou amadurecer e quando achou que estava apto, não deixou o cavalo passar encilhado e não montar. A hora era agora, e pelo PTB concorreu a uma vaga na Câmara de Vereadores. Mesmo acanhado a princípio, entrou de cabeça na campanha, conseguindo ser eleito como o 4º mais votado com 1.530 votos, e tornando-se o mais novo membro da família Rocha a ter mandato político. 

Católico e muito caseiro, Robson é casado com a funcionária pública Caroline Almeida de Araújo, com tem uma filha chamada Emily, nascida em 2010. Sai normalmente no horário da noite com a família, aproveitando os finais de semana para passear pelo interior, como visitar o terreno da família em Porto Grande. Bastante apaixonado pela internet, onde passa horas consultando por notícias e informações de diversos assuntos de seu interesse: esporte, política, cultura, sociedade e outros. 

Outro hobby que bastante exercita é a leitura, já tendo lido diversas obras da literatura e da política brasileira. Um de seus livros de cabeceira foi “Cartas a um Jovem Político”, de autoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e o livro “Código da Vida”, do jurista Saulo Ramos. Tem como sua maior inspiração humana o pai Rosemiro Rocha, citado como seu grande mestre e incentivador. Além do pai, admira Tancredo Neves pela capacidade que tinha de agregar e o estadista Getúlio Vargas. 

Desportista, Robson admira os times de Santana, seguindo a mesma paixão paterna pelo “Carcará da Vila Maia”. 

Em 30 de junho de 2012, lançou oficialmente sua candidatura para concorrer como prefeito de Santana, mesmo sabendo que enfrentaria candidatos favorecidos pela máquina administrativa do município. Porém, não demonstrou fraqueza, trazendo no sangue da família sua determinação em alcançar seus objetivos. 

Por quase 100 dias, percorreu diversos bairros e distritos distantes de Santana, conversando com seus moradores e conhecendo seus problemas, levando sempre o mesmo entusiasmo que o pai demonstra para o povo santanense há mais de três décadas na política amapaense. 

Ao formalizar aliança partidária com o Partido dos Democratas (DEM), receberia apoio de diversas autoridades como os deputados federais Fátima Pelaes (PTN), Davi Alcolumbre (DEM) e Sebastião Bala (PDT), assim como também estariam outros 10 deputados estaduais. Foram 06 caminhadas e 12 comícios abertos que reuniram mais de 30 mil pessoas. 

Em seu último showmício, ocorrido no dia 04 de outubro, esteve ladeado de dezenas de correligionários e aliados (e mais de 10 mil pessoas), onde demonstrou ao povo seu otimismo em fazer uma administração popular. 

Sob o agrado de mais de 22.977 eleitores, elegeu-se o 7º prefeito da história de Santana, levantando 41,78% dos votos válidos, enquanto que a adversária ficaria para trás por uma diferença de mais de 1.300 votos, erguendo com isso, o nome de Robson Rocha para escrever uma nova trajetória administrativa para Santana a partir de janeiro de 2013.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Santana Esporte Clube, o "Canário Amapaense"




Foto histórica de 1961, do Santana Esporte Clube, conquistando seu primeiro Campeonato Amapaense de Futebol, escrevendo assim, seu nome nos anais do esporte tucuju.



Fundado em 25 de setembro de 1955, no antigo “Alojamento Intermediário” (que posteriormente foi depósito de móveis da empresa ICOMI), pelos seguintes desportistas: Jaime Cerqueira, Manoel Cesário, Walter da Rocha Leal, Oswaldo Ildefonso dos Santos, Hector Manoel dos Santos, Carlos Alberto Lavareda, José Nicolau de Oliveira, Raimundo Gemaque de Jesus, José Gomes de Oliveira, Expedito Vasconcelos e Arlindo Pereira. 

Inicialmente recebeu a nomeclatura de “ICOMI Esporte Clube”, disputando seu primeiro jogo em 1956 contra o América Esporte Clube, da Federação Amapaense de Desportos (FAD), empatando em 0 x 0. 

Camisa branca, com faixa diagonal azul, cruz de malta no peito, calções brancos e meias pretas com cano azul e branco, foi o seu primeiro uniforme. Após os primeiros jogos, seus fundadores resolveram mudar o nome do clube para “SANTANA ESPORTE CLUBE”, passando sua camisa a ser toda amarela com gola verde. Os meses restantes de 1955 e durante o ano de 1956, os sócio-fundadores foram seus dirigentes. Somente em princípios de 1957 que, em vista dos sucessos esportivos, e sentindo a necessidade de integrar-se ao esporte profissional do Amapá, o Santana filiou-se à FAD, sendo que antes procurou organizar seus Estatutos e eleger sua primeira Diretoria, tendo à frente Jesus Ferreira Jomar. 

Data daí o seu 3º uniforme, que vigora até os dias de hoje, com as seguintes cores: vermelho, amarelo e preto. 

Historicamente, conquistou o Campeonato Amapaense de Futebol dos seguintes anos: 1960,1961, 1962, 1965, 1968, 1972 e 1985. 

Vale registrar que o Santana Esporte Clube foi pioneiro ao promover a vinda de grandes times esportivos do Norte e Nordeste do Brasil, assim como também de alguns times cariocas, como: Paissandu, Remo, Tuna, Júlio César, ex-Combatente (PA), Ferroviário (MA), Esporte Clube Recife (PE), e até Fluminense e Olaria (RJ). 

Foi o clube do então Território Federal do Amapá que mais ficou conhecido fora de seus limites locais, recebendo da crônica esportiva do Norte, o apelido de “Canarinho Amapaense”, que depois passou a ser “Canário Milionário”. 

Em janeiro de 1998, o clube começou a se dissolver, após a ICOMI encerrar suas atividades de exploração de minério de manganês, devido a carência do produto, o que obrigou a entidade, na qual era muito dependente da mineradora, ter que “desmontar” o clube, o que causou uma grande insatisfação por seus associados e torcedores. 

Diversas reuniões e assembléias foram realizadas em prol do retorno do clube, mas no início do ano seguinte (1999), a diretoria da ICOMI determinou pelo término da entidade devido todo o patrimônio pertencer à mineradora. 

Passado mais de uma década após as inúmeras e frustradas tentativas de trazer novamente o Santana Esporte Clube para os campos de futebol, quando o ex-presidente do Amapá Clube, Gerson Fernandes anunciou em março de 2008, a decisão de reerguer um dos clubes mais considerados do esporte regional. 

Depois de tentar sua volta para a presidência da “Zebra Solitária”, Gerson acabou recebendo o convite para assumir a vice-presidência do clube, porém, percebendo que suas idéias técnicas estavam sendo restringidas, na qual lhe obrigou a se afastar do clube por tempo indeterminado. 

Ainda no primeiro semestre de 2008, realizou diversas reuniões com a presença de desportistas, ex-torcedores e até mesmo com ex-dirigentes do “Canário” visando trazer a grandeza deste time. 

Em meados de 2008, Gerson providenciou contatos imediatos junto à Federação Amapaense de Futebol (FAF), que tinha como presidente o então deputado estadual Roberto Góes (atual prefeito de Macapá), para buscar os procedimentos necessários para reorganizar esse clube santanense. 

No início de agosto corrente, foi possível reunir um pouco de 200 pessoas que participariam da Ata de reconstituição do Santana Esporte Clube e aprovariam um Estatuto provisório que seria somente utilizado para garantir seus direitos técnicos e esportivos. 

Em 18 de setembro de 2008, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu para o “Canário Amapaense” um certificado de autorização para a prática de futebol profissional, depois de preencher todos os requisitos legais admitidos pela Confederação. 

Em 22 de novembro corrente, após efetuar uma seleção de jovens jogadores, o Santana Clube faz sua reestréia no Campeonato profissional de futebol adulto, enfrentando o Paissandu (PA), no estádio Augusto Antunes, na Vila Amazonas. Embora tenha empatado (1 x 1), o time santanense não conseguiu se classificar para o Campeonato regional. 

Em mais de cinco décadas e meia percorrendo os campos de futebol do Amapá e do Brasil, o conhecido “Canário Milionário” marcou a história do esporte regional e até nacional por desempenhar um bom trabalho e ter oportunizado na carreira de grandes craques para o futebol brasileiro. 

Abaixo uma cronologia histórica dos principais encontros futebolísticos que foram realizados por esse clube canarinho: 

26 de maio de 1957 – Em jogo realizado no Estádio de Macapá (atual Estádio Glicério Marques), o Santana Esporte Clube obtém sua primeira vitória do Campeonato da 2ª Divisão, vencendo o Guarany Clube por 3 x 2. Gols feitos por Aza-Aberta (3) para o “canário”, enquanto que Ribeiro e Milton fizeram para a adversário. O juiz era Francisco Lima, auxiliado por 75 e Franquinho. 

30 de dezembro de 1957 – Em partida decisiva, o Santana Esporte Clube torna-se Campeão da 2ª Divisão do Campeonato da Cidade, após vencer o Fazendinha Esporte Clube por 1 x 0, gol feito por Curió. O juiz da partida foi Fernando Franco. 

21 de junho de 1959 – Em jogo amistoso no Estádio de Macapá, com arquibancada lotada, o time oficial do Fluminense (RJ) vence o Santana Esporte Clube por 4 x 1, sob a arbitragem de Francisco Lima. 

09 de março de 1960 – O Santana Esporte Clube conquista o Campeonato Amapaense de Futebol após vencer o Trem Desportivo Clube por 2 x 0. Esta seria sua primeira vitória no campeonato oficial do Amapá. Depois viriam mais 05 títulos. 

01 de maio de 1966 – O famoso clássico do Porto (Carcará x Canário) começaria justamente nesse dia. Em jogo de abertura do Campeonato da Cidade, realizado no Estádio Glicério Marques, o Santana Esporte Clube vence o Independente Esporte Clube por 4 x 1. Gols feitos por Acemir, Pereira, Moacir e Antonino para o “canário”, enquanto que Austregecildo fez o único tento para o “carcará”. Após esse encontro futebolístico, segundo registros, ainda houve cerca de 20 partidas oficiais pelo Campeonato Amapaense de Futebol. 

08 de julho de 1970 – Em pesquisa de opinião pública, realizada pela Federação Amapaense de Futebol, foi apurado o “Clube mais querido do Amapá”, vencendo o Santana Esporte Clube com 1.199 votos, ficando atrás o Independente Esporte Clube com 211 votos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

As Notáveis Visitas Presidenciais em Santana


05/01/1957 - Chegada do Presidente Juscelino Kubistcheck (no meio, de paletó preto) no cais da ICOMI, em Santana, para inaugurar o maior empreendimento de exportação mineral do Amapá.


Durante o período áureo que o extinto Território Federal do Amapá ainda exportava sua maior riqueza mineral (manganês), inúmeras personalidades visitavam quase que semanalmente a nossa região, onde conheciam detalhadamente todas as instalações administrativas e industriais que faziam parte do Projeto ICOMI. 

Mesmo antes de iniciar oficialmente a exportação do minério de manganês (entre 1950 a 1956), diversas autoridades do Estado Maior das Forças Armadas visitavam o canteiro de obras da mineradora que ficaria responsável pela exploração e exportação do nosso manganês pelo prazo de meio século. 

Porém, entre os altos Oficiais e outros chefes ministeriais, o que muito marcaria entre essas ilustres recepções seria as incomparáveis visitas presidenciais, que, além de virem sob uma extensa comitiva, sempre deixava uma imagem positiva em relação ao trabalho desenvolvido pela Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI) na pequena vila portuária de Santana. 

Pelo menos oito (08) Presidentes da República colocaram os pés em nossa humilde cidade, onde puderam conhecer as instalações da mineradora, as vilas operárias mantidas pela mineradora e até receberam presentes por moradores locais. 

1ª Visita Presidencial
Em 05 de janeiro de 1957, o Presidente da República Juscelino Kubistcheck seria o primeiro Chefe da Nação a visita Santana, onde participaria da solenidade inaugural das instalações do Porto da ICOMI, onde acionaria a máquina que transportou o primeiro carregamento de manganês para a rota internacional. 

2ª Visita Presidencial
Em 13 de setembro de 1963, por ocasião em que o Território Federal do Amapá completou duas décadas de criação, o Presidente da República João Goulart esteve visitando o Porto de Santana, onde aproveitou para almoçar com os principais diretores da ICOMI. 

3ª Visita Presidencial
Em 1966 foi a vez do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco que, na tarde do dia 1º de setembro, visitou o Porto Industrial de Santana e posteriormente seguiria para uma visita (não programada) pela Vila Amazonas, onde ali seria presenteado com uma rede produzida pelas artesãs da Assvam (Associação das Senhoras da Vila Amazonas). 

4ª Visita Presidencial
Durante uma visita para inaugurar a nova Usina Termelétrica de Macapá, na manhã de 12 de agosto de 1968, o Presidente da República General Arthur Costa e Silva participou de um banquete oferecido pela diretoria da ICOMI, depois visitou as instalações industriais da Bruynzeel Madeiras S/A (Brumasa) que estava em fase de implantação no então Território do Amapá, assim como também visitou o Porto de embarque de minérios de Santana. 

5ª Visita Presidencial
Durante a década de 1970, somente o Presidente Emílio Garrastazu Médici visitou Santana na tarde do dia 15 de fevereiro de 1973, onde participou de um lanche na Vila Amazonas, indo depois conhecer as instalações da Brumasa e a Usina de Beneficiamento (e pelotização) de manganês, recém-implantada pela ICOMI no início daquele ano. 

6ª Visita Presidencial
Em outubro de 1982, o General João Figueiredo, acompanhado do então Governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos, participou da inauguração da Unidade Integrada de Saúde da Vila Maia, que hoje se tornou o Hospital Estadual de Santana. 

7ª Visita Presidencial
Em julho de 1986, o Presidente da República José Sarney chegou ao então distrito de Santana, acompanhado do governador do Amapá Jorge Nova da Costa, onde conheceria o parque industrial da ICOMI, onde inaugurou a rede de distribuição de alta tensão (um alimentador gerado pela subestação interna da mineradora), gerando energia para os moradores do bairro Jardim Paraíso. 

Durante o processo de redemocratização, surgido após as “Diretas Já”, pelo menos cinco (05) candidatos à Presidência da República percorreram em carreata o município de Santana em 1989. Entre esses presidenciáveis, esteve o alagoano Fernando Collor (eleito para a Presidência do Brasil naquele ano) e o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva (Presidente brasileiro de 2003 a 2010). 

8ª Visita Presidencial
Em 20 de dezembro de 2005, o histórico nordestino Luís Inácio Lula seria o único presidente a visitar Santana depois de quase duas décadas. Ver neste link já publicado