Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Santana Esporte Clube, o "Canário Amapaense"




Foto histórica de 1961, do Santana Esporte Clube, conquistando seu primeiro Campeonato Amapaense de Futebol, escrevendo assim, seu nome nos anais do esporte tucuju.



Fundado em 25 de setembro de 1955, no antigo “Alojamento Intermediário” (que posteriormente foi depósito de móveis da empresa ICOMI), pelos seguintes desportistas: Jaime Cerqueira, Manoel Cesário, Walter da Rocha Leal, Oswaldo Ildefonso dos Santos, Hector Manoel dos Santos, Carlos Alberto Lavareda, José Nicolau de Oliveira, Raimundo Gemaque de Jesus, José Gomes de Oliveira, Expedito Vasconcelos e Arlindo Pereira. 

Inicialmente recebeu a nomeclatura de “ICOMI Esporte Clube”, disputando seu primeiro jogo em 1956 contra o América Esporte Clube, da Federação Amapaense de Desportos (FAD), empatando em 0 x 0. 

Camisa branca, com faixa diagonal azul, cruz de malta no peito, calções brancos e meias pretas com cano azul e branco, foi o seu primeiro uniforme. Após os primeiros jogos, seus fundadores resolveram mudar o nome do clube para “SANTANA ESPORTE CLUBE”, passando sua camisa a ser toda amarela com gola verde. Os meses restantes de 1955 e durante o ano de 1956, os sócio-fundadores foram seus dirigentes. Somente em princípios de 1957 que, em vista dos sucessos esportivos, e sentindo a necessidade de integrar-se ao esporte profissional do Amapá, o Santana filiou-se à FAD, sendo que antes procurou organizar seus Estatutos e eleger sua primeira Diretoria, tendo à frente Jesus Ferreira Jomar. 

Data daí o seu 3º uniforme, que vigora até os dias de hoje, com as seguintes cores: vermelho, amarelo e preto. 

Historicamente, conquistou o Campeonato Amapaense de Futebol dos seguintes anos: 1960,1961, 1962, 1965, 1968, 1972 e 1985. 

Vale registrar que o Santana Esporte Clube foi pioneiro ao promover a vinda de grandes times esportivos do Norte e Nordeste do Brasil, assim como também de alguns times cariocas, como: Paissandu, Remo, Tuna, Júlio César, ex-Combatente (PA), Ferroviário (MA), Esporte Clube Recife (PE), e até Fluminense e Olaria (RJ). 

Foi o clube do então Território Federal do Amapá que mais ficou conhecido fora de seus limites locais, recebendo da crônica esportiva do Norte, o apelido de “Canarinho Amapaense”, que depois passou a ser “Canário Milionário”. 

Em janeiro de 1998, o clube começou a se dissolver, após a ICOMI encerrar suas atividades de exploração de minério de manganês, devido a carência do produto, o que obrigou a entidade, na qual era muito dependente da mineradora, ter que “desmontar” o clube, o que causou uma grande insatisfação por seus associados e torcedores. 

Diversas reuniões e assembléias foram realizadas em prol do retorno do clube, mas no início do ano seguinte (1999), a diretoria da ICOMI determinou pelo término da entidade devido todo o patrimônio pertencer à mineradora. 

Passado mais de uma década após as inúmeras e frustradas tentativas de trazer novamente o Santana Esporte Clube para os campos de futebol, quando o ex-presidente do Amapá Clube, Gerson Fernandes anunciou em março de 2008, a decisão de reerguer um dos clubes mais considerados do esporte regional. 

Depois de tentar sua volta para a presidência da “Zebra Solitária”, Gerson acabou recebendo o convite para assumir a vice-presidência do clube, porém, percebendo que suas idéias técnicas estavam sendo restringidas, na qual lhe obrigou a se afastar do clube por tempo indeterminado. 

Ainda no primeiro semestre de 2008, realizou diversas reuniões com a presença de desportistas, ex-torcedores e até mesmo com ex-dirigentes do “Canário” visando trazer a grandeza deste time. 

Em meados de 2008, Gerson providenciou contatos imediatos junto à Federação Amapaense de Futebol (FAF), que tinha como presidente o então deputado estadual Roberto Góes (atual prefeito de Macapá), para buscar os procedimentos necessários para reorganizar esse clube santanense. 

No início de agosto corrente, foi possível reunir um pouco de 200 pessoas que participariam da Ata de reconstituição do Santana Esporte Clube e aprovariam um Estatuto provisório que seria somente utilizado para garantir seus direitos técnicos e esportivos. 

Em 18 de setembro de 2008, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu para o “Canário Amapaense” um certificado de autorização para a prática de futebol profissional, depois de preencher todos os requisitos legais admitidos pela Confederação. 

Em 22 de novembro corrente, após efetuar uma seleção de jovens jogadores, o Santana Clube faz sua reestréia no Campeonato profissional de futebol adulto, enfrentando o Paissandu (PA), no estádio Augusto Antunes, na Vila Amazonas. Embora tenha empatado (1 x 1), o time santanense não conseguiu se classificar para o Campeonato regional. 

Em mais de cinco décadas e meia percorrendo os campos de futebol do Amapá e do Brasil, o conhecido “Canário Milionário” marcou a história do esporte regional e até nacional por desempenhar um bom trabalho e ter oportunizado na carreira de grandes craques para o futebol brasileiro. 

Abaixo uma cronologia histórica dos principais encontros futebolísticos que foram realizados por esse clube canarinho: 

26 de maio de 1957 – Em jogo realizado no Estádio de Macapá (atual Estádio Glicério Marques), o Santana Esporte Clube obtém sua primeira vitória do Campeonato da 2ª Divisão, vencendo o Guarany Clube por 3 x 2. Gols feitos por Aza-Aberta (3) para o “canário”, enquanto que Ribeiro e Milton fizeram para a adversário. O juiz era Francisco Lima, auxiliado por 75 e Franquinho. 

30 de dezembro de 1957 – Em partida decisiva, o Santana Esporte Clube torna-se Campeão da 2ª Divisão do Campeonato da Cidade, após vencer o Fazendinha Esporte Clube por 1 x 0, gol feito por Curió. O juiz da partida foi Fernando Franco. 

21 de junho de 1959 – Em jogo amistoso no Estádio de Macapá, com arquibancada lotada, o time oficial do Fluminense (RJ) vence o Santana Esporte Clube por 4 x 1, sob a arbitragem de Francisco Lima. 

09 de março de 1960 – O Santana Esporte Clube conquista o Campeonato Amapaense de Futebol após vencer o Trem Desportivo Clube por 2 x 0. Esta seria sua primeira vitória no campeonato oficial do Amapá. Depois viriam mais 05 títulos. 

01 de maio de 1966 – O famoso clássico do Porto (Carcará x Canário) começaria justamente nesse dia. Em jogo de abertura do Campeonato da Cidade, realizado no Estádio Glicério Marques, o Santana Esporte Clube vence o Independente Esporte Clube por 4 x 1. Gols feitos por Acemir, Pereira, Moacir e Antonino para o “canário”, enquanto que Austregecildo fez o único tento para o “carcará”. Após esse encontro futebolístico, segundo registros, ainda houve cerca de 20 partidas oficiais pelo Campeonato Amapaense de Futebol. 

08 de julho de 1970 – Em pesquisa de opinião pública, realizada pela Federação Amapaense de Futebol, foi apurado o “Clube mais querido do Amapá”, vencendo o Santana Esporte Clube com 1.199 votos, ficando atrás o Independente Esporte Clube com 211 votos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

As Notáveis Visitas Presidenciais em Santana


05/01/1957 - Chegada do Presidente Juscelino Kubistcheck (no meio, de paletó preto) no cais da ICOMI, em Santana, para inaugurar o maior empreendimento de exportação mineral do Amapá.


Durante o período áureo que o extinto Território Federal do Amapá ainda exportava sua maior riqueza mineral (manganês), inúmeras personalidades visitavam quase que semanalmente a nossa região, onde conheciam detalhadamente todas as instalações administrativas e industriais que faziam parte do Projeto ICOMI. 

Mesmo antes de iniciar oficialmente a exportação do minério de manganês (entre 1950 a 1956), diversas autoridades do Estado Maior das Forças Armadas visitavam o canteiro de obras da mineradora que ficaria responsável pela exploração e exportação do nosso manganês pelo prazo de meio século. 

Porém, entre os altos Oficiais e outros chefes ministeriais, o que muito marcaria entre essas ilustres recepções seria as incomparáveis visitas presidenciais, que, além de virem sob uma extensa comitiva, sempre deixava uma imagem positiva em relação ao trabalho desenvolvido pela Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI) na pequena vila portuária de Santana. 

Pelo menos oito (08) Presidentes da República colocaram os pés em nossa humilde cidade, onde puderam conhecer as instalações da mineradora, as vilas operárias mantidas pela mineradora e até receberam presentes por moradores locais. 

1ª Visita Presidencial
Em 05 de janeiro de 1957, o Presidente da República Juscelino Kubistcheck seria o primeiro Chefe da Nação a visita Santana, onde participaria da solenidade inaugural das instalações do Porto da ICOMI, onde acionaria a máquina que transportou o primeiro carregamento de manganês para a rota internacional. 

2ª Visita Presidencial
Em 13 de setembro de 1963, por ocasião em que o Território Federal do Amapá completou duas décadas de criação, o Presidente da República João Goulart esteve visitando o Porto de Santana, onde aproveitou para almoçar com os principais diretores da ICOMI. 

3ª Visita Presidencial
Em 1966 foi a vez do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco que, na tarde do dia 1º de setembro, visitou o Porto Industrial de Santana e posteriormente seguiria para uma visita (não programada) pela Vila Amazonas, onde ali seria presenteado com uma rede produzida pelas artesãs da Assvam (Associação das Senhoras da Vila Amazonas). 

4ª Visita Presidencial
Durante uma visita para inaugurar a nova Usina Termelétrica de Macapá, na manhã de 12 de agosto de 1968, o Presidente da República General Arthur Costa e Silva participou de um banquete oferecido pela diretoria da ICOMI, depois visitou as instalações industriais da Bruynzeel Madeiras S/A (Brumasa) que estava em fase de implantação no então Território do Amapá, assim como também visitou o Porto de embarque de minérios de Santana. 

5ª Visita Presidencial
Durante a década de 1970, somente o Presidente Emílio Garrastazu Médici visitou Santana na tarde do dia 15 de fevereiro de 1973, onde participou de um lanche na Vila Amazonas, indo depois conhecer as instalações da Brumasa e a Usina de Beneficiamento (e pelotização) de manganês, recém-implantada pela ICOMI no início daquele ano. 

6ª Visita Presidencial
Em outubro de 1982, o General João Figueiredo, acompanhado do então Governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos, participou da inauguração da Unidade Integrada de Saúde da Vila Maia, que hoje se tornou o Hospital Estadual de Santana. 

7ª Visita Presidencial
Em julho de 1986, o Presidente da República José Sarney chegou ao então distrito de Santana, acompanhado do governador do Amapá Jorge Nova da Costa, onde conheceria o parque industrial da ICOMI, onde inaugurou a rede de distribuição de alta tensão (um alimentador gerado pela subestação interna da mineradora), gerando energia para os moradores do bairro Jardim Paraíso. 

Durante o processo de redemocratização, surgido após as “Diretas Já”, pelo menos cinco (05) candidatos à Presidência da República percorreram em carreata o município de Santana em 1989. Entre esses presidenciáveis, esteve o alagoano Fernando Collor (eleito para a Presidência do Brasil naquele ano) e o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva (Presidente brasileiro de 2003 a 2010). 

8ª Visita Presidencial
Em 20 de dezembro de 2005, o histórico nordestino Luís Inácio Lula seria o único presidente a visitar Santana depois de quase duas décadas. Ver neste link já publicado

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Civismo e patriotismo nos desfiles de Santana


Desfile cívico de Santana, em setembro de 2001. Pode-se ver o palanque oficial montado no cruzamento da Avenida 15 de Novembro com a Rua Salvador, ao lado da Escola Municipal Amazonas.


Quando os primeiros grupos escolares começaram a se formar na pequena vila portuária de Santana, ainda na década de 1950, o interesse dos estudantes da região em realizar as festividades do mês de Setembro, que centralizavam-se nos dias 07 e 13, ou seja, na data histórica da Proclamação da Independência do Brasil e a data de criação do Território Federal do Amapá, era bastante vulnerável.

O primeiro Desfile organizado em Santana ocorreu em setembro de 1966, na data cívica da Nação, tendo à frente da coordenação do evento a Escola da Vila Amazonas (Esvam), de propriedade da ICOMI. Estiveram participando deste desfile os alunos da Escola da Ilha de Santana e do Grupo Escolar Augusto Antunes (que funcionava em anexo com o Grupo Amazonas).

Realizado na principal avenida de entrada da Vila Amazonas, a apresentação contou com a presença de quase 250 estudantes.

Passado apenas dois anos, em setembro de 1968, o Governo Territorial do Amapá organizou o primeiro “Desfile da Independência” da vila de Santana, presenciado pelo próprio Governador General Ivanhoé Martins e os seis grupos escolares que já existiam em Santana, que eram: Escola da Vila Amazonas (Esvam), Grupo Escolar Professor José Barroso Tostes, Grupo Escolar Amazonas, Grupo Escolar Porto de Macapá (atual Escola Estadual Padre Simão Corridori), Escola de Ilha de Santana (atual Escola Estadual Osvaldina Ferreira) e Ginásio Municipal Augusto Antunes (atual Escola Augusto Antunes).

Antes de iniciar a cerimônia de desfile, o Governador Ivanhoé dirigiu sua palavra ao povo de Santana, fazendo referências à magna data festiva (07 de setembro) e agradeceu a todos que colaboraram para o êxito daquelas comemorações do Dia da Independência em todo o Território amapaense.

Encerrando as festividades, foi realizada, às 18 horas, a solenidade de arriamento do Pavilhão Nacional, onde o Governador Ivanhoé Martins procedeu o referido ato, ao som do Hino Nacional, tocado pela banda de Música do Ginásio de Macapá.

Anualmente o evento vem recebendo o apoio do Governo do Amapá, sendo que desde 1978 os desfiles cívicos deixaram de ser realizados na Avenida Santana, passando a ocorrer na Rua Salvador Diniz, ao lado da Escola Municipal Amazonas.

O fato excepcional daquele ano foi a inauguração de uma pequena Praça construída pela prefeitura de Macapá e justamente entregue na Semana comemorativa da criação do Território Federal do Amapá.

Com a transformação do município de Santana, a responsabilidade da realização do evento passou a pertencer parcialmente ao Executivo local. Entre os anos de 1989 a 1992, os desfiles voltaram a ser realizado na Avenida Santana, em consideração a uma das vias públicas mais antigas do município.

Na administração dos prefeitos Geovani Borges e do médico Judas Tadeu Medeiros, os desfiles retomaram às suas tradições quando foram realizados novamente na Rua Salvador Diniz. No desfile de 2004, houve até a participação de inúmeras autoridades do Estado, como o Governador Waldez Góes e do Senador da República José Sarney.

Vale lembrar que desde o Governo Territorial do General Ivanhoé Martins, os governantes do Amapá têm participado ativamente de algumas cerimônias cívicas em Santana, destacando a presença do Capitão Arthur Henning (de 1975 à 1979), Comandante Anníbal Barcellos (de 1980 a 1985, e 1992 a 1994), Jorge Nova da Costa (de 1986 a 1990) e João Alberto Capiberibe (de 1995 a 2001).

No período de 2005 a 2009, devido a Rua Salvador Diniz ter entrado em fase de obras para construção da primeira “Via Modelo” do município, os desfiles mudaram novamente de local, passando a ocorrerem em uma das artérias da Rua Ubaldo Figueira, atravessando uma das laterais da Praça “Francisco Nobre”, na histórica Vila Maia. O ponto negativo desse período era o horário prolongado em que cada desfile ocorria, ou seja, devido a pista viária ser estreita, as instituições levavam um tempo maior para encerrarem suas apresentações, fazendo com que a programação cívica terminasse duas ou três horas além do determinado.

Com a inauguração do novo prédio da Prefeitura de Santana, em setembro de 2010, os desfiles puderam ser definitivamente transferidos para a Avenida Santana (bairro Paraíso), onde os desfiles ocorrem em frente ao prédio do Executivo Municipal, mantendo o mesmo caráter cívico e patriota dos estudantes da rede municipal e estadual de ensino.

Impressões da administração municipal de Geovani Borges

Mesmo fazendo oposição com o Governo Estadual, Geovani Borges (em pé) empenhou diversas ações em sua gestão com apoio de seu irmão, então senador Gilvam Borges (sentado). Foto de 1995.


Em outubro de 1992, o município de Santana elegeria o então deputado federal Geovani Pinheiro Borges para administrar a segunda maior cidade do Amapá. Eleito com 5.277 votos válidos, disputou elo cargo majoritário do Executivo com outros cinco candidatos de renome e de amplo conceito na sociedade local.

Depois de organizar sua equipe de trabalho, foi oficialmente empossado como prefeito de Santana na manhã de 1º de janeiro de 1993, em solenidade realizada na antiga sede social do “Carcará da Vila Maia” (Independente Esporte Clube), onde ali o novo chefe municipal comentou sobre seus objetivos a serem tomados em prol dos santanenses, e prometeu lutar pela garantia de recursos estaduais e federais que viessem para auxiliar na construção de novas obras, independente de suas posições partidárias.

Mesmo assumindo um mandato desafiador, Geovani demonstrou otimismo ainda na primeira semana como “prefeito do povo”, quando compareceu ao seu local de trabalho, alegando posteriormente ter recebido de seu antecessor o prédio do executivo em péssimas condições físicas e de higiene. Diante de tal situação, mandou interditar por 10 dias o prédio da Prefeitura, e autorizou a Procuradoria Municipal a abrir uma auditoria pública para apurar o fato, juntamente com apoio da Câmara de Vereadores e da população santanense.

Ainda no segundo mês de mandato (fevereiro de 1993), conseguiu a garantia de recursos federais através de apoio com o senador José Sarney; aumentou em 40% o reajuste salarial para servidores municipais, discutiu as diretrizes básicas para o desenvolvimento urbanístico, social e econômico do município, através de iniciativas obtidas em convênios com a Sudam e o Fadesp.

No dia 15 de abril corrente, ocorre a 1ª paralisação do funcionalismo público, envolvendo servidores da educação, na qual alegavam terem recebidos informações de que a Prefeitura de Santana reduziria cargos e gratificações devido o município está atravessando uma fase difícil, onde o Executivo enfrentava sérias contradições políticas com o Governo Estadual. Geovani não condenou a atitude de paralisação dos servidores, procurando amenizar o clima que até então ocorria na cidade. Neste mesmo mês (abril), Geovani Borges criticou duramente o resultado do primeiro Censo do IBGE (referente ao ano de 1991) já após a emancipação político do município de Santana, que indicaria que a população urbana da cidade chegara aos 51 mil habitantes, fato que foi desmentido por pessoas que alegaram não terem sido censeadas por aquele instituto de pesquisa. A situação fez com que a Prefeitura de Santana entrasse com uma ação judicial contra o IBGE sob acusação de fraude nas contagens.

Em julho de 1993, a Câmara de Vereadores de Santana aprovou um Projeto de Lei (PL), de autoria do Executivo Municipal, que propõe sobre a municipalização da saúde local, trazendo recursos diretos do Governo Federal.

Outro fato marcante de seu primeiro ano no Executivo santanense envolveria o prédio da PMS. Em 11 de agosto de 1993, Geovani recebe um mandado Oficial, impetrada pelo então secretario de Estado da Administração (Sead), Janary Nunes Filho, alegando que o prédio onde estava instalada a Prefeitura de Santana (localizado em um galpão, na área portuária) pertencia ao Estado e que o prefeito Geovani tinha o prazo de um mês para desocupar o prédio e devolver ao Governo Estadual.

O ato foi na verdade uma conseqüência das eleições municipais ocorridas em 1992, onde o deputado estadual Jarbas Gato (candidato apoiado pelo então governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos) foi derrotado por Geovani Borges. Mas através de um Projeto do deputado estadual Geraldo Rocha (PSB), determinou a imediata doação do prédio da PMS à administração do mesmo.

Foi quem primeiro discutiu o Plano Diretor para a cidade portuária, procurando melhorar o visual urbanístico das vias públicas; assim como também doou o terreno na entrada da Vila Amazonas para a construção do futuro prédio do Fórum da Comarca de Santana.

Na questão do funcionalismo público, atravessou por dois momentos referentes à reduções administrativas: a primeira foi em março de 1993, quando recebeu a Prefeitura de Santana com mais de 1.100 contratados, sendo que apenas 30% eram do quadro efetivo, obrigando o Executivo Municipal a demitir o restante dos cargos nomeados. A mesma situação repetiu-se em janeiro de 1994, quando precisou dispensar mais de 500 comissionados que haviam sido repostos interinamente aos cargos.

Em abril de 1995, a Câmara de Vereadores de Santana recebeu diversas denúncias relacionadas sob a administração do prefeito Geovani Borges, envolvendo o desvio ilegal de materiais da Prefeitura, levando com isso, a formação de uma comissão de vereadores que decidiram investigar as origens de tais denúncias. O fato repercutiria negativamente sob a gestão de Geovani Borges, levando diversos segmentos da sociedade a organizarem uma histórica manifestação população ocorrida no dia 09 de maio, que percorreu as principais ruas da cidade de Santana, pedindo o imediato afastamento do prefeito Geovani, que naquela ocasião encontrava na Capital Federal (Brasília-DF), tratando de assuntos ligados ao município.

Em agosto de 1995, o prefeito Geovani conseguiu do senador José Sarney o aval político para começar o processo licitatório para a construção do futuro pátio de containeres do Porto de Santana. A referida obra também receberia total apoio da Bancada Federal do Amapá que garantiu a remessa de cerca de US$ 5,2 milhões dólares para sua construção. O pátio de containeres foi publicamente entregue no dia 27 de setembro de 1996, marcando o início da produção (de importação e exportação) portuária no Estado.

Quando entregou o cargo de prefeito para o médico Judas Tadeu Medeiros, em dezembro de 1996, alegou ter feito uma administração “estável às suas condições”, alegando não ter recebido qualquer apoio dos ex-governadores Anníbal Barcellos e João Alberto Capiberibe (mesmo durante a transição governamental de 1994-95). Mas segundo alguns servidores relatam, sua gestão não procurou atender as inúmeras expectativas que a população esperava pela própria desavença política formada pela Prefeitura e o Governo Estadual.

Geovani ainda tentou concorrer novamente ao mesmo cargo municipal nas eleições de 2000, mas acabou ficando em 4º colocado nas urnas (obtendo apenas 19% dos votos apurados).