Assim intitulava um pequeno e interessante artigo publicado no extinto jornal semanal
“O AMAPÁ”, órgão de comunicação oficial do Governo do então Território Federal do Amapá, em sua 337º edição que circulou no dia
25 de agosto de 1951.
O texto, que dois dias antes fora publicado no jornal paraense “Folha Norte”, descrevia algumas informações técnicas sobre a construção do
“píer” de embarque e desembarque de navios de médio e grande calado que atracariam no futuro porto industrial da mineradora
ICOMI (Indústria e Comércios de Minérios Ltda), assim como também informava sua
localização geográfica, que privilegiava o Amapá em relação ao mercado internacional para importar e exportar todo e qualquer tipo de mercadoria.
Logo no segundo parágrafo do artigo, pode-se notar uma previsão demográfica da cidade que hoje é o segundo maior município do Estado do Amapá:
“(...)
Por outro lado, a zona do porto terá armazéns de concreto armado, doca para atracação de barcos menores, parques para madeiras e combustíveis, depósitos para petróleo e gasolina, parque ferroviário e rodoviário, indo as locomotivas e composições rodoviárias até as proximidades do transbordo de carga, diretamente. Será dotado, também, de edifícios administrativos e residenciais, além de já estar prevista a construção urbanística, para prevenir o aparecimento da futura cidade portuária. (...)”A partir daí, já podemos tirar grande noção das idéias que passavam pela cabeça de inúmeras pessoas que por aqui chegaram – ainda na
década de 1950 –, com intuito buscarem melhores condições de vida e daqui não mais saíram, onde formaram suas famílias (outros já traziam formadas) e foram expandindo descontroladamente a pequena vila portuária, que inicialmente chamada de
“Vila Papelão”, não passava de um aglomerado de casas levantadas de folhas de compensados e madeiras inutilizadas, que abrangiam uma área próxima da atual Escola Estadual Afonso Arinos (na Área Portuária do município).
Pelos idos de 1954, outro conglomerado de casas começava a ser erguido nas margens da futura Rodovia que liga Macapá ao
Porto de Santana. Seria primeiramente chamada de
Vila Ocuúba, depois se tornaria a famosa
Vila Dr. Maia. Somente recebeu este novo nome em 1960, como justa homenagem ao Promotor Público Dr. Hildemar Maia, que faleceu em acidente aéreo em janeiro de 1958, juntamente com o deputado federal Dr. Coaracy Nunes e o piloto de avião Hamilton Silva.
Segundo informações históricas, em 1962, a vila de Santana já possuía quase 5 mil habitantes espalhados em 11 vilas que curiosamente recebiam denominações regionais:
Vila Floresta, Vila do Matadouro, Vila Toco, Vila Olaria, Vila Confusão, Vila Galdino, Vila da Cerca, Vila Moriçoca, Vila do Bueiro, Vila Piscina e Vila Amazonas (sendo que esta última foi construída pela ICOMI para abrigar seus funcionários de cargos comissionados e diretores).
Na década seguinte (1970), as vilas foram se unindo e já eram chamados de outra maneira, quando a idéia de se construir o
Porto Comercial de Macapá traria novos rumos econômicos e sociais, onde começariam com a transferência dos moradores que residiam na antiga Vila Kutaca e passariam a morar nas proximidades da Vila Dr. Maia, passando agora a chamarem de
Nova Brasília.
Na década de 1980, bairros como Jardim
Paraíso, Delta do Matapí, Elesbão, Remédios e Fonte Nova surgiriam como provas da evasão populacional. O mesmo aconteceria com outros novos bairros de Santana até meados da década de 1990, quando viriam o
Novo Horizonte, Vila Daniel, Fortaleza, Provedor e o Loteamento Parque das Laranjeiras.